Sábado, 11 de novembro de 2017 - 20h57
A sede do Jornal Alto Madeira, na Avenida dos Migrantes, tem proposta de ser transformada em Museu da Imprensa de Rondônia. Sugestão, apenas.
Ausente, durante quatro meses em Fortaleza, não pude estar presente em alguns dos últimos acontecimentos, entre eles a decisão do fim da circulação do nosso querido Alto Madeira, um dos mais antigos jornais brasileiros, o mais importante do Estado de Rondônia. Lá, na capital do meu Ceará, perdi sono ao ser comunicado da indesejável novidade, pois mais do que os diretores Euro e Neusa Tourinho, duvido que outra pessoa pudesse proclamar mais amor do que eu ao velho AM, no qual estive na equipe de redação, mantendo uma coluna semanal, durante metade do século da existência do melhor jornal de Rondônia, coluna que em mais ou menos 40 anos circulou nos domingos e também nas quintas-feiras, em pagina inteira.
Cheguei e aqui estou, triste, por não poder desenvolver minha profissão integralmente como antes. Parar, não posso e vou continuar aqui no Gente de Opinião, onde dou presença há mais de 15 anos com minha Coluna semanal do Alto Madeira. A diferença é que não sairá como antes (a página diagramada), mas espero a mesma atenção e a mesma consideração dos leitores e de todos os meus amigos.
História: eu vi
Ariquemes: abertura, em plena selva, da principal avenida, batizada de Capitão Silvio. O governador Humberto Guedes, no meio, de calça preta. No seu lado direito (de boné), Ciro e no seu lado esquerdo (camisa xadrez) o prefeito Carpintero, autor do projeto da cidade.
VI NASCER UMA CIDADE NA SELVA
O município de Ariquemes completou no dia 11 de outubro, 40 anos de emancipação e isto me fez relembrar a história do nascimento da bela cidade, que vi surgir e crescer. Ariquemes faz parte da minha história. Não posso dizer que plantei uma cidade na selva, pois outros com mais poderes do que eu, tiveram este privilégio. Ajudei, discretamente. Eu vi, sim, bem de perto, o nascimento de uma grande e bonita cidade, uma das maiores de Rondônia: Ariquemes. Acompanhei tudo desde o primeiro momento. Eu estava presente quando aconteceu a decisão de mudar o local da antiga vila; eu estava junto quando aconteceu a decisão de construir uma nova cidade; Eu fui o primeiro a ver na prancheta dos técnicos a planta da Nova Ariquemes.
Uma das Primeiras ruas de Ariquemes (foto de Marco Santilo)
Como disse no começo deste comentário outros com mais poderes deram vida à nova cidade. Entre eles, o coronel Humberto da Silva Guedes, o governador do Território que plantou as bases para criação do Estado; o arquiteto Antônio Carlos Cabral Carpintero (prefeito de Porto Velho), os agrônomos Assis Canuto e Willian Cury, o capitão Silvio Gonçalves de Farias e muitas outras figuras históricas.
Testemunhei para a história e vi de perto a cidade de Ariquemes nascer na selva. Estávamos em 1975, em um dia e um mês que não estou lembrado. A cidade começou a nascer quando era prefeito da capital, Porto Velho Antônio Carlos Carpintero, o verdadeiro fundador de Ariquemes. Ariquemes nasceu de um arruado da antiga vila que hoje, se chama Bairro Marechal Rondon.
Tudo começou com a chegada ao gabinete do prefeito, em Porto Velho, de um pedido de socorro da vila de Ariquemes, que era distrito, uma antiga povoação de casas simples, quase todas de madeira, cobertas de palha, na margem da BR-364, a 200 quilômetros da capital. Quase a totalidade da população da vila estava com malária. O prefeito Carpintero, que já tinha planos para melhorar as condições do distrito por causa do surto de desenvolvimento da região acelerado pela cultura do cacau por conta do Projeto Burareiro, sob orientação da CEPLAC, resolveu fazer uma visita ao local e eu, como seu assessor de Imprensa, o acompanhei na viagem. Foi constatada a veracidade da informação e concluído que a vila não tinha estrutura suficiente para absorver centenas de famílias que estavam chegando, atraídas pela notícia de que o cultivo do cacau daria, a todos, um futuro promissor. Gente de vários estados, a maior parte do Nordeste, chegando a toda hora.
O prefeito Carpintero, que antes morava em Brasília e nunca havia visto um problema desse tipo, ficou impressionado. Na volta a Porto Velho foi sugerido que o governador Humberto Guedes seria convidado para uma visita, para que ele sentisse a real necessidade de uma providência imediata, urgente. Não era possível esperar. Foi, então, marcada a data de uma nova visita, com a presença do governador.
Ariquemes atual: Centro Administrativo “Dr Carpintero” (sede da Prefeitura).
Carpintero, arquiteto, apaixonado por Brasília, sonhava com a construção de uma cidade e estava decidido a mudar o local da vila para mais distante do rio e fora da rodovia. Dei a sugestão: uma consulta à população, para tornar democrática sua idéia. Isto foi feito, em reunião no colégio da vila, estou bem lembrado, um prédio branco perto do campo de pouso de pequenos aviões.
Preparei com pedacinhos de papel, as cédulas para votação, com as palavras sime não e, usando um saco de plástico, tudo improvisado, distribui aos moradores presentes, entre eles o administrador do distrito, Olavo Nobre, que votaram e, na apuração dos votos deu tudo SIM. Aprovada, então, a mudança. O governador, contagiado pelo entusiasmo do Carpintéro (foto), fez um discurso bonito dando total apoio ao prefeito para mudança do local da vila. Estava, naquele momento, aprovada e decidida a mudança com o aval dos moradores. Foi um momento de muita emoção e o povo esbanjou contentamento.
