Sexta-feira, 3 de abril de 2015 - 08h20
Por Cleuber Rodrigues Pereira
CONFÚCIO INCENTIVA PRODUTORES DA BR-319
Sensível às dificuldades dos produtores rurais da região da BR-319 e adjacências, o governador Confúcio Moura determinou aos órgãos estaduais ligados ao setor – Seagri e Emater – o planejamento e estudo de medidas práticas para apoiar e incentivar iniciativas que estimulem a geração de emprego e renda na região, como produção de pescado, grãos, gado e hortifrutigranjeiros.
DECISÃO DE ESTADO
Ao decidir apoiar os produtores daquela comunidade produtiva liderada pela Associação dos Produtores e Comunidades da BR-319 e Alto Mucuim (APROCOM), o governador Confúcio Moura fez lembrar que aquela região integra uma área de limite entre os estados de Rondônia e Amazonas, fato que sempre gerou dificuldades para os agricultores ali assentados. Ser uma área limite era a justificativa para a ausência oficial. “A responsabilidade é do outro”, dizia o então círculo vicioso.
DÉCADAS DE ESQUECIMENTO
As comunidades urbanas e rurais da BR-319 viveram décadas de esquecimento, sem a presença oficial. Ali tudo foi construído pela própria comunidade, sem contar com o apoio dos Governos do Amazonas e Rondônia, que se consumiam num círculo vicioso para escapar de suas responsabilidades. Um dizia que a responsabilidade era do outro e vice-versa. “Mas agora, com a decisão do Governo do Estado e da Prefeitura de Porto Velho, de firmarem parcerias pelo desenvolvimento da região, apoiando e incentivando a comunidade produtiva, muitos desconhecidos estão aparecendo, como se tivesse partido deles a decisão do governador Confúcio Moura de investir na região, querendo ser o pai da criança”, disse Vilmar Coletti, presidente APROCOM.
A PRESENÇA DO GOVERNO
Mas o que realmente interessa, conforme prevê o produtor rural Plínio Cella, vice-presidente da entidade, é que este será o ano da APROCOM e seus associados, que passaram a ter o reconhecimento do Governo sobre sua capacidade produtiva. Ele disse que acompanhou os produtores Antonio Pereira (Tota) e Vilmar Coletti, respectivamente secretário e presidente da Associação, numa reunião com o secretário de Estado da Agricultura, Evandro Padovani, de quem receberam a notícia de que governador Confúcio Moura tem projetos e recursos para fomentar e incentivar toda aquela comunidade produtiva.
R$ 400 MILHÕES NESTA SAFRA
Segundo dados da APROCOM ali se produz de tudo, embora numa escala ainda incipiente, exatamente por falta de apoio oficial, mas mesmo assim hoje já apresenta importância na balança comercial do Estado. A previsão da entidade é de que nesta safra a região movimente cerca de R$ 400 milhões, com a produção de carne, peixe, grãos e hortifrutigranjeiros.
O SHOW DA PISCICULTURA
(Caminhão do Peixe abastece bairros carentes de Porto Velho)
Os números da APROCOM referem-se apenas a área produtiva sob sua jurisdição. O setor pecuário ainda é o de maior peso nesta conta, mas as estatísticas da associação apontam a piscicultura como o setor que mais cresceu no âmbito da economia local, responsável atualmente pela produção anual de mais de 600 toneladas de pescado, que abastecem praticamente toda a área periférica e Porto Velho, com o chamado Caminhão do Peixe, que é operacionalizado pela Associação, com a comercialização de pescado de custo popular.
50 MIL CABEÇAS DE NELORE E LEITEIRO
A região tem um rebanho bovino de mais de 50 mil cabeças em fase de expansão, e segundo o presidente Vilmar Coletti ainda existem muitos criadores de gado misto – mestiço leiteiro com gado de corte -, principalmente nas pequenas propriedades, mas é uma situação, segundo ele, em fase de transformação. O modelo tradicional de criação vai dando lugar à tecnologia de produção, que faz melhoramento genético, gerando animais de alta performance, em condições de igualdade com outras regiões produtoras do País.
