Segunda-feira, 13 de janeiro de 2014 - 11h18
Antigamente navegar era poesia. Nos remetia ao mar, ao desconhecido, aos desafios da viagem rumo a algum norte qualquer.
Não sou contra a nova forma de se navegar. Essa que se faz na ponta dos dedos, conectada, em rede, cheia de abreviações, exclamações, fotos, vídeos e admirações.
Navego assim também, mas sem a preocupação de ter o melhor touch, o mais moderno smart ou a conexão mais poderosa. Não vivo a neura de ter um iate no bolso ou na palma da mão. Um bom barco que me leve, faça chegar e receba minhas mensagens já está bom. Não quero depender dele para tudo. Nunca fui de morar em alto mar.
Gosto do chão, do cheiro da terra, do barulho da rodas dos carros quando passam na poça d'água. Gosto de uma boa conversa. De ouvir e falar, de rir e chorar com a pessoa perto.
Num show, não quero gravar aquela canção. Quero que ela fique guardada aqui dentro, letra, música e momento.
Claro que a foto do flagrante, a denúncia que desbloqueia o gesso de uma mídia louca para não dizer, são benefícios, conquistas, avanços inquestionáveis. Também faço uso dessas armas quando navego.
Mas acho triste, quando numa roda de amigos, ou numa mesa em família, um aparelhinho na mão de quase todos crie uma enorme distância de um metro ou dois. Ali tão perto, vão ficando longe. Palavras que antes eram faladas, não se ouvem mais, por conta do barulho das ondas.
Por favor não pense que estou querendo discursar na base do "sou do tempo em que". Nem que sou daqueles que querem caçar as bruxas on line e queimar os smartphones em praça pública. Queimar não, nunca. E meu barquinho? Se fosse assim eu também sairia perdendo. Não navegaria mais...
Estou falando de aprender a desligar, de vez em quando. Parar na praia. Descer para ver as pessoas. Olhar para elas, comer com elas, desfrutar de sua companhia. Sem pressa. Sem conexão via satélite, rede, parabólica, fio, sem fio, ou via rádio. Como é bom um bate-papo sem pegadinhas gravadas e postadas. Uma conversa só com histórias contadas.
Ah, diriam alguns, dessa tal modernidade ninguém escapa, não adianta. Todo mundo vai acabar entrando no mesmo barco. Pode ser, sei que é forte a corrente dessas águas.
De qualquer modo, prefiro acreditar que ainda tem gente que prefere gente. Com carne, osso e alma. Gente que consegue desligar o celular na hora de um filme, por exemplo. Como fazíamos quando o cinema era uma viagem que não permitia interrupção, nem para ir ao W.C.. Por falar em banheiro, navegar aí já é demais, desligue isso agora! Pipipipipi....
O fantástico mundo acima do subsolo - Por Domingues Jr.
Estou num elevador, a porta se abre, alguém que nunca vi em toda a minha vida diz um amistoso bom dia! Quer dizer, nem sempre é amistoso e nem sempre
Dose pra elefante - Por Domingues Jr.
Tenho encontrado mais alento, verdade, beleza e até humanidade nos programas que vejo no Animal Planet, do que na maior parte do que a TV exibe hoje
A Tailândia é logo ali - Por Domingues Jr.
Temos sim, uma capacidade, um dom, um talento, que pode ser útil para o mundo. Mesmo que, aparentemente, não seja o nosso mundo, nossa cultura, nosso
O whatsapp, com tantas ferramentas incríveis e uma capacidade inigualável de facilitar a vida de tanta gente, também surge como uma besta-sem-freios