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Cleuber Pereira

Açaí gera 700 empregos diretos em Rondônia



Fonte de sustento e vida para as populações da Amazônia, o açaí vai se tornado uma atividade importante no desenvolvimento de Rondônia, que mesmo com uma produção comercial ainda incipiente gera cerca de 700 empregos diretos e outros tantos indiretos, nas atividades de produção, processamento e industrialização.

O engenheiro florestal Edgard Menezes Cardoso, coordenador do Projeto de Florestas Plantadas da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), é o maior entusiasta e defensor da expansão da cultura produtiva do açaí, cujo projeto tem a simpatia e o aval do governador Confúcio Moura, que estuda a possibilidade de abertura de uma linha de crédito específica para o financiamento de até um hectare (ha) dessa fruta tipicamente amazônica nas pequenas propriedades do Estado, a exemplo do modelo adotado no Estado do Amapá.

A decisão do Governo tem razão de ser e é muito aguardada pelos pequenos produtores rurais, visto que seu resultado tem múltiplos efeitos, a começar pelo fato de ser uma atividade de caráter sustentável, com importância considerável no processo de reflorestamento de áreas degradadas, fundamental para a recomposição do meio ambiente, além de gerar sustento, emprego e renda nessas pequenas propriedades, eis que o açaí tem preço e mercado garantido (a lata é vendida a R$ 25,00 na propriedade).

R$ 1 MILHÃO NO CAIXA EM 2015

Com uma área plantada de cerca de 200 ha, Rondônia produziu em 2015 pouco mais de 1,2 toneladas de açaí, que atendeu ao mercado interno e externo, com a fruta processada e industrializada, e com boa diversidade de produtos que já chegou até ao mercado paulista, através da agroindústria Dallan Açaí do Município de Buritis, que numa área plantada de 42 ha, faturou sozinha R$ 1 milhão em 2015, segundo informou seu proprietário, o agricultor Pedro Ozeis Maifrede. Importa esclarecer que os estados de Santa Catarina e Paraná são os maiores importadores do açaí rondoniense.

O sucesso da Dallan, na verdade, é resultado de um grande trabalho, que começa na produção das mudas do açaí e até o processo industrial, conforme explicou o Senhor Pedro Ozeis, idealizador de uma estratégia inovadora na maneira de degustar o açaí, que passa pelas formas tradicionais conhecidas, como os sorvetes, o vinho e a polpa, até chegar ao suco em copinho com variação de sabores, o campeão de venda de sua agroindústria.

Segundo ele, o resultado econômico, a versatilidade e diversidade dos produtos, pela inovação que trouxeram ao mercado, acabaram conquistando importantes empresários do Nordeste e Sudeste brasileiro, que passaram a representar o produto rondoniense com igual sucesso nessas regiões.

O agricultor credita o desempenho positivo da Dallan não apenas à forma com que produto é apresentado, mas também e principalmente à metodologia de manejo, cultivo e beneficiamento da fruta. Na visão do Senhor Pedro, a prática produtiva saudável, com adubação orgânica na plantação e a irrigação sustentável, com utilização de adubos solúveis, que não agridem a natureza é que garantem o título de “lavoura ecológica”, e o consequente sucesso do seu empreendimento.

VARIEDADE E MANEJO

A maior parte do açaí cultivado em Rondônia é da variedade “Euterpe oleracea Mart”, também conhecida como açaí de touceira, proveniente do Estado do Pará, que comparativamente ao açaí nativo, apresenta algumas vantagens, principalmente no manejo e capacidade produtiva, e por isso é considerada a espécie mais importante entre as registradas no Brasil.

O açaí da espécie nativa tem qualidades similares, mas exigências diversas no seu manejo, principalmente nos primeiros dois anos de vida, sem o que não prospera, a começar por um processo de irrigação controlada, que exige um dispêndio maior de energia elétrica, que onera sobremaneira o custo de produção, fator que aliado a boa produtividade do açaí de touceira justifica a opção do pequeno produtor rural.

Segundo explicações do engenheiro Edgard Menezes, o açaí não é uma cultura exigente, mas depende de fatores considerados imprescindíveis ao seu desenvolvimento, como água (irrigação) e da luz solar, motivo porque deve ser cultivada em área exclusiva, de preferência sem o consórcio com outras culturas. Nada impede, contudo, que a mesma propriedade produza, em escala comercial, outras variedades extrativas como buriti, andiroba, copaíba, potoá, bacaba, etc, o que deve ser feito observando a aptidão de cada região e as regras de manejo para cada uma delas.

BENFÍCIOS E PROPRIEDADES

Como é do conhecimento geral, as pesquisas científicas realizadas até agora sobre o açaí indicam que ele possui mais propriedades antioxidantes do que a uva e, portanto, com o auxílio da vitamina E, consequentemente distribui ômega-6 e ômega-9, promovendo o combate do colesterol ruim do corpo e melhorando a circulação sanguínea. Por isso atua contra a velhice precoce e vários problemas cardíacos. Essa fruta também ajuda no combate ao câncer por possuir ácido oleico, retardando assim o desenvolvimento de tumores e contribuindo para a destruição das células cancerígenas, o que a torna fundamental inclusive para as dietas.

Como é um alimento rico em cálcio e potássio, o açaí também tem o poder de prevenir doenças degenerativas dos ossos como a osteoporose. Da mesma forma previne e combate a anemia e outras doenças causadas pela falta ou por uma nutrição inadequada, eis que é rico ferro, fósforo e outros minerais.

Importa esclarecer que, como toda fruta o açaítambém é uma excelente fonte de fibras, e a sua alta concentração proporciona uma rápida saciedade de quem o consome, essencial para as pessoas que fazem dietas, além de colaborar com a perda de peso (emagrecimento), já que o açaí é rico em carboidratos. Por todas essas propriedades essa fruta vai se transformando numa espécie de remédio, pois ajuda na manutenção da boa saúde e na longevidade.

Fonte: Cleuber R Pereira

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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