Cochá News 21/08/09

 

REGULAMENTANDO AS BALSAS

A coluna esta semana parte do princípio de que os atos e gestos do deputado Edson Martins, em relação ao serviço de balsa do Rio Madeira, tenham a nobreza de um verdadeiro representante do povo, e por isso rende todas as homenagens ao deputado pela coragem que teve em exigir providências para acabar com a balbúrdia que é o atendimento do serviço de balsa, tão defendido pelo presidente da Associação Comercial de Rondônia e seus dois assessores.

CHAMANDO A ANTAQ

O deputado Martins (foto – Ass. ALE) exige a regulamentação do serviço de balsa, e para isso encaminhou ofício à Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq), requerendo providências daquela entidade pública para fazer cumprir o Regulamento nº 1.274/09, e fundamenta seu pedido na demora de mais de uma hora para travessia no Rio Madeira, o que sujeita os usuários a muitos danos, inclusive em relação à vida, visto que pessoas têm morrido do outro lado rio enquanto esperam pela balsa.

PREJUÍZO PARA TODOS

Edson Martins fez veemente apelo para a solução do problema em face dos prejuízos que a situação está causando aos usuários da BR-319, e isto certamente deve ter levado muita gente importante ao gabinete do deputado na Assembléia Legislativa, além de tantos telefonemas, para “explicar” a situação. É a turma do quanto pior melhor (pra eles). Deus seja louvado.

LOBBY CONTRA A PONTE

A obra da ponte sobre o Rio Madeira – que é a solução para todos esses problemas - só não saiu ainda por causa da força do lobby dos donos de balsas, que têm influência nos mais improváveis lugares e poderes. E no âmbito local sabe-se que eles usam laranjas, bem pagos ou com promessa de um lugar na Assembléia Legislativa, para defender o indefensável, e se colocar contra o povo, contra Rondônia e contra o Brasil. A construção da ponte sobre o Rio Madeira é uma das bandeiras de luta da Associação dos Produtores e Comunidades da BR-319 e Alto Mucuim (APROCOM), que vai continuar lutando por sua construção, contrapondo-se aos donos de balsas, na defesa dos interesses do povo e o Brasil.

QUE NOJO !!!

O Senado da República está um nojo. Eu havia prometido que não falaria mais sobre o assunto para aliviar um pouco minhas condições hepáticas. Mas de novo passei a sentir aquele gosto horrível de cabo de guarda-chuva na boca, e isso certamente tem a ver com os desdobramentos da crise no Senado que respinga coisa malcheirosa por todo lado, em que pese alguns nada sentirem.

BRASÍLIA TRANSFORMADA

Brasília não parece a mesma. A cidade que registra um índice de violência urbana longe dos padrões aceitos por organizações internacionais que pesquisam esse tema, agora vive uma violência típica de psicopatia – lúcida e desavergonhada -, que estupra consciência e valores, e que transforma homens em marginais de luxo, como se normal tudo isso fosse.

CORAGEM DE MERCADANTE 

A coluna rende homenagem hoje ao senador Aloizio Mercadante, que até ontem (20) era líder do PT no Senado, por sua coragem na defesa dos seus ideais, desafiando o Palácio do Planalto que faz uma defesa implacável e “irresponsável” de José Sarney, sem observar o momento histórico e a influência da canalhice perpetrada nesses atos que depõem contra tudo de bom que o País conquistou. Hoje, o Planalto observa apenas a conveniência política, e que se lixem a economia, o povo e as instituições do Brasil. De todos os golpes o mais pesado foi ver que quem executa esta barbárie é quem mais defendeu a ética, a coerência e tudo mais, até chegar ao poder, o PT.

DECEPÇÃO

Decepcionado, sem alternativa e contrariando o Palácio do Planalto, Mercadante disse: “Não reivindico continuar líder, não pleiteio. A minha vontade hoje verdadeira era sair da liderança do PT. Só não vou contribuir para agravar a crise da bancada”. A afirmação do líder do partido do presidente Lula poderia, naturalmente, ter sido muito melhor e muito mais coerente.

