Sexta-feira, 11 de abril de 2008 - 05h51
Causando desgosto
Para desgosto do atual prefeito Roberto Sobrinho (PT) e do pré-candidato a prefeito Lindomar Garçon (PV), o deputado federal Mauro Nazif (PSB) está entrando na peleja pelo Palácio Tancredo Neves, sede da prefeitura de Porto Velho. Explico os reflexos e as conseqüências da decisão do candidato socialista, ainda não confirmada oficialmente, abaixo.
Segundo turno
A primeira conseqüência do ingresso de Nazif nas paradas é de forçar um segundo turno nas eleições na capital. Sobrinho tinha largado bem na frente, e sem Nazif para atrapalhar seus planos, pavimentava até uma eleição em um único turno. Já, com Nazif na corrida sucessória, todo o quadro muda. Por trás dele teremos uma poderosa coalizão partidária.
Garçon prejudicado
Também não é da conveniência de Garçon que Nazif dispute a prefeitura, já que com ele no páreo ficará difícil o ingresso no candidato verdinho num hipotético segundo turno. Nazif tem mais credibilidade e tem a preferência do eleitorado antipetista e anticassolista – que é enorme – na capital rondoniense.
Militância empurra
Entusiasmada com as primeiras sondagens do ano, a militância petista empurra o padre Franco para a disputa do Palácio do Café em Cacoal. Franco representa o lado bom da política rondoniense na temporada e representa uma renovação saudável dos quadros políticos já viciados e desgastados no estado.
Folha paralela
Até agora apenas o deputado Maurinho (PSDB) foi denunciado por montar uma folha paralela, onde paga seus funcionários e exige a devolução de mais da metade. Mas tem mais gente envolvida na coisa e já existem denuncias até na Polícia Federal. As coisas podem esquentar de novo na Assembléia Legislativa.
A inocência perdida...
Maurinho alega inocência das acusações, mas já deixou bem claro nos corredores do Poder Legislativo, que se for punido vai abrir o bico. O que seria abrir o bico? Falar que pelo menos mais uma dúzia tem feito a mesma coisa naquele Parlamento. Trocado em miúdos: é mais fácil galinha criar dentes do que o tucaninho acabar punido...
Genérico do Garotinho
Em suas aparições na TV, o Dr. Alexandre Brito se assemelha a um genérico populista do ex-governador do Rio de Janeiro, Antony Garotinho. O pré-candidato a prefeito do PTC aproveita seus programas de rádio e televisão (puro marketing político, diga-se de passagem) para cativar o eleitorado da capital.
Guajará Mirim
Fragmentada por correntes políticas tradicionais que impedem seu crescimento, a cidade de Guajará Mirim festejou mais um aniversário ontem, com os olhos voltados para o futuro, já que a construção da ponte binacional, prevista no orçamento da União, poderá ser a redenção do município.
Saúde pública
Com um ato de protesto no Congresso Nacional, os médicos brasileiros vão se posicionar a respeito da grave situação da saúde pública no próximo dia 17 de abril, conforme anunciam os dirigentes locais. Em Porto Velho e no estado de Rondônia o drama vivenciado pelos grandes centros é o mesmo: poucos recursos para atender tanta demanda.
No lugar certo
O governador Ivo Cassol mexeu bem no seu secretariado. A começar por tirar o madeireiro Augustinho Pastore da Secretaria de Meio-Ambiente. Foi para o Idaron, que trata de vacinar o gado contra a febre aftosa. É mais coerente e Pastore, com sua vivência junto a classe produtora, vai tirar de letra a nova função.
As articulações
O deputado estadual Alex Textoni (PTN-Ouro Preto do Oeste) comanda os entendimentos para formar uma grande chapa para bater o ex-prefeito Carlos Magno (DEM), considerado o franco favorito para a peleia de outubro. Deputado estadual mais votado na Bacia Leiteira, Textoni quer emplacar seu irmão, Jaques Textoni no Paço Municipal.
Do Cotidiano
Ameaça na Amazônia
Criaturas terríveis invadem comunidades amazônicas e atormentam os moradores. Estrangeiros? Alienígenas? Seria possível imaginar que fosse o cenário de um disaster-movie, um filme de catástrofes, tão comum nos cinemas e locadoras. Nessas películas, quando os vilões não são fenômenos climáticos, incêndios ou terrorismo, são monstros, insetos exagerados, aves e animais contaminados. No entanto, a diversidade amazônica é tão ampla que não é preciso nenhum diretor de cinema exagerar absolutamente nada para que o desastre e as cenas cinematográficas aconteçam.
Foi o que perceberam os moradores de Novo Aripuanã, no vizinho Amazonas, a 220 quilômetros de Manaus, cuja vida foi sensivelmente alterada por contra de uma progressiva invasão de formigas carnívoras que no início causavam incômodo, mas aos poucos passaram a semear a confusão na cidade, a exemplo de três outros municípios do estado que tiveram experiências semelhantes, Eurinepé, Envira e Novo Airão.
Os quintais que eram utilizados para roças foram praticamente abandonados. Grilos, lagartos e ratos são rapidamente devorados pelas comensais famintas. Até ficar á sombra de uma árvore passou a representar risco para a população. Tudo que é vivo e possa servir de cardápio para as formigas corre o risco de sofrer ataque.
Elas, no entanto, não são invasoras desconhecidas nem se trata de qualquer mutação excepcional causada por algum desequilibro químico. As formigas pertencem á espécie Solenopsis Saevissima, chamadas popularmente como formigas do fogo ou lava-pés.
Consta que a primeira colônia chegou em toras de madeira que desceram das cabeceiras dos rios. Os ninhos se espalharam rapidamente e o perigo passou a ser notado quando animais domésticos – cães, gatos e galinhas –sofreram ataques nos quintais e anunciaram sua presença à comunidade. Sem o menor temor, elas também atacam seres humanos, mordendo-os pelos pés.
Nativas da região a proliferação dos insetos é favorecida pelo lixo urbano já que se trata de uma espécie de formiga que aproveita todo o tipo de material orgânico.
Não demora para que as danadas cheguem a Porto Velho, já que chegam através de toras de madeira, que é o que mais vemos boiar nas barrentas águas do Rio Madeira nesta época do ano...
Via Direta
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Fonte: Carlos Sperança
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