ANTIGO COMÉRCIO DE PORTO VELHO III

Na imagem vemos a Menta Resk no balcão da Loja Resky que ficava na Rua José de Alencar esquina com a Rua Henrique Dias na década de 60. (Fonte: Ana Lúcia Paraguassú)

Hoje iremos concluir nossos artigos sobre o antigo comércio da cidade de Porto Velho nos anos 60 e 70, falando de algumas lojas, sorveterias, cinemas e salão de beleza.

A família Resky, cujo patriarca era o Sr. George Resky, além da panificadora já mencionada anteriormente, também possuía lojas de ferragens, loja de tecidos e confecções, além de inaugurar o primeiro cinema na cidade, o Cine Brasil em dezembro de 1938.

Na esquina da Rua Sete de Setembro com a Rua José de Alencar ficava a Casa Resky especializada em ferragens e na outra esquina na José de Alencar com a Rua Henrique Dias era a loja de tecidos e confecções. Todas muito próximas, assim como os dois cinemas. O Cine Brasil era na Rua Sete de Setembro entre as ruas Presidente Dutra e José de Alencar, onde atualmente é uma loja de eletrodoméstico e o Cine Teatro Resky era na Rua Natanael de Albuquerque esquina com a Rua Presidente Dutra, na Praça Marechal Rondon. No mesmo local desse antigo cinema é atualmente uma igreja evangélica.

Na primeira imagem vemos o Cine Teatro Resky ainda em construção e a outra feita no dia da sua inauguração em julho de 1950. (Fonte: Lúcio Guzman)

O terceiro cinema da cidade foi o Cine Avenida pertencente ao Sr. Antonio Lacerda. Esse que era o menor cinema da cidade com capacidade para 300 pessoas e ficava na Rua Sete de Setembro entre a Rua José de Alencar e Rua Prudente de Moraes. Algum tempo depois no mesmo local funcionou a agencia do BANACRE (Banco do Estado do Acre), posteriormente o Banco Real e atualmente é agencia do Banco Santander.

No início dos anos 60 o Sr. Antonio Lacerda iniciou a construção do maior cinema da cidade, o Cine Lacerda, na Rua Sete de Setembro entre as ruas Gonçalves Dias e Julio de Castilho. O cinema começou a funcionar com as obras inacabadas, somente com as paredes e sem telhado, com bancos “corridos” confeccionados de madeira e sem encosto. Somente em 1969 o cinema foi concluído com 1230 lugares. No local é hoje a Galeria Lacerda

Para se tomar um sorvete, tínhamos que ir até a Sorveteria Elite, que funcionava na Rua José de Alencar esquina com a Rua Sete de Setembro, onde é atualmente uma loja de sandálias, ou ir a Varanda Tropical saborear um sorvete sob seus belíssimos guarda-sóis na varanda do antigo Porto Velho Hotel, atual reitoria da UNIR.

A Rua Sete de Setembro que sempre foi o principal centro comercial da cidade, vista da esquina da Rua Marechal Deodoro no início dos anos 70. (Fonte: Sidney Alarcão)

No ano de 1963, meu tio Emil Gorayeb inaugurou um posto de gasolina na Rua Sete de Setembro esquina com a Rua Julio de Castilho. Nos autos do posto fez um restaurante que ficou muito famoso pela sua modernidade e também pelo nome muito sugestivo: “Restaurante Du Posto”, com “U” mesmo em vez de “O”.

Já as mulheres que queriam ficar mais bonitas, fazer aqueles enormes penteados com rococós da época, pintar as unhas e outras coisas mais, iam ao famoso Salão Eline, que era mais conhecido como de Salão da Elza, visto que sua proprietária se chamava Elza Afonso. O Salão Eline situava-se nos altos da Rua Barão do Rio Branco entre a Rua José Bonifácio e a Rua José de Alencar.

Já na década de 70, o salão mudou-se para a nova residência de sua proprietária na Rua Prudente de Moraes esquina com a Rua Riachuelo. Atualmente esse salão não existe mais, mas nossa amiga Elza Afonso, continua aí firme e forte pra contar sua historia.

Na Rua José de Alencar entre as ruas Sete de Setembro e Barão do Rio Branco ficava o Bar da Dona Geogete, esposa do Seu Raul Almeida. No mesmo local hoje é a Papelaria Prisma, e por falar em papelaria, a mais famosa na década de 60 era a Papelaria Violeta de propriedade do Sr. Ovídio Nascimento, na Rua Sete de Setembro entre as ruas Presidente Dutra e José de Alencar. Hoje no local é uma loja de calçados.

Meus caros amigos, observamos que nesses artigos sobre nosso antigo comércio, as mesmas ruas aparecerem dezenas de vezes. Isso faz com que os mais jovens ou aqueles que não conheceram, percebam como era tudo muito próximo. A Rua Sete de Setembro sempre foi o principal centro comercial da cidade.

Até a próxima semana.

ANÍSIO GORAYEB