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Anísio Gorayeb

A VOZ DA CIDADE


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Na imagem vemos a Rua Presidente Dutra, onde aparece em primeiro plano o antigo Mercado Municipal e no destaque a antiga Padaria do Raposo que tinha ao lado a Funerária Raposo. (Fonte: Acervo Esron Meneses)

Hoje vamos lembrar a Padaria Raposo, a Voz da Cidade e as Manhãs de Sol do Bancrévea Clube. Tudo isso acontecia na nossa saudosa Porto Velho dos anos 60.

A Padaria Raposo ficava Rua Presidente Dutra esquina com a Rua Henrique Dias, em frente ao antigo Mercado Municipal. No final dos anos 60 a família Raposo resolveu ampliar suas atividades comerciais, e inaugurou ao lado da padaria na Rua Henrique Dias, a primeira funerária de Porto Velho, a Funerária Raposo.

Antes dela, nestes momentos de dor, os parentes tinham que recorrer ao Sr. Cassiano, um carpinteiro que tinha seu estabelecimento localizado embaixo do antigo Clube Ypiranga. Um antigo casarão de madeira, que ficava na Rua Dom Pedro esquina com a Rua Euclides da Cunha. Hoje não existe mais nenhum destes casarões construídos na época da EFMM – Estrada de Ferro Madeira Mamoré.

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O saudoso comunicador Humberto Amorim em uma foto nos anos 70, criador do serviço de alto-falantes denominado de “A Voz da Cidade”. (Fonte: Acervo da família)

Somente com a inauguração da Funerária Raposo, as pessoas tiveram uma loja especializada no ramo. O gerente da funerária era o Sr. Fernando Correa, pai do advogado Clênio Amorim. O mais interessante, é que as pessoas que procuravam os serviços funerários durante a madrugada eram atendidas pelos padeiros, pois os estabelecimentos eram colados um ao outro, e como disse anteriormente, pertenciam ao mesmo dono. Hoje no local está instalada uma loja de confecções.

Porto Velho nesta época tinha apenas uma rádio, a Rádio Caiarí. Foi então que um grande locutor chamado Humberto Amorim, resolver criar a “Voz da Cidade”. Humberto Amorim instalou alto-falantes do tipo corneta na Rua Sete de Setembro, principal centro comercial da cidade de Porto Velho. Esses alto-falantes eram colocados nos postes da rede elétrica, que na época eram de ferro.

Humberto ficava em um pequeno estúdio na mesma rua, e as pessoas que trafegavam pela Rua Sete de Setembro, no trecho entre as ruas Presidente Dutra e Gonçalves Dias, ouviam notícias, músicas e comerciais, sempre na voz marcante e inconfundível do saudoso Humberto Amorim.

Depois de algum tempo, já em meados dos anos 70, Humberto Amorim, transferiu sua “Voz da Cidade” para a antiga rodoviária da cidade. Na mesma rua, na Sete de Setembro, entre as ruas Salgado Filho e João Goulart. Humberto Amorim apresentava também, programas na Radio Caiarí, porem sua grande paixão era o serviço de alto-falante. Ainda hoje existe este tipo de serviço de comunicação, tanto no centro da cidade (Rua Sete de Setembro e Rua Carlos Gomes) e também nos bairros mais distantes, como nas ruas Jatuarana e José Amador dos Reis.

O filho mais velho deste saudoso comunicador seguiu a profissão do pai. Humberto Amorim Filho é jornalista e apresentador de programa de televisão na cidade de Manaus. Humberto Filho, por sinal é muito semelhante ao pai, tanto na aparência quanto na voz. Uma de suas filhas, a Kátia Amorim, que é professora e foi Miss Rondônia em 1972, escreveu há cerca de dois anos, um livro sobre as lendas amazônicas.

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Joanilce Guimarães (1) e saudoso Chiquilito Erse (2), vencedores de um concurso de danças na “Manhã de Sol” do Bancrévea Clube em 1968. (Fonte: Acervo da Família)

Naquela época tínhamos também os clubes sociais, que eram muito frequentados, pois faziam diversos tipos de eventos, visando atrair seus sócios. O Brancrévea Clube criou aos domingos a famosa “Manhã de Sol”. O clube ficava lotado nas manhãs de domingo, onde os jovens dançavam embalados pelas musicas da Jovem Guarda.

A festa começava por volta de 10:00 horas e encerrava 14:00 horas. A animação era tamanha, que ninguém sentia fome. Como era durante o dia, os adolescentes podiam frequentar sem problemas de horário. Os rapazes com suas calças apertadas e as moças com suas minissaias, participavam dos concursos de danças, sempre imitando seus ídolos daquela geração também conhecida como “anos dourados”.

Bons tempos... Boas lembranças.

Até a próxima semana.      

ANÍSIO GORAYEB    
 

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