Sexta-feira, 21 de setembro de 2012 - 06h16
Nos anos 60 e 70 não havia muitas variedades de brinquedos para as crianças e jovens. Tínhamos que nos contentar em brincar de carrinhos e as meninas de bonecas. Muito diferente dos brinquedos de hoje, pois para os carrinhos andarem, tínhamos que puxa-los com um barbante. As bonecas, o máximo que faziam era fechar os olhos quando eram deitadas.
Não havia nenhuma loja especializada em brinquedos, se comprava em armarinhos e no Mercado Municipal, onde é hoje o Mercado Cultural. Nada de brinquedos a pilha, com controle remoto, carros que andam sozinho, bonecas que falam e andam, brinquedos eletrônicos e outras coisas mais.
Pra começar não havia nem televisão, tanto que a minha geração aguardava ansiosamente o domingo para assistir o lançamento da primeira sessão do Cine Teatro Resky. Época em que os filmes de “bang-bang”, que na época eram chamados de faroeste, fazia muito sucesso. Antes de iniciar passeávamos na Praça Marechal Rondon. Era na praça também que acontecia a troca de gibis (Zorro, Tarzan, Fantasma, Mandrake, Capitão América, Roy Rogers, Mickey, Tio Patinhas, Pato Donald, Pateta e outros).
As brincadeiras daquele tempo eram: pião, papagaio, peteca (bola de gude), futebol, caubói, baladeira (estilingue), “Salotex” (jogo de botão feito com tucumã), carrinhos, etc. Somente no final dos anos 60 foi que surgiu uma loja do grupo T. T. Dias & Cia especializada em brinquedos. Lembro-me dos revolveres de brinquedo que vinham com espoletas. Essas espoletas faziam o mesmo som do estampido de um tiro de verdade. Brincávamos muito de mocinho e bandido durante a noite, pois não havia energia na cidade. Antes de surgir essa loja fazíamos nossos brinquedos.
Na fabricação dos brinquedos usávamos madeira e algumas vezes alumínio das latas de leite e de óleo. Destes materiais “fabricávamos” carrinhos, caminhões, aviões, revolveres, espingardas, casinhas, piões, baladeiras, etc.
Já os papagaios eram feitos com talas de buriti ou coqueiro, papel de seda e goma. Naquele tempo não havia os desenhos que se vê nos papagaios de hoje. No máximo de duas ou três cores, em listas xadrez, etc. Tinha um ditado que dizia que: “papagaio no ar não tem dono”. Então era necessário passar cerol na linha, pois podiam tentar cortar seu papagaio a qualquer momento. Havia termo “trançar”, que era quando dois papagaios estão tentando cortar a um ao outro.
Essa “trança” só era possível porque o cerol conseguia cortar a linha. Esse cerol era uma mistura de cola e vidro em pó. Alguns ceróis eram famosos e seus fabricantes escondiam o seu segredo. O cerol mais famoso do nosso tempo era o do Nézio Guimarães. Ele nunca contou o que havia no cerol. Alguns diziam que era o tipo de vidro usado, outros diziam que usava soda caustica, outros diziam que Nézio usava vidro azul de leite de magnésia, pingava isso, pingava aquilo... Um verdadeiro mistério nunca revelado. Mas o certo é que o Nézio fazia o melhor cerol.
Já no tempo de pião, fazíamos nossos piões com madeira de goiabeira, porque quando havia competição eram mais resistentes. Os estilingues também eram feitos com forquilha extraída da goiabeira e com borracha de câmara de pneu de bicicleta. Por sinal, o estilingue é uma brincadeira que graças a Deus não existe mais. Andávamos pelo mato com o estilingue atirando nos inocentes passarinhos, apenas com o intuito de mata-los. Uma grande idiotice como o hábito de se criar passarinho em gaiolas. Isso era muito comum naquele tempo. Hoje com as leis de proteções aos animais essa pratica foi praticamente abolida.
Toda criança sonha em ser artista, portanto conosco não era diferente. Como não havia televisão para assistirmos os artistas da época, nossos artistas eram aqueles que se apresentavam nos pequenos circos que passavam aqui na cidade. Toda vez que os circos iam embora inventávamos de fazer um circo no quintal da casa de um amigo.
Sentíamos-nos verdadeiros artistas circenses...
Bons tempos... Muitas saudades...
Até a próxima semana.
ANÍSIO GORAYEB
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