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Anísio Gorayeb

SAUDOSAS LEMBRANÇAS IV


 
Hoje voltaremos ao tema das saudosas lembranças da nossa querida Porto Velho, quando lembraremos o auge dos anos dourados. Iremos lembrar um pouco do centro comercial, da fonte luminosa, e outras coisas que nos remetem a um passado distante.

No centro comercial tínhamos a Casa Saudade, cujo nome tem tudo a ver com o titulo destes artigos. Era a maior loja de tecidos da cidade, cujo sócio majoritário era o Sr. Teodorino Torquato Dias, por isso o grupo se chamava T. T. Dias & Cia. A loja situava-se na Rua José de Alencar entre as ruas Barão do Rio Branco e Sete de Setembro. Foi por muitos anos uma referência no comércio da cidade.

Hoje existem poucas lojas de tecidos, pois se compra roupas já confeccionadas, bem diferente daquele tempo. Em conseqüência as costureiras também diminuíram bastante, assim como as revistas de moda. A revista de moda mais famosa se chamava Manequim. As mulheres aguardavam ansiosas cada lançamento da revista para se atualizarem da moda usada nos grandes centros. Essas revistas vinham com um encarte exclusivo para as costureiras, orientando no corte do tecido e os passos para a confecção.

SAUDOSAS LEMBRANÇAS IV - Gente de Opinião
Casa Saudade na Rua José de Alencar no ano de 1969. Observa-se o tipo de calçamento das ruas do centro da cidade. (Fonte: IBGE).

Uma outra curiosidade que os jovens de hoje desconhecem, é que naquele tempo dava-se muito tecido de presente. As pessoas iam a um aniversário e presenteavam o aniversariante com um tecido para confeccionar uma calça, um vestido, uma camisa e etc. Nada de roupa de marca famosa, pois não havia isso naquele tempo.

Na Rua José de Alencar, havia também a banca de revista do Seu Cidrão. A banca ficava entre a Casa Saudade e o Edifício Feitosa. Lá podíamos comprar diversos gibis: Zorro, Mandraque, Batman, Tarzan, Fantasma, Roy Roger, Cavaleiro Negro, e claro, também os gibis infantis de Walt Disney. As revistas mais famosas da época eram: O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos.

Lá também se comprava os jornais: O Alto Madeira, O Guaporé, Folha de Rondônia e O Combatente. Este último dirigido pelo polêmico Inácio Mendes. Seu Cidrão vendia também os bilhetes da Loteria Federal, pois não havia as loterias de hoje (mega sena, quina, lotomania, lotofácil), muito menos casas lotéricas. O Bola Sete, um crioulo forte e bom de samba, daí o apelido, vendia os bilhetes de loteria pelas ruas da cidade.
 

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Capas de algumas revistas dos anos 60 e 70. A revista Sétimo Céu exibia fotonovela com artistas brasileiros. (Fonte: Flickr.com/Passarela Cultural)



Naquela época as mulheres liam muito as revistas de fotonovelas, pois não havia televisão em Porto Velho. A revista mais famosa deste gênero se chamava Sétimo Céu. É bom explicar que Seu Cidrão não tinha uma banca de revista como as de hoje, a sua banca de revistas era bem diferente. Ele esticava um tecido verde, meio aveludado na calçada, e ali arrumava cuidadosamente suas revistas e jornais.

 

SAUDOSAS LEMBRANÇAS IV - Gente de Opinião
Praça Getulio Vargas na década de 60, antes da instalação da fonte luminosa. (Fonte: Acervo Esron Menezes)

 

No ano de 1970, ocorreu um grande acontecimento na cidade. A inauguração da fonte luminosa da Praça Getulio Vargas. A população ficou encantada ao ver aquela fonte com águas coloridas. Foi um fato tão importante que no dia da inauguração, muitas autoridades compareceram para prestigiar o acontecimento. Para completar a grande festa tivemos ainda a apresentação da banda de música da Guarda Territorial, carinhosamente chamada de ”Furiosa”.

As famílias visitavam a praça para assistir o belo espetáculo da fonte luminosa, próximo dos prédios que formam o mais belo cartão postal do centro histórico da cidade, o Palácio Presidente Vargas e o antigo Porto Velho Hotel, hoje Prédio da UNIR/Centro.

Atualmente não temos mais a fonte luminosa nem a banda da Guarda Territorial, porém ainda temos a Praça Getulio Vargas, que foi reformada recentemente, e em frente à praça foi inaugurado o novo Mercado Cultual, que passou a ser o local de eventos da cultura regional.

Recordar é viver...

Fiquem todos com Deus.

Até a próxima.

ANISIO GORAYEB

 

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