Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024 | Porto Velho (RO)

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Gente de Opinião

Ciro Pinheiro

Chegou a Hora da Onça


Chegou a Hora da Onça - Gente de Opinião

Chegou a hora da onça beber água. É assim que diz o cearense lá do meu sertão. É hoje o grande dia da vitória para alguns e o dia do choro, de lamentações para muitos. A campanha deste ano foi bem diferente. Não aconteceram os grandes comícios, os shows com artistas caríssimos, não houve a poluição visual das pichações nos muros nem de outdoor nas ruas. O horário da televisão (e do rádio) serviu, apesar de tudo (da chatice, da baboseira, da besteirada de alguns candidatos), foi o melhor lugar para o eleitor conhecer os candidatos e decidir sobre o voto. Com o programa alguns subiram e a maioria desceu. Entre os que desceram, candidatos a prefeito, que perderam por não terem propostas sérias, pelo total desconhecimento da realidade do município.

Não quero dizer que aquele que fala bonito seja o melhor. Nem sempre isso acontece, e às vezes o bom falante, que tem bom papo, sabe melhor enganar, mas o candidato que nem sabe o que vai fazer na Câmara, que não tem condição de preparar um projeto, de interpretar um orçamento, dependendo tudo de um assessor, deve continuar sem o cobiçado “emprego” de vereador. É por isto que digo e repito: cuidemos bem do nosso voto. É com ele que vamos decidir o destino do Município.

Se colocarmos na Câmara e na Prefeitura pessoas sem preparo e sem condições de bem administrar a cidade, estaremos comprometendo o nosso futuro. Porto Velho atravessa um momento muito especial. Vêm aí as usinas, os shoppings, a capital está cheia de obras, de grandes edifícios, o comércio está em pleno crescimento e precisamos de gente competente no gerenciamento da cidade.
Pense nisto. Todo cuidado é pouco.  

 

Não vote no seu amigo

Se você quer escolher uma pessoa para ajudar a administrar a sua casa, vote certo: vote no seu amigo, vote na pessoa a quem você deve favores, vote em gente que lhe deu uma camiseta, um par de chinelos, um chaveiro, uma dentadura nova, um agrado, um dinheirinho qualquer. A casa é sua e nela é você quem manda. Não importa que essa pessoa tenha competência, que seja honesta, que saiba o que vai fazer na sua casa. É fácil, elas aprendem rápido. Escolha quem você quiser. O problema é só seu.

Mas... se você quer escolher alguém para administrar a cidade ou para fazer as leis, não vote, obrigatoriamente, no seu amigo. Se for seu bom amigo e tiver todos os requisitos para bem cumprir a missão, melhor ainda. Parabéns. Se não tiver competência e todos os outros requisitos, pode até ser um cara chato, nada simpático, de cara feia, mal arrumado, e até que você não conheça bem.

O trabalho é difícil e é preciso que o escolhido tenha competência, preparo e, acima de tudo, honestidade. Você não é o dono da cidade. Ela é de muita gente, de todos nós e é por isto que temos que ter muito cuidado com o nosso voto.

Pois é... Repito o que disse na eleição passada: Não vote no seu amigo se ele não for o melhor. Pense nisto.



Machado de Assis

Machado de Assis, o maior escritor do Brasil, morreu em 29 de setembro de 1908. Dia 29 foi, portanto, o dia do centenário de partida de quem ainda mexe e gera muitas discussões, como se vivo fosse, no imaginário de letrados e amantes de suas obras. Li Dom Casmurro faz muito tempo e fiquei fascinado a partir de então. Machado tinha tudo para dar errado. Era pobre, mulato, sua mãe morreu cedo, teve que lutar pela vida até vendendo bombom. Mas, contrariando as previsões, atingiu, através de uma ascensão prodigiosa, um nível cultural dos mais altos e refinados. Isso sem nunca ter freqüentado uma escola superior ou mesmo saído do Rio de Janeiro. Conseguiu superar a cultura daquele tempo e a literatura brasileira na época, mas o reconhecimento só teve muito depois.  Traduções de sua obra para francês e inglês vieram aparecer recentemente. Agora que ele está sendo redescoberto.