MAIS UM SAI DO PT

Coragem mesmo quem teve foi o senador petista paranaense Flávio Arns, que disse: “Fico sem mandato, mas não fico no PT. Não estou nervoso nem decepcionado, estou envergonhado, profundamente envergonhado”. Durma com essa presidente Lula. O senador que disse não ter, ainda, destino político, revelou-se enojado com PT, afirmando que o partido “rasgou a página fundamental de sua constituição, que é a ética”.

CANDIDATA A PRESIDENTE 

Feliz deve estar a futura candidata a presidente do Brasil, senadora Mariana Silva, que já anunciou sua filiação ao Partido Verde (PV). Segundo ela foram 30 anos de luta dentro do PT, partido que ajudou construir sob base original da ética, sua mais importante bandeira de luta, que está sendo esfacelada pelo rolo compressor do Palácio do Planalto, sob o argumento de que o partido tem de continuar no poder seja a que custo for. Por isso, Marina, que acumulava muitas insatisfações, pulou fora, na hora certa. Foi um belo golpe nos pilares (pilantras) do PT. E muito mais vem por aí. Aguardem.

O BAFO DE COLLOR 

O senador Pedro Simon (PMDB/RS) – expoente da política brasileira -, que da Tribuna do Senado, havia pouco dias, pôde sentir o “bafo” feroz e ardiloso de “onça” de Fernando Collor, ao pedir bufando que “não pronuncie mais meu nome aqui”, não se conteve e soltou a frase do momento: “Hoje é o dia em que o PT abraça o Sarney e o Collor, e a Marina sai. Triste dia esse para o PT”.

BIBLIOTECA MUNICIPAL 

Nos idos de 1987, o Jornal A TRIBUNA publicou uma matéria especial de uma página sobre a Biblioteca Francisco Meirelles, destacando a relevância do trabalho da professora e bibliotecária Glória Valladares. O texto por mim redigido destacava a dedicação e o amor da professora para com a causa da cultura local, esforço de uma guerreira que não media esforços para dotar as prateleiras da única biblioteca pública, das publicações e recursos literários que os estudantes e pesquisadores careciam. Não era raro utilizar os próprios recursos para adquirir papel e outros materiais, além de produtos de limpeza e higiene e até livros para atender bem a clientela que crescia a cada dia. 

GLORINHA VALADARES

Glorinha, como é conhecida no meio cultural portovelhense, é uma figura ímpar. Dona de um rosário de qualidades que permeia sua personalidade rigorosa com doçura e sensatez, sua marca perfeccionista com solidariedade, generosidade, atenção, carinho e muita compreensão, principalmente com a molecada (estudantes de todas as séries) que enchiam a Francisco Meirelles nos seus bons tempos.

BIBLIOTECA EM CASA

Mas o tempo passou e tudo mudou. Glorinha não está mais lá. Mas nem por isso deixou de fazer o que mais gosta, e em sua casa montou uma biblioteca particular (Leitura no Sítio – um projeto de leitura) e passou atender crianças carentes (ou não) que precisam de seu apoio para o aprendizado. Neste trabalho ela conta com apoio de alunos da Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Dignidade.

RECLAMAÇÕES

Fora a homenagem a Glorinha, cidadã digna de todo nosso reconhecimento, a coluna só abordou este assunto esta semana porque recebeu várias reclamações de usuários (estudantes) da Biblioteca Francisco Meirelles, que se ressentem com a gestão da casa, que não adota providências para melhoria do atendimento. Eles reclamam da falta de computadores, que mesmo adquiridos havia mais de um ano, estão parados e certamente ficarão obsoletos, assim como o sistema para atendimento aos deficientes visuais, que da mesma forma não funciona por falta de profissionais especializados. 

Fonte:Cleuber Rodrigues Pereira  - cleuber57@gmail.com 
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