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Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua - 15/01/08


O plebiscito
Cerca de 10 mil eleitores estão aptos a votar no plebiscito que vai decidir a emancipação da Ponta do Abunã que reune quatro distritos: Extrema, Nova Califórnia, Vista Alegre e Fortaleza do Abunã. A população aguarda com expectativa a definição da data pelo TRE e já se fala em termos de eleições do primeiro prefeito em outubro.

Impactos sociais
O rigor do Ibama acreano (infelizmente, quem manda na região é o Acre...) contra as madeireiras rondonienses causou impactos sociais na região da Ponta do Abunã no final do ano. Com muita gente desempregada – o maior empregador é o setor madeireiro – o comércio não obteve a performance desejada no final de ano.

Na aproximação
Uma coluna sem papas na língua - 15/01/08 - Gente de OpiniãoDepois de um trabalho duro em 2007, no qual usou até a estratégia de se exibir como apresentador populista de rádio e televisão, o deputado estadual Alexandre Brito, pré-candidato do PTC a prefeito de Porto Velho começa a se aproximar do primeiro pelotão (Sobrinho, Garçon, Nazif). O desafio agora é  a ultrapassagem.

Uma coluna sem papas na língua - 15/01/08 - Gente de OpiniãoA fragmentação
Mas Brito se tornou um problema para a base cassolista. Na medida em que Alexandre Brito cresce, ele avança justamente na seara de outro candidato da base aliada que é Lindomar Garçon. Não tira nada de Sobrinho e pouco entra na faixa de votos do médico Mauro Nazif. A fragmentação de votos da base cassolista beneficia Nazif.

Bem prestigiado
Bem prestigiado, em solenidade que ocorreu sábado passado, o dirigente Inácio Azevedo tomou posse para um seguindo mandato no cargo de presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores –PT. Azevedo começa a traçar a estratégia do paio para as eleições municipais e reúne todo apoio do comando estadual.

Uma coluna sem papas na língua - 15/01/08 - Gente de OpiniãoAs indefinições
Em vista da União não acatar a decisão do Senado de suspender a cobrança da dívida do Beron, a área de planamente do governador Ivo Cassol vai precisar refazer seus planos. Muitas obras podem ser atingidas ou até adiadas, como é o caso do centro Administrativo e Político de Rondônia.

As prestações
Da lavra do senador Álvaro Dias (PT), tramitando na Comissão de Assuntos Econômicos do Congresso, permite a educação das prestações da casa própria no imposto de renda. Para ter direito ao benefício, entretanto, o contribuinte só poderá possuir um imóvel, avaliado em valor inferior a R$ 150 mil.

Direitos sociais
Em sua justificativa, o senador paranaense lembra que a moradia está inserida na Constituição como um dos direitos sociais. Apesar disso, o Brasil é reconhecidamente um país “de imensas carências na área habitacional”. De fato, uma das maiores queixas da população ainda é o problema da casa própria.

Construção civil
Vejo um largo alcance social na proposta de Álvaro Dias: Além de beneficiar as camadas mais carentes da população, a permissão para abatimento das despesas com aquisição de moradia do IR representaria um subsídio a industria da construção civil. Como se sabe, o setor é um dos que mais gera empregos no país.

Uma coluna sem papas na língua - 15/01/08 - Gente de OpiniãoReforços a vista
Com a necessidade de emparelhar a peleja com o prefeito Roberto Sobrinho pelo Palácio Tancredo Neves os alquimistas palacianos estudam uma coordenadoria de assuntos metropolitanos, ou seja uma prefeitura paralela, para tocar horas de limpeza e encascalhamento a partir de março. O nome estudado é ligado ao pré-candidato Garçon, com apoio de Expedito Júnior.

Do Cotidiano

A margem dos direitos

A pensadora Hannah Arendt (1906–1975) se assustava com a idéia de que o desenvolvimento tecnológico iria determinar crescentemente a extinção de inumeráveis postos de trabalho. “Aquilo com que nos defrontamos”, dizia ela, “é a perspectiva de uma sociedade de trabalhadores sem trabalho, quer dizer, sem a única atividade que lhes cabe. É certo que nada poderia ser pior do que isso”. Os temores da filósofa alemã estão se confirmando, como comprovou mais recentemente outro pensador, o americano Jeremy Rifkin. Em seu livro atemorizante intitulado O Fim do Emprego, ele sentencia:

– Hoje, um terço da força de trabalho mundial – algo em torno de um bilhão de pessoas – está sem emprego, mas não vive em “cabanas eletrônicas”, não está no “setor de serviços” nem se dedica, aparentemente, ao ócio criativo. Pelo contrário, o que as estatísticas mostram é que esses milhares de desempregados seguem ligados ao mesmo “paradigma do trabalho”, só que agora como trabalhadores terceirizados ou subcontratados, com direitos cada vez mais limitados.

Rifkin argumenta que a máquina está cada vez mais barata. Utilizam-se duas de cada vez: quando uma sofre avaria, outra, que não gera nenhum encargo adicional, a substitui. Quando não há mais conserto, troca-se. Tudo isso sem ações trabalhistas ou dores na consciência. E enquanto a máquina se torna barata e prática, o homem está cada vez mais caro: o custo de vida e as necessidades urbanas o levam a reivindicar reajustes de salários e os compromissos de quem contrata representam encargos perante o Estado. Máquinas não fazem passeata nem greve.

O Banco do Brasil, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e o Sebrae, com o apoio de diversas entidades empresariais, promoveram nas principais cidades do País o Mutirão da Cidadania Empresarial, com a finalidade de convencer os empresários hoje na informalidade a formalizar sua situação. Mas o que se viu foi uma adesão ainda restrita e relutante, até porque há muitas empresas no limite da marginalidade e outras completamente ilegais, como as voltadas aos “negócios” do tráfico de drogas, do contrabando, da rapinagem florestal.       

A “carteira assinada” vai rareando, pois os novos empregos, quando surgem, já nascem na informalidade. Com isto, mais da metade dos trabalhadores brasileiros estão à margem dos direitos trabalhistas e por mais que os mutirões da cidadania empresarial se multipliquem, as condições gerais da atual etapa de desenvolvimento do capitalismo no mundo ditam regras completamente opostas.

Falta a emergência no planeta de um novo humanismo, que se preocupe não apenas em reciclar plástico, papelão e vidro, mas também reciclar homens, esses materiais cada vez mais inservíveis.

Via Direta

*** Continua um jogo de empurra entre o governo do estado e as prefeituras no que tange aos problemas de saúde e educação *** Estão longe de falar a mesma língua *** A ligação com a BR-364 é a grande luta do Distrito de Triunfo *** Mesmo com negativas sobre epidemia, a febre amarela assusta e leva multidões aos postos de saúde em todo o país.

Fonte: csperanca@enter-net.com.br

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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