Governador Marques Henriques

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O governador Marques Henriques (no meio), na inauguração do asfalto da av Sede de Setembro, dicute com o vereador Edgar Vasconcelos (já falecido). Com microfone na mão o radialista Osmar Vilhena (Rádio Caiari). Atrás do governador, o coronel Inaldo Seabra de Noronha, comandante do Quinto Bec; De camisas branca o prefeito Rui Almeida, de Guajará-Mirim, e Odacir Soares, de Porto Velho; À direita, o jornalista Ciro Pinheiro.
O coronel Marques Henriques foi o mais popular de todos os governadores de Rondônia, no tempo do Território. Dos que conheci, a partir de 67, melhor dizendo. Um homem simples, cordial, um cavalheiro, brincalhão às vezes, mesmo sendo militar e representante do regime de exceção que governou o Brasil com mão de ferro. Durante os mais de três anos vividos em Porto Velho fez muitos amigos, ele e D. Laurinha, sua esposa. Seu falecimento dia 29 no Rio de Janeiro aos 87 anos, deixou triste muita gente desta cidade às pessoas mais próximas à sua família, os servidores do Território. Foi ele o criador da Ceron, da Caerd, da Teleron e em sua administração Marques Henriques desenvolveu trabalhos de suma importância, quando o Território já caminhava para sua transformação em Estado. Instalou a Província Estanífera de Rondônia e contribuiu para instalação da Embratel e do DNPM e foi pioneiro da chegada da Televisão, com o funcionamento da TV Educativa, instalada no Palácio do Governo e dirigida pelo seu assessor Dílson Machado Fernandes, que ainda reside em Porto Velho, atuando como advogado. Com Dílson, Nelson Castro e outros fiz parte da história do nascimento da televisão, com programa na TV Educativa que foi a semente lançada para o nascimento da nossa atual TV Rondônia. Seu filho João Carlos (Carlinhos), que ainda era menino em Porto Velho, é jornalista em Brasília. O falecimento de Marques Henriques não mereceu nenhum destaque da imprensa local. A exceção foi o nosso Alto Madeira, o site Gentedeopiniao e o Roberto Kuppê, que noticiaram o triste acontecimento. O governo do Estado nada fez para relembrar um cidadão que foi um dos bons governadores de Rondônia. Um homem sério, competente, honesto. A preocupação maior é com a campanha eleitoral.  

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Governador Marques Henriques (inauguração da Sete de Setembro), com o coronel Noronha e os prefeitos Odacir Soares (PV) e Rui Almeida (GM).


                   MISSA PELO GOVERNADOR MARQUES HENRIQUES

Os amigos da familia Marques Henriques estão convidando para a missa que será celebrada pelo ex-governador Joao Carlos Marques Henriques, segunda-feira, dia 6, as 18h15, na catedral metropolitana.




A cidade não teve aniversário

O município de Porto Velho, criado por lei assinada pelo governador Jonathas Pedrosa, do Amazonas, completou 94 anos dia 2 de outubro. As pessoas mal informadas confundem o município com a cidade o que é um erro de bom tamanho, cometido até por candidatos a vereador, por gente que cuida de publicidade e pela imprensa, ou seja, por quem tem o dever de conhecer essa história.  Li, em outros jornais, paginas inteiras de mensagens publicitárias produzidas por agências, notas assinadas por deputados, senadores e por empresas, inclusive mensagem dos próprios jornais, falando do aniversário da cidade. Uma matéria diz o seguinte: “A cidade de Porto Velho comemora 94 anos de instalação, capital de Rondônia, é o maior município do estado”. Uma confusão danada, pois a cidade tem mais de 100 anos e muitos historiadores ainda discutem sobre a data certa do início da cidade e a origem do nome. Zé Katraca e Nelson Townes procuram esclarecer a questão com matérias sobre o assunto. Zé Katraca, de tanto procurar corrigir, cometeu um errinho de digitação, colocando 100 anos a mais na idade da cidade. Acontece...


Exposição e Expedição

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artista plastico Luciano Pinheiro e uma de suas obras.
O artista plástico Luciano Pinheiro abriu sua exposição “Pra Porto Velho Eu vou”, quinta-feira, dia 2, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, a maior exposição individual já realizada na Casa de Cultura, homenageando o aniversário do Município de Porto Velho. A Casa esteve lotada pois na mesma ocasião foi apresentação a da revista “Expedição – Marcas de Rondon”, produzida pelos acadêmicos do 8º período do curso de Jornalismo da Uniron, com matérias sobre a vida e a obra do Marechal Rondon. Julio Aires, professor do curso de Jornalismo, fez a apresentação da revista, que foi muito elogiada pelos presentes.   

