Terça-feira, 12 de fevereiro de 2008 - 10h54
Obras na Amazônia
Numa boa entrevista a revista Istoé, que já circula nas bancas desde o final de semana, o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia _INPE Philip Fearnside critica obras como as hidrelétricas do Rio Madeira e a restauração da BR-319 que liga Porto Velho-Manaus.
Impactos ambientais
Conforme o ecologista do INPE os impactos ambientais serão enormes na região. A Br-319 vai ensejar a aceleração do desmatamento na Amazônia e as usinas de Santo Antônio e Jirau graves impactos ao meio ambiente para o Brasil e inclusive á Bolívia, que será afetada com inundações.
Quadro favorável
Com a perspectiva de quatro candidaturas a prefeito em Ji-Paraná nas eleições de outubro, o divisionismo da oposição na capital da BR beneficia diretamente o projeto de eleição do atual prefeito José Bianco (DEM). Além do próprio Bianco ensaiam entrar na disputa Joarez Jardim (PSDC), Edvaldo Soares (PMDB) e agora o tucano Zé Otônio.
Nadando de braçadas
Apupado nas últimas semanas com a possibilidade do lançamento de Joarez Jardim pelo governador Ivo Cassol, Bianco volta a nadar de braçadas. Num quadro como este de quatro postulações as eleições de outubro estão sob medida para ele. Já pode até mudar a estratégia e botar o vice que bem entender. O esquema da oposição de Jipa é de "chama-derrota".
Garçon X Sobrinho
São duas estratégias diferentes, mas corretas. O deputado federal Lindomar Garçon (PV) aumenta o tom contra o prefeito Roberto Sobrinho para definir logo a polarização e evitar que o também concorrente Mauro Nazif bote água no seu projeto de chegar ao Palácio Tancredo Neves. Já, o petista Sobrinho, catimba o jogo, postergando o debate sucessório, o que é mais conveniente para ele no momento.
Pau no Sobrinho
Em política, sempre que os adversários estão em desvantagem, largam a lenha sem dó no concorrente que ponteia a corrida eleitoral, visando emparelhar a peleja. As vezes dá certo, as vezes não. Com Cassol, na eleição ao governo a coisa não deu certo. Quanto mais recebia pauladas dos candidatos oposicionistas, mais Ivo crescia. Parecia massa de pão fermentado, coisa de louco.
Dará certo?
Será que a estratégia de sentar a ripa no petista dará certo? Já é o que está acontecendo nas capital: Sobrinho mantém larga vantagem sobre a concorrência oposicionista e seus adversários precisam brigar por uma vaga a um hipotético segundo turno. Aí, então a concorrência acredita - será outra conversa, com os petistas: todo mundo contra Sobrinho.
Jogando no erro
Mas na peleja da capital, existe uma terceira via vitaminada e que cresce nos erros dos seus dois adversários, Sobrinho e Garçon. Trata-se do deputado federal Mauro Nazif, que vem bem credenciado para a disputa, já que fez milhares de votos a mais do que Garçon em Porto Velho na eleição passada. Quem faz 50 mil votos a deputado federal na capital, como Nazif fez, é um nome de envergadura. Já está com um pé no segundo turno.
Escolha do vice
Além de uma pauleira que vem aí pela frente todos os concorrentes na busca da polarização o petista tem um baita problema para resolver, que é a escolha do seu vice. Se escolher errado, e misturar água com vinho, vai tubular gloriosamente, como fez Nazif no pleito passado. As rivalidades tribais da capital não admitem mistura....
Do Cotidiano
A carnificina nos presídios
A cada ano mais explosiva, a situação da população carcerária no Brasil não tem soluções a médio prazo, mesmo com a construção de novos presídios em estados onde a superpopulação continua sendo uma amarga realidade, como Rondônia. Nosso estado abriga mais presos do que todos os estados vizinhos juntos e, nem a próxima inauguração do presídio federal vai reduzir uma demanda assustadora provocada pelo tráfico de drogas e seus reflexos na criminalidade regional. E haja mais criminalidade, haja mais despesas com tanto encarcerado.
Muitas propostas tem surgido nos últimos anos para reduzir os custos nas penitenciárias e agregar valor social á pena. Em alguns estados já existe até penitenciárias tocadas pela iniciativa privada, num perigoso precedente.
Uma das propostas voltadas a tratar da questão carcerária já tramitando na Câmara Federal obriga os presos condenados a produzirem seu próprio sustento alimentar.
O texto que ora é examinado no Congresso, estabelece que esse trabalho não poderá ser prestado a entidades privadas e que, caso não seja realizado ou seja insuficientemente realizado, o estabelecimento penal fornecerá o alimento. A proposta também respeita as aptidões e a capacidade de cada preso.
O autor do projeto, o senador Marconi Perilo (PSDB-GO) argumenta que a produção de alimentos pelos presos contribuiria para reduzir o alto custo para o estado, além de agregar valor social ao cumprimento da pena. Ele entende que a situação atual não ajuda a ressocialização e enfatiza os recentes dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depem), segundo os quais menos da metade dos presos trabalham. Menciona ainda dados divulgados pela grande mídia segundo os quais a população carcerária do Brasil dobrou entre os anos de 1995 e 2003.
Estima-se que temos nas penitenciárias cerca de 385.000 presos cumprindo pena no Brasil e o déficit do sistema prisional chega a 194 mil vagas. É realmente uma situação desesperadora e presídios como o Complexo Urso Branco, em Porto Velho, se transformaram em barril de pólvora, com tanto detento amontado. Isso tem gerado violentas rebeliões e verdadeiras carnificinas nas penitenciárias brasileiras.
O caso de Rondônia tem proporções terríveis. Com os presídios superlotados não existem mais vagas. Sabe-se que só em Porto Velho existem mais de 2 mil mandados de prisão. Como é que a Superintendência de Assuntos Penitenciários faria para atender essa demanda se todos fossem capturados, por exemplo, numa mesma semana?
Via Direta
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Fonte: csperanca@enter-net.com.br
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