Segunda-feira, 28 de setembro de 2009 - 06h44
Porto Velho dos anos 60 tinha muitas curiosidades, entre elas, me recordo muito bem de um contrabandista que morava em cima do Café Santos. Estou me referindo ao Sr. Ibrahim. Um judeu de idade avançada, já naquela época. Sabe Deus, como o Ibrahim chegou por essas bandas, escolhendo nossa cidade para ser sua última morada. O certo é que o mesmo se deu muito bem por aqui, pois conseguiu se estabelecer como um grande fornecedor de produtos de origem clandestina, ou melhor, de origem estrangeira. O certo é que o nosso personagem era considerado a “zona franca” de Porto Velho.
Todos sabiam que o Ibrahim era contrabandista, porém não era incomodado por ninguém. As autoridades faziam vista grossa. Até porque ele não era sacoleiro para ir vendendo seus valiosos produtos na porta das pessoas. O mesmo estava estabelecido em seu apartamento, nos autos do Café Santos, como relatei anteriormente. Se tivessem intenção de prendê-lo seria muito fácil. Bastava entrar em seu apartamento que toda a mercadoria estava exposta.
Além de vender produtos importados sem autorização, nota, procedência, garantia e outras coisas mais, era viciado em jogo. Ibrahim amanhecia em grandes mesas de pôquer. Na verdade a cidade não dava muita opção aos mais velhos, e com isso, muitos tinham como vicio a jogatina e também bebiam muito. As grandes mesas iniciavam sempre no Café Santos, e depois continuavam em algumas residências, entre elas a minha. O Café Santos foi por muito tempo o local de encontro da cidade de Porto Velho. Hoje no local funciona uma farmácia, na esquina da Sete de Setembro com a Prudente de Moraes.
A bem da verdade, Ibrahim foi o maior e melhor contrabandista, que passou por esta cidade. Muito gentil, educado, um homem fino e de muito bom gosto. Atendia aos mais exigentes clientes, pois sempre tinha novidades e seus produtos eram sempre de primeira qualidade. Confesso que ate hoje não sei qual era o esquema que ele tinha para receber suas mercadorias.
Lembro-me que foi no Sr. Ibrahim que meu pai comprou minha primeira calça jeans da marca LEE, a famosa calça americana. Fazíamos questão de deixar à mostra a etiqueta de couro que trazia estampado a marca da calça. As madames da sociedade compravam as sofisticadas sedas japonesas, além de outros tecidos, maquiagem, os estampados lenços de cabelo e muitos perfumes, dentre eles o “Bond Stret” que era o preferido. Já os rapazes, além dos jeans, procuravam relógios da marca Seiko e o perfume que fazia sucesso com as garotas, o “Vitess”. Havia outras novidades como: radinhos de pilha de vários modelos, rádios para carro, despertadores, todos os tipos de relógios, além de uma grande variedade de wisques.
Infelizmente não conseguimos muitos detalhes nem fotos do Ibrahim. Ninguém sabe informar se o mesmo tem algum herdeiro ou parente aqui em Porto Velho. Sabe-se apenas que o mesmo chegou por aqui nos anos 60 e aqui mesmo faleceu nos anos 70. Sua marca era um enorme diamante que o mesmo usava no dedo. Detalhe: após sua morte o anel sumiu, e até hoje não se sabe como. Realmente, nosso personagem teve uma vida sempre encoberta de mistérios e suspense... Assim como nos cinemas...
Fiquem todos com Deus...
Até a próxima.
ANISIO GORAYEB
Anísio Gorayeb comunica que contraiu o Covid-19.
Olá meus amigos, infelizmente testei positivo para o Covid-19.Fiz o teste no dia 26/02 e recebi o resultado dia 01/03, as 11:30hs.Imediatamente comece
"DO FUNDO DO BAÚ" - INSTALAÇÃO DO TERRITÓRIO
O Território Federal do Guaporé foi criado dia 13 de setembro de 1943, através do Decreto No. 5812, assinado pelo Presidente Getulio Vargas.O primeiro
"DO FUNDO DO BAÚ" - PRAÇA MARECHAL RONDON
Ao ver essa antiga foto da Praça Marechal Rondon, bateu aquela saudade da nossa antiga Porto Velho da década de 60.Nela, podemos ver ao fundo a constr
Infelizmente nosso querido amigo, colega de trabalhos na Rede TV Rondônia e grande profissional, Marcelo Bennesby, faleceu na madrugada dessa segunda-