Quinta-feira, 12 de janeiro de 2012 - 18h12
Euro Tourinho chegou a Porto Velho em 1932, com apenas 10 anos de idade, junto com os pais, Homero de Castro Tourinho e Eulália Malheiros Tourinho. Seu pai veio a serviço da Secretaria de Estado da Fazenda de Mato Grosso, da qual era agente fiscal da região norte.
Ao desembarcar em Porto Velho e após algumas semanas de trabalho, o Senhor Homero se interessou pelo cultivo de borracha, pois a atividade seringalista estava em ascensão. Seu pai então resolveu investir no ramo mudando assim de profissão. Euro brinca dizendo que após beber água do Rio Madeira, seus pais não saíram mais daqui.
Adquiriram umas terras na região de Jacy Paraná para extração de borracha. A família atuou neste ramo até o final dos anos 40, pois com muitas dificuldades de honrar compromissos devido a queda no preço da borracha, tornaram-se comerciantes.
Resolveram abrir um salão de sinucas, na Rua Barão do Rio Branco, próximo ao Jornal Alto Madeira. Nas horas de pouco movimento, geralmente no intervalo do almoço, Euro ia conversar com o pessoal do jornal. Achava legal o pessoal ficar separando as letrinhas de chumbo e formatando os textos para serem impressos.
Ao completar 90 anos de vida, é muito difícil separar a vida do jornalista Euro da historia do Jornal Alto Madeira. São mais de 60 anos caminhando juntos. Neste ano o Jornal Alto Madeira completará 95 anos. Foi fundado por Joaquim Tanajura em 17 de abril de 1917. Antes se chamava “O Município” (fundado em 1915), sendo o primeiro jornal impresso em português na cidade de Porto Velho. É o mais antigo na região e um dos dez mais antigos do Brasil.
No ano de 1950, Euro foi convidado a escrever seu primeiro artigo como colaborador. Ficou por algum tempo escrevendo sem compromisso, até que em 1953 foi contratado como colunista social. Euro então passou a assinar sua coluna com o pseudônimo Eurly Tourinho, uma homenagem à sua única filha que nascera naquele ano.
No final dos anos 60, com a morte de Assis Chateaubriand, que presidia os Diários Associados, Euro Tourinho juntamente com o irmão Luiz Malheiros Tourinho, passaram a adquirir algumas cotas do Jornal Alto Madeira, até que em 1970 se tornaram os únicos proprietários do jornal.
Pedi aos jornalistas, Ciro Pinheiro e Marlene Rolim que me falasse um pouco sobre Euro Tourinho e suas jornadas no AM.
Ciro lembra ao chegar no AM em agosto de 1967, não precisou nem concluir sua apresentação, Euro disse: “O emprego é seu, comece hoje, depois conversamos.” Ciro também nem precisou mostrar a carta de recomendação do Diários Associados do Ceará.
Ciro começou a trabalhar no dia seguinte e nunca mais parou de escrever no AM. Quanto ao Euro, Ciro conclui: “Euro é único até no nome os irmãos tem o sobrenome Malheiros ele não, Euro Tourinho e pronto.”
Segundo Marlene Rolim, também colunista do AM há décadas, “Euro é colega, amigo, e está sempre bem humorado, ele é de bem com a vida.” Marlene que o homenageou em seu livro “Gente que faz Rondônia – Fatos e Causos” conclui: “Euro é o cara. É o jornalista mais jornalista que conheci, também faturando noventa anos, não há como negar.”
Há dois anos, fui convidado pelo amigo Viriato Moura para apresentar um quadro no Programa Viva Porto Velho. O quadro se chama “Historias da Nossa”. Como queria começar com o “pé direito”, escolhi o Euro Tourinho para ser meu primeiro entrevistado. Acho que acertei.
Após a entrevista perguntei qual o segredo para se trabalhar 60 anos na mesma profissão. Euro foi categórico: “É só fazer as coisas com amor... Eu amo o que faço.”
Euro nasceu dia 17 de janeiro de 1922, é casado com Dona Maria Kang Tourinho há 67 anos. Desta união vieram nove filhos e dezenas de netos e bisnetos. Ao longo da vida já recebeu diversas homenagens, porém entre as comendas destaca a Medalha Mérito Marechal Rondon, concedida pelo Estado e entregue pelo saudoso Governador Jorge Teixeira.
O escritor e poeta José Waldir, quando Presidente da Academia Rondoniense de Letras, indicou Euro Tourinho como Sócio Honorário da Academia. Esta propositura foi aprovada por unanimidade. Hoje, Euro é um imortal, membro da ACLER.
Aos 90 anos, não pensem que Euro pensa em se aposentar ou desacelerar o ritmo. Nada disso. Trabalha todos os dias no jornal, de manhã e de tarde, de segunda a sábado. É comum também vê-lo em diversos eventos, sempre com sua maquina fotográfica registrando tudo. Afinal um bom jornalista nunca perde o “faro” pela notícia.
Euro Tourinho, você faz parte da historia da nossa terra...
Um verdadeiro exemplo de vida.
Parabéns pelos 90 janeiros.
Até a próxima semana.
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