FRIGORÍFICO, GRANDE PROJETO DA PISCICULTURA
De olho na produção e nos resultados da produção de peixe a APROCOM está desenvolvendo um grande projeto que pretende revolucionar a economia da região da BR-319, e que terá relevância e influenciará muito a economia estadual. Trata-se do Frigorífico de Pescado, em execução na área da entidade localizada no Km 40 da rodovia federal, e que depois de pronto terá capacidade para processar 25 toneladas de peixe por semana.
O presidente da APROCOM informa que este arrojado projeto, já em execução, conta com a parceria da Prefeitura da Capital, e deve gerar logo de início cerca de 20 empregos diretos e outros tantos indiretos, no processamento de cortes especiais de todo tipo de pescado, em especial, do pirarucu, pintado, tambaqui, piau, e jatuarana, entre outros.
2.400 TONELADAS DE PEIXE/ANO
Segundo Vilmar Coletti, a necessidade da instalação do frigorífico atende à demanda do mercado, e aos investimentos que estão sendo realizados na região sob influência da associação, que atualmente conta com cerca de 200 hectares de área produtiva de pescado, ou 1.200 toneladas/ano, e tem uma previsão para os próximos dois anos de chegar a 400 hectares, ou 2.400 toneladas/ano de pescado de excelente qualidade.
APOIO PARA QUEM PRODUZ GRÃOS
O dirigente lembra que esta aproximação do Governo Confúcio Moura com os produtores da região ocorre num momento ímpar, ressaltando que o setor de produção de grãos, que até os dias de hoje é, o que, na verdade, sempre manteve ali centenas de agricultores - pequenos, médios e grandes -, numa sinfonia harmoniosa com a natureza, estimulando a produção sustentável e a recuperação de áreas degradas (capoeiras) na produção soja, milho, arroz, feijão, e outros produtos mais regionais como a mandioca (macaxeira), açaí, pupunha, cupuaçu, hortifrutigranjeiros, etc.
EVOLUÇÃO DOS HORTIFRUTIGRANJEIROS
Neste setor os números são menos precisos em virtude da falta de registro das pequenas propriedades, mas estima-se um crescimento de mais de 200% em face da ocupação que ocorreu nos dois últimos anos nas margens e nas adjacências da BR-319, com o advento da construção da ponte sobre o Rio Madeira. O setor de hortifrutigranjeiro, por exemplo, levou famílias inteiras a deixarem empregos fixos estabelecidos na Capital, para dedicarem-se exclusivamente ao campo. É o caso da Izaias de Jesus Oliveira, 29, sua esposa Luzinete, 33, e os filhos, que são um exemplo de prosperidade, recuperando áreas degradadas em seu sítio, e nele produzindo fartura, alimento limpo de agrotóxico. É comum ver famílias inteiras trabalhando na produção de hortaliças – alface, cenouras, abobrinha, pimentão, maxixe, couve, melancia, brócules, etc -, que são comercializados em Porto Velho.
FALTA DE CRÉDITO LIMITA PRODUÇÃO
Por incrível que possa parecer, o grande impasse para quem vive e produz na região é a falta de crédito, embora o Governo Federal alardeie que está disponível a todos. São muitos produtores desassistidos, com justificativas de toda ordem, e a maioria diz respeito à inércia do INCRA em reconhecer suas posses e emitir documentos que os habilitem a pleitear financiamentos para produção. Por este motivo, muitas propriedades limitam a produção por falta de recursos para destoca de capoeiras, limpeza, gradagem e aquisição de sementes e insumos, especialmente o calcário, cujo frete, por seu custo muito elevado, é o vilão do agricultor da BR-319, área de solo extremamente ácido, e que exige exemplar correção.
AÇÃO DO GOVERNO
A esperança dos produtores da região é que, agora o Governo de Rondônia e Prefeitura de Porto Velho, firmem as parecerias necessárias com a Associação, que possibilitem a execução de serviço de hora máquina para destoca e gradagem e aquisição de calcário para atendimento de pequenos e médios produtores associados à APROCOM.
Contato: cleuber57@gmail.com
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