Sábado, 17 de junho de 2017 - 21h19
Diante do aumento da violência agrária que atinge trabalhadores rurais, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pescadores artesanais, defensores de direitos humanos, a Comissão Pastoral da Terra (CPT- RO), juntamente com a Arquidiocese de Porto Velho, realiza na terça feira (dia 20) uma Audiência Pública sobre violência e conflitos agrários em Rondônia e o Lançamento do Caderno de Conflitos do campo (ano 2016).
De acordo com levantamento da CPT, o ano de 2016 teve registro recorde no número de conflitos no campo: foram 61 assassinatos de trabalhadores rurais (o dobro de casos de assassinato em relação à média dos últimos 10 anos) e 1.536 conflitos, envolvendo 909.843 famílias. O ano de 2017 já revela que os conflitos serão intensificados.
O evento acontece no Auditório da Catedral, das 9h às 16h30, com a presença dos trabalhadores rurais e sem terra do Estado de Rondônia, representantes dos povos tradicionais e migrantes, movimentos sociais, defensores dos direitos humanos e demais segmentos de nossa sociedade.
No dia 20 de junho celebramos o Dia Mundial do Refugiado e a coragem das pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e seus países por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos. Na petição da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), entregue em 2016 aos líderes mundiais constava o Apelo aos governos para que garantam que todas as crianças refugiadas tenham acesso à educação; todas as famílias refugiadas tenham um lugar seguro para viver; todos refugiados possam trabalhar e adquirir conhecimentos que contribuam de forma positiva para suas comunidades.
Papa Francisco, em sua Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado (celebrado no 3º domingo de janeiro, neste ano: 15/01), com o tema “Migrantes de menor idade, vulneráveis e sem voz”, destacou a vulnerabilidade das crianças migrantes que chegam sozinhas aos países de destino. Triplamente fragilizadas, por serem menores idade, estrangeiras e indefesas, elas acabam por se tornar vítimas de violações dos direitos humanos muito facilmente.
No Brasil, a Igreja realiza hoje a abertura da Semana Nacional do Migrante (18-25/06), em sintonia com a Campanha da Fraternidade, cujo tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e lema “Cultivar e guardar a Criação” nos permite avançar na mudança de mentalidade ecológica frente a um sistema que necessita saquear a natureza para sustentar o ritmo frenético do consumo e reconhecer que a migração forçada revela um sistema injusto que exclui milhões de seres humanos obrigando-os a migrar para sobreviver e salvar suas vidas.
Além das vítimas das guerras e das mudanças climáticas no mundo, no Brasil os atingidos por barragens das hidrelétricas somam milhares de migrantes que vivem “errantes”, porque continuam lutando por seus direitos, ou “perderam a sua terra, ou foram expulsas”, ou não tem uma casa para retornar.
Para Roberto Marinucci e Ir. Rosita Milesi, o fenômeno das migrações internacionais aponta para a necessidade de se repensar o mundo não com base na competitividade econômica e o fechamento das fronteiras, mas, sim, na cidadania universal, na solidariedade e nas ações humanitárias.
As migrações são berços de inovações e transformações. Elas podem gerar solidariedade ou discriminação; encontros ou choques; acolhida ou exclusão; diálogo ou fundamentalismo.
Em sua 32ª edição, a Semana do Migrante, que tem como tema: “Migração, Biomas e Bem Viver” e o lema: “Uma oportunidade para Imaginar Outros Mundos”, considera em seu Texto Base que para diminuir as desigualdades e injustiças reinantes no mundo, é possível imaginar e construir outra forma de bem viver a vida, baseada na redução da produção e do consumo; um caminho para reconstruir uma sociedade decente, não de abundância material, mas de um mundo sem miseráveis e sem lixo.
Sabemos que é insustentável o comportamento daqueles que consomem e destroem cada vez mais, enquanto outros ainda não podem viver de acordo com a sua dignidade humana, afirma papa Francisco, na Encíclica Laudato Si; por isso, chegou a hora de aceitar um certo decréscimo do consumo, fornecendo recursos para que se possa crescer de forma saudável noutras partes (LS 193).