O debate que não houve

Saí de casa, com crachá bonito e vistoso, para ver o debate, de perto, ao vivo. Poderia ter ficado em casa, na poltrona, vendo minha tevê, bem melhor. Mas, com credenciamento do jornal, fui. Lá na afiliada da Globo, assisti no pátio, vendo televisão no meio da torcida. Como opção uma sala, isolado, com meia dúzia de colegas, comendo bolacha com café. Ao sair, já na calçada, uma pessoa que não conheço, indagou: “O que você achou do debate ?” – Na bucha, respondi:  que debate?... “Ah, você não tava vendo?”. Eu: estava, sim, mas não houve debate. Ele: “Como não?” -  Pois é... Debate, para mim, é o ato da discussão, a ação de polemizar, a contestação. Nada disto aconteceu: o que vi foi a repetição do programa eleitoral do TRE, as mesmas promessas, os mesmos projetos mirabolantes tipo “vou dar transporte gratuito para todos os estudantes”, “vou construir um posto de saúde em cada bairro”, “vou transformar esta cidade em coisa de primeiro mundo...” - Réplicas e tréplicas que em vez de contestação, de resposta, serviram de apoio às promessas de cada um. Tudo combinando. O que vi também foi agressões deste jeito: “você é mentiroso, você, você é...”  - Para mim isto não é debate, não é discussão séria. É agressão. É ameaça. É grosseria. É incivilidade. O que valeu foi conversar com alguns amigos. Foi o cavalheirismo do Campanari, o equilíbrio e a paciência da Maríndia Moura na condução do debate. Qual debate?         

 

D R O P S

BAILE DO BISTURI
- Uma das mais esperadas festas pela classe médica de Porto Velho – o tradicional Baile do Bisturi, aconteceu na noite de sexta-feira (3 de outubro) no anfiteatro das Faculdades Integradas Aparício Carvalho – FIMCA. Como nos anos anteriores, a festa foi realizada pela Associação Médica de Rondônia (AMR) juntamente com a FIMCA como parte da programação em homenagem a Semana do Médico. Baile do Bisturi já um marco cultural do Estado e ao mesmo tempo uma merecida homenagem ao profissional Médico

ELEGÂNCIA
– Em um ponto os candidatos a prefeito de Porto Velho foram melhor do que os outros, no programa de debates da Rede Amazônica: a elegância. Em Manaus, Rio Branco e Roraima os candidatos participaram vestindo camisas, algumas bem desajeitadas. Aqui todos eles compareceram de terno, bem elegantes. Nesse ponto, pelo menos, ganharam nota dez.  

MEMÓRIA
- O abandono da Memória Histórica de Porto Velho, e do próprio Estado, foi tema da entrevista, sexta-feira, 2, data da criação do município, pela professora e historiadora Yedda Borzacov, ao apresentador da TV-Allamanda Francisco Matias, também historiador. Yedda propôs que a Prefeitura crie um Conselho Cultural do município, "mas sem que seus membros sejam indicados por interesses políticos”.

SEM LENÇO, COM DOCUMENTO
- A proibição foi firmada pelo TSE:  Os eleitores não poderão entrar na cabine de votação portando celulares, máquinas fotográficas e filmadoras, que deverão ser depositados em uma bandeja ou guarda-volume. O objetivo é impedir o registro do voto pelos eleitores eventualmente ameaçados por milícias e candidatos.

DECISÃO INJUSTA
- O candidato a prefeito Hamilton Casara (PSDB), que aparece nas pesquisas como último colocado, disse que lamenta ter sido vítima de um ato ‘antidemocrático’ praticado pela TV Rondônia, retransmissora da Rede Globo de Televisão, que promoveu o último e mais aguardado debate entre os candidatos a prefeito. Um erro grave, pois quem vai dizer qual o candidato que tem pouco voto é a eleição, não é pesquisa.

EXPOSIÇÃO DE ARTES
- Marcado para o dia 6 a abertura da Exposição de Artes do artista rondoniense Pedro Furtado em comemoração ao 1º aniversario do Instituto Matheus Moraes, presidido pelo jornalista Roberto Kuppê. A exposição, na Casa de Cultura Ivan Marrocos, vai até o dia 13 de outubro.

O ALFERES E O CORONEL’ - Um romance que conta a saga de um dos pioneiros de Guajará-Mirim, o coronel da Guarda Nacional Paulo Cordeiro da Cruz Saldanha, será lançado dia 11 de outubro no Instituto de Educação Paulo Saldanha, em Guajará-Mirim. 

APOIO
- Maria Silvia Carvalho chegou de São Paulo onde cuida da mãe, D. Terezinha, que está com a saúde muito complicada. Maria Silvia veio para votar na filha Mariana e também dar um apoio no dia da eleição e, retorna, ainda.  O Aparício está com pouco tempo disponível e a Mariana, sem muito apoio, faz um trabalho difícil na pregação de suas boas e novas idéias. 
ABAV- De 22 a 24 de outubro, será realizado, no Rio de Janeiro, a Feira das Américas e o Congresso da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) 2008, considerados dois dos maiores e mais esperados eventos do Turismo.

PENSE BEM – O voto nulo (ou em branco) pode representar um protesto do eleitor, mas é um protesto perigoso. Anular o voto significa abdicar do direito de escolher e permitir que outro faça a escolha.

Fonte:  Ciro Pinheiro/Gentedeopinião

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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