Quarta-feira, 18 de julho de 2007 - 08h27
Há muitos anos não visitava minha terra natal, Solonópolis (terra de Solon Pinheiro), cidade centenária, distante 285 quilômetros de Fortaleza, no sertão central do Ceará. Foi, realmente, uma visita sentimental. Quando saí de lá tinha 17 anos e voltei poucas vezes. Fui em um fim de semana, com meus quatro irmãos: Cezar, Célio, Cláver e Celmo, cunhadas e alguns sobrinhos (14 pessoas). Fiz questão de levar meus filhos, Túlio e Nadhia, para conhecer minha terra e dos meus antepassados. Saímos de Fortaleza muito cedo e às 10 horas já estávamos no balneário da vila Boqueirão, atual distrito “Prefeita Suely Pinheiro”, abaixo da barragem do açude público federal Riacho do Sangue, a poucos quilômetros da sede do município. Foi lá que eu nasci e comecei a estudar. O banho reconfortante, na água bem fria, na grande piscina de água corrente, foi o melhor da chegada, antes do almoço, uma peixada saborosíssima. Menino magro e barrigudo, fiz lá o curso primário, estudando na escola estadual, com a professora Zélia, minha irmã mais velha. Morava, com minha família, na fazenda Vera Cruz, distante meia légua (três quilômetros), onde nasceram meus quatro irmãos mais novos. Andei, pelo caminho, onde todos os dias, naquele tempo, passava montado na jumenta “benedita”, de pêlo preto reluzente, na ida para a escola. Voltava meio dia, quase dormindo (eu e a jumenta), devagarinho, até a porta da casa, na Vera-Cruz. Fiz um roteiro sentimental, relembrando tudo. A estradinha está diferente e muitas árvores do percurso mudaram, mas identifiquei cada pedra do caminho, inclusive a pedra grande onde, naquele tempo, os preás esperavam a minha passagem, para brincar de esconde-esconde. Os lajedos, ou “lajeiros”, os tabuleiros de areia branca estão lá, do mesmo jeito. Vi o açudinho, onde os meninos tomavam banho e minha mãe lavava roupa, quase seco. Fiquei triste. O curral das vacas, não existe mais e tudo me deu muita saudade. Senti o cheiro do mufumbo e do mameleiro, como antigamente. O que não mudou muito foi a famosa serra da Vera-Cruz, apenas um pouco desmatada. Saímos da Vera-Cruz no cair da tarde, depois de rezar na “Cruzinha”, onde, segundo contam, morreu uma menina abandonada por retirantes, há muitos anos, e que tem feito milagres. Chegamos à cidade de Solonópolis no final da tarde, pernoitamos e passamos o domingo andando na cidade e visitando os parentes. Minha frustração é que lá encontrei poucos conhecidos, mesmo sendo Pinheiro a população quase toda. Fiquei contente porque a cidade está bem maior, bonita, limpa e bem cuidada, apesar da ausência dos administradores, que moram em Fortaleza. Devem ter uma equipe competente para cuidar da cidade. São médicos e trabalham na capital o prefeito Atualpa Pinheiro e o vice Walterno Pinheiro. O vice, Walterno, encontrei no balneário, no Distrito “Suely Pinheiro”, nome de sua mãe, que foi prefeita e faleceu ainda jovem. O pai, Ubiratan Pinheiro, foi prefeito duas vezes. O prefeito, Atualpa Júnior, também é filho de ex-prefeito, Atualpa Pinheiro (duas vezes). Na minha terra tudo é assim. É lei: gente estranha não manda na cidade. Eu, com tantos anos ausente, lá, já sou de fora. Um estranho. Virei portovelhense.
FIM DE FÉRIAS
Cheguei das férias. Terminou minha folga de um mês, na boa inatividade, no meu Ceará, como há muitos anos não acontecia. O tempo maior fiquei em Fortaleza, no apartamento onde há oito anos mora meu filho, o Túlio. A família toda: eu, a Penha, a Nádhia e ele, Túlio. Estive em Natal (RN), na cidade de Sobral, uma das grandes e bonitas cidades do interior cearense; em Solonópolis (ou Solonópole), minha cidade natal, e Uruburetama cidade onde vivi, durante oitos anos, bons tempos da minha juventude. Para que eu possa contar todo esse roteiro, o diretor, Euro Tourinho, liberou duas páginas do velho e sempre vivo Alto Madeira. É lógico que não posso abusar da atenção dos amigos, mas como nesta terra, Porto Velho, a maioria da população é de origem nordestina, creio que não vou contrariar ninguém escrevendo coisas do Ceará. Esta é a minha primeira Coluna neste ano novo e aqui mostro o Ceará que vi, mais precisamente a bela capital, Fortaleza, cada vez maior e mais agitada. Como disse meu substituto escreveu, neste mesmo espaço do AM, com mais dois anos completo
40 anos fazendo esta Coluna, em página inteira, nas quintas e domingos. Algumas vezes, ultimamente, tenho falhado nas quintas-feiras (poucas vezes), mas nos domingos é certa a nossa presença aqui, neste espaço. Quarenta anos... Não é que eu seja velho. É que comecei cedo. Estou no site “gentedeopinião” e, uma vez por mês, na revista “Momento”, com duas paginas. É isto. Este espaço, especial, hoje, é todo meu. Com a permissão dos amigos que prestigiam esta Coluna, no jornal e na Internet. E no próximo domingo tem mais. Se Deus quizer.
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