Na viagem de volta para Porto Velho na conversa entre o prefeito e o governador a história mudou de tom: seria mudada não a vila, mas sim, projetada uma nova cidade para Ariquemes. Em Porto Velho fomos (o prefeito e eu) direto ao INCRA e Carpintero pediu o apoio do executor, o poderoso Capitão Silvio, que mandava nas terras do Território.
Com menos de uma semana topógrafos, engenheiros e operários da Prefeitura de Porto Velho e do Incra já estavam no mato escolhendo o local apropriado para a nova cidade, entre o rio e a rodovia, que ainda era de cascalho. Na Prefeitura, o prefeito e sua equipe de técnicos - entre eles o engenheiro Sebastião Valladares (que, também foi prefeito de Porto Velho) - preparavam o projeto da nova cidade. Estiveram durante perto de uma semana isolados numa salinha, discutindo e projetando. Quando abriram a porta estava pronta, na prancheta do prefeito, a planta da nova cidade. Eu, ansioso e curioso, estava na frente para ver primeiro. Moderna, com avenidas largas, dividida em setores, com muitas inovações.
Poucos dias depois o governador, em cima de um trator, derrubava a primeira árvore (fiz fotos de tudo) onde, de acordo com o projeto da equipe do Carpintero, foi preparada a avenida principal da futura cidade, a Avenida Capitão Silvio, que já havia falecido.
Seu Dudu (Eduardo Lima e Silva), que era o “capataz-chefe” na Prefeitura de Porto Velho e cuidava das missões mais difíceis, já estava lá com seus homens, hospedado em um barraco coberto com plástico preto na beira da estrada. Já começavam a rasgar a floresta, abrindo ruas e as futuras avenidas. Estava surgindo a Nova Ariquemes, nome inicial adotado até a criação do Município, a emancipação, comemorada há poucos dias.
E deu no que todos sabem: aí está a bela e grande cidade de Ariquemes, que tem de tudo, inclusive muita mulher bonita, pois de lá já saíram várias misses para representar Rondônia nos concursos estaduais e nacionais.
SAUDOSISTAS FAZEM FESTA
O Grupe Saudosistas Portovelhenses, que congrega centenas de pessoas em Rondônia e em outros estados, gente que tem algum tipo de ligações afetivas com o nosso Estado e principalmente com a cidade de Porto Velho, está com uma festa programada para o dia 1º de dezembro, no Ferroviário, a partir das 22 horas.
O evento oferecerá música romântica que relembrará os bons tempos do Ferroviário, musicas carnavalescas por conta de uma boa orquestra, buffet de primeira qualidade e open bar.
O tema da festa, aprovado em reunião do Grupo, é o Jornal Alto Madeira, que completou 100 anos de circulação diária e que chegou ao seu final, deixando uma lacuna insubstituível na imprensa local, merecedor da homenagem. (foto: passaporte para a festa).
Parabéns
Destacamos, aqui, da mesma forma como fazíamos no Alto Madeira, aniversários de pessoas amigas ou que mesmo não assim sendo, mereçam ser citados. A partir do dia 16 deste mês de outubro:
Dia 16 - Médico EUDES KANG TOURINHO, Escritora SANDRA CASTIEL FERNANDES, 20 - Professora EURLY TOURINHO, 22 - Jornalista WALDIR COSTA, 23 - Professor (aposentado) IGNACIO LOYOLA BARROS REIS, 22 - Juíza DUÍLIA REIS, 22 – Advogada PATRICIA ROLIM, 22 – Jornalista NONATO CRUZ, 25 - Juiz DIMIS DA COSTA BRAGA, 30 - Jornalista ALEXANDRE BADRA, 31 - Advogado ODACIR SOARES (Ex-senador e ex-prefeito de Porto Velho).
NOVEMBRO
Dia 2 – Advogado JOSÉ GUEDES (Ex-prefeito de Porto Velho), – CHICO LEMOS do Gente de Opinião, 5 - Escritor ANTONIO CANDIDO, 6 – NAZARÉ ERSE, 6 – ANTÕNIO OCAMPO, 10 - Empresário MIKHAEL ESBER (Gráfica e Editora Imediata), 11 – Empresário CEZAR ZOGHBI, Advogado NILO PONTES FILHO, 15 – Jornalista MARA PARAGUASSU, 16 – Desembargador WALTER WALTEMBERG JUNIOR, 16 – Dr. MANOEL MALHEROS TOURINHO, 17 – SIÇA ANDRADE SICILIA (Presidente da banda Vai Quem Quer),
PARABENS: MARA PARAGUASSU – Hoje, domingo.
Distante - Aplausos - Yedda nos 80 - Sem abnael - Homenagem - Sargentos – promoções na PM
DISTANTEEstou em São Paulo desde o dia 2 deste julho, hoje já preparando as malas para a volta para Porto Velho. Fomos, nesse tempo - eu e Penha -
Nova prefeitura na margem do Madeira
A mudança da sede da Prefeitura de Porto Velho do “Palácio Tancredo Neves” (que era antes 31 de Março), para o “Prédio do Relógio” foi a melhor inic
Nome de rua em Porto Velho é um caso sério
O primeiro prefeito eleito de Porto Velho (1917)