Uma coluna sem papas na língua 08/05/08

Justa homenagem

Ao conceder o título de cidadão honorário para José Bianco e Assis Canuto, a Assembléia Legislativa promoveu ontem uma justa homenagem a duas personalidades históricas de Rondônia. Ambos tem larga folha de serviços prestados ao estado. Foram desbravadores, pioneiros e exerceram cargos importantes nas esferas municipal, estadual e federal.

Bem prestigiados

A sessão realizada ontem pelo Parlamento estadual foi muito prestigiada, com nomes da estatura do ex-governador Oswaldo Piana Filho, do ex-presidente da Assembléia Legislativa Silvernani Santos e do presidente do Grupo Eucatur Assis Gurgacz, que veio especialmente do Paraná para prestigiar o acontecimento, entre tantos nomes de proa.

PIB rondoniense

Além das autoridades estaduais, prefeitos, deputados e lideranças políticas, o que se viu foi boa parte do PIB rondoniense presente ao acontecimento da concessão do título de Cidadão Honorário aos homenageados. Num plenário lotado, Bianco e Canuto – como também o outro homenageado empresário Valério Gazin - não escondiam a emoção pelo reconhecimento de décadas de trabalho em prol do estado.

Personagens da história

Ao cumprimentar Bianco e Canuto, lembrei que importantes personagens da história de Rondônia estavam no local. Canuto, que abriu os primeiros projetos de colonização, Bianco presidente da primeira Constituinte e seu Assis, que viveu a epopéia de transportar milhares de migrantes pela Eucatur para a colonização do estado. Em ocasião anterior o próprio Assis já tinha sido homenageado.

Clima mais ameno

A cerimônia de ontem serviu para amenizar o clima tenso que envolveu a Assembléia Legislativa nos últimos dias. O presidente Neodi Carlos, que conduziu os trabalhos, conseguiu aparar as arestas existentes, demostrando que sua articulação política funciona bem. Com plenário lotado por autoridades, familiares e convidados, o que se viu foi uma sessão histórica.

Momento histórico

O deputado estadual Jesualdo Pires (PSB), um dos parlamentares mais destacados da atual legislatura frisou a importância dos homenageados Bianco, Canuto e Gazzin, enfatizando o momento histórico vivenciado pelo Parlamento Estadual. O combativo representante da BR discorreu sobre o evento destacando o papel dos homenageados no desenvolvimento do estado.

Servidores em aperto

Uma enorme fatia dos servidores públicos municipais, estaduais e federais já não temo que receber no final do mês, por conta dos chamados empréstimos consignados, que praticam juros escorchantes e que estão levando aposentados e velhinhos  ao desespero. É uma situação lamentável. Tem funcionário com dois e até três empréstimos em cobrança.

Vice é mistério

Que o PT e o PMDB estão apalavrados para as eleições municipais em Rondônia, todo mundo sabe. Que a situação na capital, onde existem rachas internas no partido será resolvida, também não há dúvidas, já que manda quem pode (o clã Raupp) e obedece quem tem juízo. O mistério é a indicação do vice dentro do PMDB.

Fernando Prado

Pré-candidato a prefeito do PMDB, o empresário Fenando Prado leva uma vantagem para indicação de vice do prefeito Roberto Sobrinho: tem apoio da maioria dos convencionais na base e também conta com a simpatia do casal Raupp. Por conseguinte, neste momento é o nome que encontra mais respaldo para a aliança.

Do Cotidiano

Os casos curiosos

Desde as primeiras eleições municipais do estado em 1982, quando Rondônia contava com menos de uma dúzia de municípios, que seguem prefeitos pegos com a boca na botija, Nos últimos anos a coisa tem se agravado: só na fornada dos eleitos de 2004, foram uma carrada: Cláudio Pilon, de Guajara Mirim, José Amauri, de Jaru, Irandir de Oliveira de Ouro Preto do Oeste e tantos outros afastados ou ameaçados ainda pela degola.

Os problemas mais comuns, conforme recente pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral –TSE, constado nas municipalidades, são do abuso de autoridade, de poder econômico e compra de votos. No país, desde 2004 o TSE já cassou 250 prefeitos. Calcula-se que 4,5 dos prefeitos são cassados a cada ano.

O número, conforme o mesmo levantamento, poderia ser bem maior. Dezenas de políticos cassados, se mantém nos cargos – sejam prefeitos, deputados estaduais, federais e senadores –graças á concessão de liminares.

Tem ocorrido, nos municípios, os mais diversos casos, conforme o TSE. Em Guajará Mirim, em Rondônia, houve até o prefeito que foi cassado, venceu uma nova eleição para substitui-lo, para meses depois, ser retirado do cargo pela justiça. O que dizer, então de Jaru, onde o prefeito José Amauri foi cassado, mas considerado apto para disputar as eleições a deputado estadual, se eleger e ser empossado?
A cassação do prefeito, como explica o TSE, pode ser determinada tanto pelo juiz eleitoral como pelo Tribunal Regional Eleitoral. O Ministério Público, partidos e coligações podem oferecer denuncias contra os eleitos. Acolhidas, ou rejeitadas pelo juiz eleitoral, delas ainda cabe recurso ao Tribunal Eleitoral de cada estado. Da sentença da corte regional, em alguns casos caberá recurso ao próprio TSE.

Por causa de todos esses mecanismos jurídicos, tivemos na década de 80 casos curiosos. No município de Pimenta Bueno, houve a cassação de um prefeito e a cada seis meses, se revezava, por conta de sucessivas liminares, com um adversário administrando o Palácio Barão do Melgaço, sede daquela municipalidade. E foi assim quase uma gestão inteira,  gerando graves problemas a chamada "Princesinha da BR".

Em Minas Gerais, cerca de 20 prefeitos foram cassados nos últimos anos, entre eles, um que distribuiu  carne, pão e chope para os eleitores durante um comício. Um prefeito na Bahia perdeu o cargo por comprar votos com fertilizantes.

De notas frias em oficinas mecânicas, superfaturamento na aquisição de pães, promessa de cargos públicos, os prefeitos brasileiros vão se atolando...

Via Direta

*** Buscando polarização  para o pleito de outubro o peemedebista Edvaldo Soares começa a bater forte na administração José Bianco (DEM) *** Lurdinha do PT entra na briga pela prefeitura de Presidente Médici *** PT e PMDB estão se acertando em vários municípios para as eleições 2008, mas na capital a coisa continua encruada *** Em vista de  superlotação e excesso de cargas, a Marinha começa a apertar a fiscalização das embarcações no Rio Madeira.   

Fonte: Carlos Sperança