CAERD E CERON COMPLETAM 40 ANOS

Em dezembro de 1969, o Presidente da Republica, General Arthur da Costa e Silva, resolve criar as companhias de energia elétrica e de abastecimento de águas do Território Federal de Rondônia. O governador na época, o Coronel João Carlos Marques Henriques, implanta no Território de Rondônia a CERON – Centrais Elétricas de Rondônia, e a CAERD – Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia.

Ambas foram criadas como empresas de economia mista, sendo o Governo do Território o acionista majoritário. O governador Marques Henriques nomeia o advogado Odacir Soares para presidir a comissão de instalação da CAERD e da CERON. Odacir já havia sido Secretario de Segurança e Chefe da Casa Civil do Governador Marques Henriques. 

Anísio Gorayeb (centro), empossado como presidente da CAERD em outubro de 1970; Odacir Soares (1º. esquerda), Prefeito; General Felipe (óculos escuros), secretário geral e Marques Henriques, governador. Fonte: Ivo Feitosa.

Odacir Soares foi o primeiro Presidente da CAERD, auxiliado por Altair Cavalcante como Diretor Administrativo e Financeiro e Sebastião Valladares como Diretor Técnico. Odacir a presidiu por dez meses, pois foi nomeado Prefeito do Município de Porto Velho em outubro de 1970, sendo substituído por Anísio Gorayeb, que era Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Velho e licenciou-se para assumir a presidência da CAERD. 

Quanto a CERON, seu primeiro presidente foi o senhor Floriano Riva, auxiliado pelo Engenheiro João de Deus Simplicio da Silva, Diretor de Operações. A CERON instalou-se na Avenida 7 de setembro, em frente ao prédio do relógio, onde funciona até hoje o serviço de atendimento ao consumidor. A CAERD alugou um pequeno imóvel nos autos da Papelaria Violeta, na mesma avenida, em frente ao Cine Brasil. 

 

Governador Marques Henriques em visita a CERON em 1970, é recebido por João de Deus, diretor de operações e pelo presidente Floriano Riva. Fonte: Ivo Feitosa.

Antes da criação destas duas empresas, estes serviços eram precariamente prestados pelo SAALFT – Serviço de Abastecimento de Água, Luz e Força do Território, um setor subordinado ao Departamento de Obras do Território.

Lembro muito bem que no tempo do SAALFT, a cidade de Porto Velho tinha somente quatro horas de energia elétrica por dia, das 18 às 22 horas, isso quando havia, pois o fornecimento era muito irregular. As pessoas com melhores condições financeiras tinham gerador de energia em suas residências. Os demais usavam lamparinas e velas para iluminar suas casas. As geladeiras daquele tempo funcionavam a querosene. Acredito que os mais jovens nunca ouviram falar dessas geladeiras, pois hoje não existem mais. Elas vinham com um tanque para abastecimento na parte inferior da geladeira.

Quanto à água encanada, era um luxo que poucos tinham acesso, As famílias usavam tambores (camburão) para armazenar água, pois não havia caixas d’água como as de hoje. Havia também os vendedores de água. Com uma vara resistente levavam sobre os ombros, duas latas de querosene cheias d’água nas extremidades.

Havia uma grande curiosidade que pouca gente sabe, quando a energia ia ser desligada, ocorria uma pequena “piscada”, ou seja, apagava e acendia rapidamente, avisando que a energia seria desligada em cinco minutos. Com isso as pessoas corriam e acendiam as velas e as lamparinas, evitando que saíssem tropeçando no escuro. Dormíamos sem ventilador, pois não tinha como ligá-los... Porém não fazia tanto calor, pois dormíamos de janela aberta... Porto Velho era uma pacata cidade...

Quero aproveitar a oportunidade para cumprimentar meu amigo Odacir Soares, atualmente Secretário Chefe da Casa Civil, pelos 40 anos da CAERD e da CERON. Um forte abraço...

Que Deus nos abençoe...
Até a próxima...

ANISIO GORAYEB