Quinta-feira, 16 de setembro de 2010 - 04h59
No ano de 1931 o Governo Brasileiro assume a direção da EFMM – Estrada de Ferro Madeira Mamoré, sendo nomeado como primeiro Diretor o Coronel Aluízio Ferreira. Este, após sua nomeação e bastante prestígio junto a Presidência da Republica, consegue sanear dívidas financeiras da EFMM e inicia obras sociais de grande importância para a cidade de Porto Velho.
Dentre estas obras as mais importantes foram: o Colégio Barão do Solimões (Rua José Bonifácio), a Usina de Eletricidade (Rua Sete de Setembro esquina com Avenida Farquar), o prédio dos Correios (Rua Presidente Dutra esquina com Rua Sete de Setembro), a Vila Erse (Avenida Carlos Gomes), e as casas do Caiarí. Excluindo o Colégio Barão do Solimões, as demais obras foram inauguradas em outubro de 1940, pelo Presidente Getulio Vargas.
Contrução das casas do Bairro Caiarí em 1938. No destaque em vermelho, local da frase “Patrimônio da União”. (Fonte: Acervo Esron Meneses) |
A Vila Erse também era conhecida como vila operária, visto que nela moravam os operários da antiga EFMM. Já nas casa do Caiarí moravam os técnicos e o pessoal administrativo da estrada. Por esta razão o bairro passou a ser considerado como bairro de elite. Foi o primeiro conjunto habitacional construído na cidade de Porto Velho.
Por ser uma obra importante, os diretores da EFMM se preocuparam com alguns detalhes, principalmente na qualidade de vida dos moradores do Bairro Caiarí, no seu projeto inicial já previam obras de saneamento, energia elétrica e água encanada. Além disso, havia a necessidade de uma área de lazer, que foi construída posteriormente, a Praça Aluízio Ferreira.
Vista aérea do Bairro Caiari nos ano 50, onde se vê em primeiro plano a Praça Aluízio Ferreira. (Fonte: Acervo Esron Meneses) |
O Bairro Caiarí era estritamente residencial, e ficava no quadrilátero das ruas: Pinheiro Machado, Presidente Dutra, Dom Pedro II e Farquar. Hoje totalmente modificado, o que é lamentável, visto que o mesmo foi tombado como patrimônio histórico, porem as autoridades permitem as modificações, como a obra que esta sendo realizada na esquina da Rua Pinheiro Machado com Rua Presidente Dutra.
Havia uma curiosidade que poucos conhecem. Como as casas do Caiarí pertenciam a União, os funcionários que as ocupavam, pagavam uma taxa simbólica descontada de seus vencimentos. Todas as casas tinham pintadas em sua fachada a seguinte frase: “PATRIMONIO DA UNIÃO”. No inicio dos anos 70 o Governo Federal vendeu as casas aos funcionários. O pagamento era descontado em folha. A forma de pagamento e os valores cobrados pelas residências, facilitaram a aquisição destes imóveis.
Certificado de conclusão de curso de datilografia da Escola Caiarí do aluno Ivo Feitosa Filho. (Fonte: Acervo Ivo Feitosa) |
Foi no Bairro Caiarí que a surgiu a primeira escola de datilografia de Porto Velho. A Escola Caiarì, situada na Rua Major Guapindáia (hoje Avenida Rogério Weber) próximo a Rua Carlos Gomes. Seus proprietários eram os Professores Tales de Sousa e sua esposa, Professora Felicidade. Naquela época as maquinas não eram elétricas, e por isso eram barulhentas. Ao passar pela calçada da escola, parecia que estávamos diante de um tiroteio, devido ao barulho dos teclados.
Aproveito a oportunidade para saudar os parentes dos antigos moradores do Bairro Caiarí que já não estão entre nós: Ary Pinheiro, Hamilton Gondim, Lourenço Lima, José Otino, Austerlites Erse, Leôncio Cunha, Estela Compasso, Newton Azevedo, Bismarck Marcelino, Esron Meneses, Victor Sadeck, Calmon Tabosa, Capitão Ramiro, José de Melo e Silva, Lênio Duarte, Alfredo Silva, Rodolfo Ruiz, Bráulio Castro, Marco Aurélio Gusman, Dr. Cerqueira Cotrin, Ary Macedo, Teresa Gervais (francesa), Heitor Soares, Marise Castiel, Mario Teixeira, Cláudio Carvalho, Mario Lima, Vivaldo Mendes, Cirilo Arruda, Alberto Gorayeb, Iran Batista, Doutor Grangeiro, Pedro Gondin, Edmar Gaspar, Cabo Lira, Haroldo Dunda, Rodolfo Ruiz e muitos outros.
Bons tempos...
Fiquem todos com Deus.
Até a próxima.
ANISIO GORAYEB
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