No dia 22 de dezembro, o Governador do Estado, juntamente com a Casa Civil, homenagearam 57 pessoas com a Medalha Mérito Marechal Rondon. Esta é a maior comenda concedida pelo estado às personalidades que contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento do estado.
Dentre os homenageados, o Senhor Sebastião de Castro Inácio, o último dos seringalistas ainda entre nós, felizmente. Algumas personalidades do nosso estado, só foram homenageadas com a mesma medalha “in memorian”, como o Capitão Esron Menezes e o Doutor Ary Pinheiro.
Sebastião de Castro veio do Ceará para Porto Velho em 1950, quando ainda éramos Território do Guaporé. Com 18 anos iniciou suas atividades nos seringais Urupi, Novo Destino e Ponta do Abunã. Depois de algum tempo trabalhando como seringueiro e muita dedicação, Castro foi convidado a gerenciar o seringal Ponta do Abunã.
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Os seringalistas Sebastião de Castro, Francisco Paiva e Alder Cantanhede,
na Praça Marechal Rondon em 1957. Fonte: Ivo Feitosa
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Em 1959, já experiente, resolve adquirir seu próprio seringal. Porém com poucos recursos financeiros, resolve ir a Belém em busca de financiamento junto sede do Banco de Credito da Amazônia, hoje BASA – Banco da Amazônia S.A. O elevado valor do financiamento na época, necessitava de analise técnica e aprovação da diretoria. Felizmente, Sebastião de Castro teve êxito, e adquiriu os seringais Cajazeiras e Quatro Cachoeiras, que pertenciam aos irmãos Ademir e Alder Cantanhede. Hoje estas terras estão localizadas no município de Ariquemes.
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Sebastião de Castro recebendo homenagem do Governador Ivo Cassol e da Primeira Dama Ivone Cassol.
Foto: Humberto Oliveira
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Com o fim do ciclo da borracha, muitos seringalistas tiveram que mudar de ramo, e muitos passaram a atuar na pecuária e na agricultura. Porém a maior dificuldade ocorreu com as desapropriações de terras, causadas em decorrência do Programa de Reforma Agrária, lançado pelo Governo Federal, na época do Presidente Ernesto Geisel.
È importante salientar que Castro era o caçula dentre os seringalistas da época. Quando chegou por estas bandas, já encontrou grandes seringalistas, entre eles sempre lembra dos irmãos Aldemir Lima Cantanhêde e Raimundo Lima Cantanhêde, Raimundo Marçal de Almeida Couceiro, Francisco Paiva, Otavio Reis, Emanuel Pontes Pinto e seu irmão Flodoaldo Pontes Pinto, Eduardo Vasconcelos, Chicó Alencar, João de Sá Vieira, o Jocão, além de outros. Todos muitos solidários uns com os outros. Castro sempre relata que foi muito bem recebido quando aqui chegou, pois todos pareciam uma grande família.
Ao longo dos seus quase 60 anos morando em Porto Velho, o mesmo se orgulha de ter formado todos os filhos. Porém o maior tesouro que possui é seu caráter, sua dignidade Um grande trabalhador, que muito fez pelo território, chegando a gerar ate 400 empregos diretos. Um homem íntegro, correto, um bom marido e excelente pai. Tenho certeza que é merecedor de todas as homenagens.
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Sebastião de Castro Inácio e Raimunda Barros Pantoja, casados há 53 anos. Foto: Humberto Oliveira
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Sebastião de Castro Inácio, nasceu em 20 de janeiro de 1932, na cidade de Uruburetama, no estado do Ceará, filho de Francisco Inácio Pinto e de Francisca Paula de Castro. Em abril de 1956, casou-se com Raimunda Barros Pantoja Filha, sua eterna e dedicada companheira. Desta união nasceram 10 filhos: Sebastião, Francisco, João, Humberto, Edson, Emerson, Marilena, Marineide, Marisâmia e Michele. O casal tem hoje 23 netos e dois bisnetos.
Quero aqui registrar minha grande satisfação em cumprimentar a família Castro, e dizer que todos devem se orgulhar muito pela justíssima homenagem. Parabéns ao grande amigo Sebastião de Castro, Dona Raimunda, aos filhos, netos e bisnetos. Parabéns em especial a sua filha Marisâmia, minha querida esposa.
Aproveito a oportunidade para informar aos leitores que estarei ausente por duas semanas, retornando na segunda quinzena de janeiro, trazendo mais historias da nossa terrinha.
Que Deus nos abençoe...
Feliz Ano Novo... Até 2010.
ANISIO GORAYEB
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)