Sexta-feira, 17 de abril de 2009 - 12h36
Pelo menos dois temas, esta semana, suscitaram boa prosa nas redações da Capital – a matéria da jornalista Eliana Brum, na Revista Época, que em algum momento deve ser comentada, e a discussão sobre a impossível mudança do local de construção da ponte sobre o Rio Madeira, na BR-319, que merece já alguns comentários, ante a singeleza dos argumentos de quem propôs.
A defesa da idéia alega a questão da intensidade do tráfego de caminhões e carretas que prejudicariam futuramente o trânsito da Capital, caso a ponte seja construída das duas cabeceiras da BR-319. Ora, é preciso esclarecer que o trânsito, de fato, já é prejudicado pelo tráfego das carretas, mas é preciso dizer também que essas carretas seguem para vias secundárias, para as várias áreas de portos e não para a BR-319. Por isso, se alguém defendesse a implantação de portos em área mais afastada do perímetro urbano eu seria o primeiro a defender a proposta, pois como morador do bairro Nacional sei quão perigoso é conviver com uma situação de risco constante.
Vendo por este lado, a mudança do lugar da ponte do Rio Madeira não tem qualquer relação com a questão levantada por quem a defende. Ademais, e com todo respeito, ao apresentar uma proposta desta, o autor deve se cercar de fundamentos técnicos, de conhecimentos (pesquisa) de novas tecnologias de engenharia, capazes de sustentar a proposta – a explicação vai mais adiante -, embora isso não impeça ninguém de emitir opinião sobre qualquer assunto. Mas é isso que faz diferença entre uma proposta e “uma proposta”.
A mudança do local de construção da ponte implica preliminarmente numa série de providências de caráter essencial, como a elaboração de um novo projeto da obra – não dá para adaptar -, aliado a um complexo trabalho de pesquisa, sondagem e de impacto ambiental, sem contar com os cerca de 100 quilômetros de rodovia que tem de aberto e construído numa área baixa, alagadiça, que vai demandar a aplicação de milhares de metros cúbicos de aterro, que deve triplicar, ou mais, o custo da obra da ponte. Aliado a tudo isso, pelo que dá a entender a proposta, esta rodovia “extra” cortaria a Reserva do Cuniã, fato que não foi observado pelo autor.
Com todo respeito a quem defende esta idéia, e em consideração às milhares de famílias de trabalhadores rurais que habitam e produzem do outro lado do rio, na BR-319, e adjacências, é possível vislumbrar sinais de que pode haver o dedo (lobby) de alguém neste “angu”.
A Associação dos Produtores e Comunidades da BR-319 e Alto Mucuim (APROCOM), que lutou para levar energia elétrica para a região, encampa agora a luta pela construção da ponte, unindo as duas cabeceiras da rodovia federal. Para o presidente da entidade, Salvador Sebastião Fagundes, a ponte tem de ser construída no lugar onde ela foi projetada e planejada, e só assim terá utilidade.
Levar a ponte a 10, 20, 50 quilômetros abaixo, obrigará a manutenção do serviço de balsa no mesmo lugar onde é hoje. Assim, ninguém, conscientemente, deixará de atravessar na balsa para se deslocar em até 100 quilômetros para atravessar pela ponte. Na visão da APROCOM, quem defende esta idéia, na verdade, está a serviço dos balseiros e não do desenvolvimento. “Foi contaminado”, disse Raimundo Ferreira da Silva, diretor da entidade, lembrando que mais uma vez “estão tentando melar a licitação”.
Vale esclarecer, oportuno, que a obra desta ponte já foi licitada três vezes, e nas duas últimas o certame foi nulificado por motivos que no momento dispensam comentário, em virtude do interesse contrário que recai sobre ela, pelos donos de balsas que dominam os rios da Amazônia. O serviço de balsa é um grande negócio.
Uma ponte como esta, além de sua importância econômica e social – vai integrar, gerar riqueza, emprego e renda -, tem uma função igualmente importante em relação ao turismo. No mundo inteiro as pontes urbanas embelezam cidades como San Francisco (USA), Sidney (Austrália), Kobe (Japão), Rio Branco (Acre), viram cartões de visita e orgulho de seu povo, mas aqui em Porto Velho ...(deixa pra lá).
Por tudo isso, além do que parece uma trama bem articulada de quem tem muito a ganhar com a manutenção das balsas entravando o progresso regional, nota-se da parte do autor da proposta, desconhecimento da realidade, pois do contrário não teria lançado esta terrível idéia. Certamente quem defende, por esta via, a manutenção do serviço de balsa, nunca presenciou um jovem morrer dentro de uma ambulância do outro lado do rio, esperando por uma balsa que nunca chega a tempo.
Fonte: Cleuber Rodrigues Pereira
(reprodução permitida desde que citado o autor e fonte)
cleuber57@gmail.com
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