Sábado, 19 de março de 2011 - 07h26
E nós com isso? I
A notícia de que nos últimos cinco anos o Ministério do Esporte gastou cerca de R$ 70 milhões com a reforma ou a construção de 40 estádios públicos pelo Brasil é decepcionante para Porto Velho. A cidade ficou de fora do programa Esporte e Lazer na Cidade, que repassou no mínimo R$ 500 mil para cada município contemplado.
E nós com isso? II
Veja como tem coisa absurda nesse país. Do dinheiro repassado para os estádios, o Governo Federal enviou R$ 3,46 milhões para a reforma do Machadão, em Natal. Até aí tudo bem; a cidade conseguiu sua indicação para o Mundial. Só que os jogos serão em outra arena, a de Dunas, que ainda será construída. Sabe onde? No lugar do Machadão. Como se explica isso? Reformaram, gastaram, para depois demolir?
E nós com isso? III
Só para aumentar o caldo, é bom que se registre que municípios com população pequena, como Jaborandi em São Paulo, com pouco mais de 6.500 habitantes, ou Sandolândia em Tocantins, com menos de 4 mil moradores, terão os seus estádios. O maior investimento do Ministério do Esporte em uma arena foi na Fonte Luminosa, em Araraquara: R$ 11,9 milhões. Lá pelo menos tem a Ferroviária, com tradição e bom público.
E nós com isso?
Será que agora aparece alguém para reivindicar uma verba para a construção de uma arena esportiva em Porto Velho? Nos moldes de um espaço para eventos culturais também? Com o precedente aberto pelo próprio Ministério, é impossível que a cidade não consiga. A não ser que a cabeça de burro enterrada seja grande demais...
Em tempo
Publicada no Diário Oficial da União a sanção da presidente Dilma Rousseff da medida provisória que autoriza o repasse de cerca de R$ 40 milhões aos clubes esportivos. Valor que representa 0,5% do repasse feito pelas loterias federais ao Ministério do Esporte anualmente. A verba será repassada à CBC (Confederação Brasileira de Clubes), sediada em Campinas. Dinheiro chama dinheiro. Primo rico é outra papo!!
Pergunta na trave
Quando será que os clubes menores, as entidades que fazem esporte nas regiões mais afastadas do chamado eixo e as cidades que precisam de investimentos em praças esportivas, ginásios, professores terão uma atenção real dos governantes? Não somente em obras, que também são necessárias. Mas na construção de uma mentalidade esportiva, que ajude a mudar o quadro de derrota que o país ainda vive. Nem tudo é economia!