Uma coluna sem papas na língua 25/03/08

Especial da Amazônia

Na edição de fim de semana a revista Veja publica uma reportagem especial de 20 páginas sobre a Amazônia. Dividida em capítulos, a matéria trata da preservação, do grau de desmatamento, o avanço do boi, da soja e os reflexos da madeira na  economia, a ameaça predatória do homem e as propostas para o futuro.

Amorim amoleceu?

O tempo acabou amolecendo o deputado Amorim? O caudilho era acostumado a resolver suas pendengas na pancada. Agora, denuncia que sua filha, a deputada estadual Daniela é ameaçada de morte e não tem coragem sequer de falar dos nomes dos suspeitos. Vamos homem, coragem! É preciso dar os nomes aos bois...

Direitos políticos

Com os direitos políticos cassados – mas pode ainda recorrer – o deputado federal Lindomar Garçon (PV) recebe mais uma pancada na sua trajetória de pré-candidato a prefeito em Porto Velho. Primeiro quase foi cassado por infidelidade, depois encrencou-se com alguns partidos da base. Sem contar o fato das reclamações contra ele, por piratear projetos de autoria de colegas no Congresso.

Ex-deputados

Mas é uma carrada de ex-depuatdos estaduais e federais entrando na briga pelas prefeituras nas eleições de outubro. Entre eles Sandy Calixto (Rio Crespo), Romeu Reolon (Alto Paraíso), Ronilton Capixaba e Carlos Magno (Ouro Preto do Oeste), Isaac Benesby (Guajará Mirim), Nilton Capixaba (Cacoal), entre outros nomes já conhecidos na aldeia.

Peitos estufados

Com o peito estufado, como pombos, os prefeitos de Itapuã do Oeste Robson Oliveira e, Adão Nink, de Theobroma estão inaugurando modernos  e arrojados paços municipais no interior. Com orçamentos liliputianos, alguns alcaides vem mostrando competência e tem suas administrações bem avaliadas pela população, casos também de Cacaulândia e Vale do Paraíso.

Chegando garimpeiros

A notícia dando conta de que a permissão da lavra garimpeira no rio Madeira já teria sido publicada pelo Diário Oficial da União atraiu centenas de garimpeiros para a região de Porto Velho. A permissão ainda  não saiu, mas a noticia está se espalhando Amazônia afora e o deputado federal Mauro Nazif (PSB) garante que o ato sai no decorrer desta  semana.

Bancada federal

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Rondônia, o poderoso Sindsef, Hérclus Coelho de Lima, pretende se reunir hoje com a bancada federal, para denunciar as perdas salariais que a categoria bem sofrendo nos últimos anos. O dirigente acredita que conta com apoio dos deputados federais e senadores para reverter a situação.

Muitas parcerias

Como fazia o falecido prefeito Chiquilito Erse, o atual prefeito Roberto Sobrinho (PT) trabalha com criatividade e parcerias. Várias boas já inauguradas, como a restauração das praças  das Caixa d'água e Aluísio Ferreira, foram fruto de parcerias com o empresariado. A Praça da Cidade, na região do Conjunto Marechal Rondon, será outra obra oriunda da captação de recursos junto a iniciativa privada.

Ameaça de fechamento

Assim como em Rondônia, a maioria dos políticos também defendem o desmatamento no Mato Grosso. E assim, como em Rondônia, para protestar contra o que consideram uma "injustiça", também ameaçam fechar a BR- 364, como prometem lideranças de 19 municípios atingidos pela Operação Arco de Fogo, da Polícia Federal. Haja semelhanças...

Do Cotidiano

As línguas ameaçadas

D. Quixote ainda existe. Ele hoje leciona em escolas bilíngües. Essa é a primeira constatação a que se chega ao verificar a existência de bem poucas escolas que ensinam, além do Português ou do Espanhol, os idiomas nativos das comunidades amazônicas, mesmo considerando que a predominância dos idiomas latinos tenha contribuído para a extinção de diversas línguas indígenas nativas na América Latina.

De acordo com uma pesquisa da National Geographic Society e do Instituto Living Tongues, destinada a identificar as regiões mais vulneráveis ao desaparecimento de línguas, um idioma se extingue a cada 14 dias. É a diversidade cultural desaparecendo sob as patas dos cavalos e rodas dos caminhões, as armas e a vontade dos "bandeirantes" e dos "conquistadores". Das cerca de 7 mil línguas faladas hoje no mundo, muitas desaparecerão ainda neste século, segundo a pesquisa. Só no Brasil, são 180 as línguas ameaçadas.

A pesquisa identifica algumas regras gerais da matança idiomática. A primeira delas é que, modernamente, as políticas governamentais forçam as tribos a abandonarem seus tradicionais modos de vida e a destruir seu ecossistema natural em troca de ganhos econômicos. A língua estaria dentro desse processo, no qual as tribos abandonariam suas línguas naturais para integrar-se ao Português ou Espanhol ou, ainda, a linguagens indígenas de maior abrangência, como o Guarani, no caso do Brasil.

As áreas consideradas de grande ameaça às línguas no País são Mato Grosso do Sul, onde hoje menos de 20 pessoas falam ofaié (tribo ofaié ou opaié) e menos de 50 falam guató (tribo guató), além de Rondônia, em que apenas 80 pessoas se comunicam pela wayoró, língua indígena falada nas proximidades do rio Guaporé. Se consideramos que a manutenção, reprodução e conhecimento do idioma de um povo são condições elementares para sua preservação, liquidar um idioma representa a liquidação dos fundamentos desse povo. Com isso, ele acaba se extinguindo por si só, sem referencial, identidade ou capacidade de reagir à eliminação.

No Paraná, onde a limpeza étnica foi uma das condições para a ocupação do interior, tardiamente, mas de forma consistente, já se considera a manutenção do idioma um pré-requisito para o fortalecimento dos povos. Há 29 escolas indígenas do Paraná que ensinam as matérias curriculares de qualquer educandário, associadas também ao idioma materno, levando em conta não só a oralidade, mas também o registro escrito e por imagem, inclusive como elemento de alfabetização.

É uma iniciativa meritória, mas esbarra em problemas que só uma boa vontade política poderia superar, como a falta de publicações nas línguas indígenas e a batalha entre as variações dos principais troncos idiomáticos.

*** O prefeito de Candeias do Jamari Chico Pernambuco (PMDB) aposta no seu projeto de regularização fundiária para se reeleger *** O PDT prepara um chapão pra disputar as 17 vagas à Câmara de Vereadores de Porto Velho *** Na capital, Fernando Prado busca apoio dos convencionais do PMDB para garantir sua postulação a prefeitura.

Fonte: Carlos Sperança