Na política, nos negócios, assim como na vida, tudo é uma questão de oportunidade, e sem ela os acontecimentos patinam e a rotina se mantém na inércia habitual, decorrente da falta de perseverança, habilidade, ousadia e uma boa porção de coragem. Sem esses ingredientes nenhum projeto caminha e aquilo que parecia favas contadas se recrudesce e agiganta diante de olhos desesperançados.
Na última semana, fruto da oportunidade e fé, Rondônia acabou sendo envolvida em acontecimentos políticos de magnitude, a começar pelo afastamento definitivo do senador Expedito Júnior e do deputado estadual Tucura, e a consequente ascensão de Acir Gurgacz no Senado Federal e Silvernani Santos na Assembléia Legislativa. Embora fosse algo que a sociedade já esperasse em virtude da peleja que se travou no Judiciário, a questão em ambos os casos se arrastava havia muito tempo por falta de oportunidade – coisa complexa para ser entendida sob o ponto de vista fenomênico. Com todo respeito, a título de ilustração é preciso esclarecer que o vocábulo Tucura, na linguagem rural, significa “boi de pouco valor”, engordado às custas de quicuio – brachiara humidicola.
Outros fatos, contudo, não foram menos importantes, a exemplo da promulgação da PEC da Transposição, que coloca um ponto final em toda essa discussão, pelo menos no âmbito do Congresso Nacional, sobre a situação dos servidores de Rondônia contratados até 1991. Da mesma forma, parece que andou bem (para trás) os trabalhos da CPI das Usinas em Rondônia. Ao que tudo indica o objetivo da tal CPI era outro, muito diferente do que propunha e por isso deputado que assinou favoravelmente à sua criação teria voltado atrás nesta decisão. Mas este assunto deve ter uma oportunidade específica para ser analisado e comentado.
Pois bem, e para não dizer que não falei das flores, eis que o Tribunal de Contas da União (TCU) revogou a licitação da obra da ponte sobre o Rio Madeira na BR-319, por irregularidades no edital. De resto e de bom ficou acertado é que nos próximos 30 dias, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), será aberta uma nova licitação para a obra. E desta vez, segundo a própria autarquia federal, o novo edital será elaborado a quatro mãos, incluindo aí as mãos do próprio TCU, de forma que seja eliminado qualquer obstáculo em relação à obra da ponte da BR-319, que já tem projeto, licença e tudo mais que a legislação requer para sua liberação.
NA DISPUTA PELO
GETÚLIO VARGAS
Afora os fatos administrativos e de gestão pública importantes, agora é esperar pelas definições do quadro sucessório para se ter uma idéia mais apurada sobre os nomes que têm chance de chegar ao Palácio Getulio Vargas. O governador Ivo Cassol, que tem prestígio pessoal e que conta como certa sua vaga no Senado da República, tentará transferir seu patrimônio eleitoral ao seu candidato João Cahúla. Dizem que será uma tarefa árdua para Cassol, mas é esperar para ver.
No PMDB tudo certo com Confúcio Moura. Como era de se esperar, a ex-prefeita de Cacoal, Sueli Aragão, na verdade, queria apenas mostrar que está viva, e por isso as prévias do partido, democraticamente, abençoou e ungiu Confúcio Moura como candidato à sucessão estadual. A opinião dentro do partido é de que Confúcio reúne os requisitos necessários para enfrentar qualquer dos candidatos ao Palácio.
Mas isso não é tudo. Dilema deve estar vivendo o PT, que por força do “acórdão” – pacto entre os partidos que apóiam a candidatura de Dilma Roussef -, sequer deve ter candidato para a cabeça de chapa, e por conseguinte deverá se contentar com uma candidatura a vice na chapa do PMDB. É o que dizem, mas é precisão esperar pelas prévias do partido, pois delas sairão um nome ou pelo menos a decisão de uma briga com o diretório nacional. É aguardar, pois o PT tem três nomes de peso – Fátima Cleide, Eduardo Valverde e o prefeito Roberto Sobrinho, que, segundo dizem, entrou com tudo na briga pela indicação do partido.
Fonte: Cleuber Rodrigues Pereira - cleuber57@gmail.com
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