A liturgia de hoje está centrada na compaixão e misericórdia, no amor gratuito de Deus, na missão. Jesus se compadece das multidões cansadas e vê nelas ovelhas que não têm pastor. E como Cristo, devemos olhar a partir de uma perspectiva mais racional e justa a situação de milhões de brasileiros que vivem na chamada “situação de vulnerabilidade social”.
Vulnerabilidade social que significa situação de carências múltiplas: alimento, educação, saúde, saneamento básico, trabalho, cultura, estrutura familiar, etc e que reduz drasticamente as boas expectativas daqueles que a vivem (G.Medella).
“Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36-10,8). No evangelho de hoje, Jesus encontrou a massa popular abatida e exausta e pediu operários para reconstituir, a partir dessa massa dispersa, o povo de Deus.
De acordo com a estrutura do antigo povo das doze tribos, nomeia doze representantes do novo povo de Deus. Eles serão os operários da colheita. Esses doze operários, Jesus manda-os anunciar o reino e curar as doenças. E, pensando no “aqui e agora”, manda-os primeiro às ovelhas desgarradas de Israel. Depois de sua ressurreição, enviá-los-á a todas as nações.
Nosso povo também está abatido, oprimido. Observamos a decadência social, e até física, das populações da periferia e do interior, a desorientação dos jovens, a violência crescente etc. Isso não nos deve desanimar: é um desafio. A consciência comunitária e a missão evangelizadora podem transformar a situação, como acontece, por exemplo, em comunidades de base que realmente vivem o evangelho (Konings).
Para o jesuíta, Pe. A.Palaoro, a originalidade de Jesus começou em sua maneira de olhar a realidade e de deixar-se afetar por ela. A “subversão” da vida começa pela subversão do olhar; os olhos de Jesus viram muita dor, miséria, violência e suas entranhas se comoveram. Viu o seu povo despojado da terra, dos direitos mais elementares, Jesus viu e se compadeceu; compadeceu-se e indignou-se; indignou-se e se comprometeu na transformação daquela realidade dolente; comprometeu-se porque seus olhos viram mais a fundo, mais além, outro mundo possível.
O livro do Êxodo apresenta-nos o Deus da Aliança, que elege um Povo para com ele estabelecer laços de comunhão e de familiaridade. A esse Povo, Deus confia a missão de ser um sinal de Deus no meio das outras nações (Ex 19,2-6a).
Paulo Apóstolo nos leva a refletir que a comunidade dos discípulos é fundamentalmente uma comunidade de pessoas a quem Deus ama. A sua missão no mundo é dar testemunho do amor de Deus pelos homens, um amor eterno, inquebrável, gratuito e absolutamente único (Rm 5,6-11).
Neste tempo de crise, no qual “nossa cidadania (anseia) uma sociedade democrática, justa, boa para todos” (Ibase), é necessário que cultivemos a compaixão e a misericórdia, a oração e a missão.
Para que vivamos a realidade do rosto Misericordioso de Deus, como um estilo de ser Igreja que favoreça o caminho da Nova Evangelização no Continente Americano e no mundo, Aparecida do Norte/SP vai sediar o 1º Congresso Continental da Misericórdia, de 22 a 25/06, em sintonia com a bula do Jubileu Extraordinário da Misericórdia: Misericordiae Vultus.
E na próxima 6ª Feira (dia 23), celebraremos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, orando pela santificação dos Sacerdotes. Na Festa do Coração de Jesus, o Senhor nos concede a alegria de celebrar, no coração do Seu Filho, as grandes obras do Seu amor.
Quando Jesus fala de si, diz: “Eu sou manso e humilde de coração”. Também Ele, o Filho de Deus, se abaixa para receber o amor do Pai. Outro sinal particular do amor de Deus é que Ele está sempre precedendo o homem. Ele está sempre diante de nós, espera-nos para nos receber no Seu coração, no Seu amor. A lealdade de Deus ensina-nos a acolher a vida como acontecimento do seu amor e nos permite testemunhar este amor aos irmãos num serviço manso e humilde (papa Francisco).
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