RUAS DE PORTO VELHO

Década de 1960, a Rua José Bonifacio atravessando a Praça Jonatas Pedrosa. No destaque a antiga Prefeitura de Porto Velho.  (Fonte: Acervo Esron Meneses)

Ate o final dos anos 60 o centro da cidade de Porto Velho era bem diferente dos dias de hoje. Vamos iniciar lembrando Ladeira Comendador Centeno, mais conhecida como Ladeira da Prefeitura, pois a mesma situava-se no meio da ladeira, na Rua José Bonifácio.        

Havia também outra curiosidade, nesta época a Rua José Bonifácio atravessava a Praça Jônatas Pedrosa até a Sete de Setembro. No meio da praça havia um posto de gasolina da distribuidora I. B. Sabbá, cujo gerente era o Senhor Luiz Barros. O posto ficava a direita de quem descia a ladeira.

Nesta época todas as ruas do centro eram caçadas com pedras tipo paralelepípedos, pois não havia nenhuma rua asfaltada. Por sinal a primeira rua asfaltada na cidade foi a Rua Presidente Dutra, apenas no trecho em frente ao antigo Porto Velho Hotel. Escreveremos sobre isso num próximo artigo.

Outras partes da cidade também mudaram muito. Não estamos aqui criticando as mudanças, pelo contrário, pois as cidades vão se modernizando e alterações são necessárias. Nossa intenção é apenas lembrar e descrever como era Porto Velho há 50 anos.      

Avenida Presidente Dutra ao lado da Praça Marechal Rondon, próximo ao antigo Cine Teatro Resky na década de 60.  (Fonte: Acervo Esron Meneses)

A Avenida Presidente Dutra, essa do primeiro asfalto, não encerrava na Avenida Sete de Setembro, como nos dias de hoje. Seguia direto e passava ao lado da Praça Marechal Rondon findando depois do Cine Teatro Resky ao lado do antigo Fórum Rui Barbosa, hoje Fórum Desembargador Fowad Darwich.

A Rua Natanael de Albuquerque sempre foi muito pequena, porem ficou menor ainda. É a menor rua da cidade, tem o tamanho de uma quadra. Inicia na Rua Prudente de Moraes e vai até a Rua José de Alencar. Antes ela passava pelo Cine Resky e finalizava no barranco entre a Praça Marechal Rondon e o antigo Fórum.

Avenida Sete de Setembro era a principal via comercial da cidade. As principais lojas e escritórios ficavam nela ou nas proximidades. Atualmente existem outras vias e centros comerciais e um moderno shopping Center.      

A Sete de Setembro era de mão dupla, assim como todas as ruas da cidade. Nela havia dois quiosques: o Arara Bar e a Casa das Canetas. O Arara Bar ficava na esquina da Presidente Dutra, e a Casa das Canetas na esquina da Prudente de Moraes, bem em frente ao Café Santos, um bar muito famoso na época. Hoje no mesmo local do bar funciona uma farmácia.

Quiosque na esquina da Avenida Sete de Setembro esquina com Rua Prudente de Moraes em 1966, em frente ao antigo Café Santos.   (Fonte: Acervo Esron Meneses)

Lembro que na minha infância, quando morava no Bairro Caiarí na Rua Major Guapindaia, hoje Rogério Weber. Essa rua ia somente da Rua Pinheiro Machado até a Avenida Sete de Setembro. Com a chegada do 5º BEC houve a necessidade de se construir um quartel e residências para os militares. A vila residencial dos militares era chamada de REO – Residência Especial de Obras.     

O local escolhido é o mesmo onde o quartel se encontra até hoje. Para se ter acesso ao mesmo, o 5º BEC abriu uma rua dando continuidade a Rua Major Guapindaia, atravessando a Sete de Setembro. Para isso foi necessário acabar com parte dos bairros da Baixa da União e Alto do Bode.       

Como a rua ia de um extremo ao outro da cidade, resolveram denominá-la de Avenida Norte-Sul. Quando foi construída, se tornou a maior avenida da cidade. Em 1969 o filho do Coronel Weber, o primeiro comandante do 5º. BEC sofreu um acidente fatal de moto nesta avenida próximo ao quartel. Para homenagear o Coronel Weber, e na intenção de minimizar sua dor pela súbita perda, as autoridades mudaram o nome de Rua Norte-Sul para Avenida Rogério Weber. 

Recordar é viver...   

Até a próxima semana.

ANÍSIO GORAYEB