Terça-feira, 24 de setembro de 2013 - 20h13
Parar num aeroporto e saber que vou esperar três horas não é nenhum pouco inspirador. Aeroportos são os lugares em que as pessoas não estão ali.
Mas saber que retorno para os braços e aconchego de quem amo, depois de buscar ajuda e doaçōes para pessoas que aprendi a amar, faz a espera parecer menos dolorosa.
Hoje, além da gostosa sensação da volta pra casa, lembrei de viagens que fiz com a família quando voar era algo de ficção científica pra mim. Para uma criança do interior, que passava as férias na cada da avó e sítio do tio, avião era coisa de outro mundo. O mundo da imaginação.
Aventura mesmo era o Fusquinha do pai, na estrada que ligava Araçatuba a Auriflama. No trecho de terra, perto Patrimônio da Mata ou Major Prado, era batata contar com uma pausa para sair todo mundo e ajudar o carro a superar o atoleiro. Incrível como o barro e a lama faziam menos mal naquela época.
Senti até o balanço do carro prum lado e o volante para o outro, com seu Benedicto garantindo que tudo ia dar certo. A gente chegaria ainda hoje. E chegava mesmo!
Estou mais chique agora. Acabo de comer um arroz com batata sotê e brócolis, além de mais algumas tirinhas disso e daquilo, perto de pessoas cheias de malas importadas, roupas de grife e celulares iluminados. Tantos destinos esperando tanta gente e eu recordando o carro atolado.
E acredito que essa recordação é meio que um sinal de alerta. Volta e meia sinto alguns aromas, vejo alguns rostos, ouço sons e percebo algo que me remete a um tempo atrás. Claro que isso acontece com todos. Eu sei! Mas os celulares iluminados, que interrompem boas prosas, as malas que carregamos com pressa para conseguir ficar em pé no corredor do avião, a roupa que aponta a conta bancária, não deveriam nos separar da época em que viajar era complicado e chegar era sublime.
Meu nível de nostalgia está bem acima de 12 por 8 agora. Melhor desligar o tablet. Olhei para ele e senti falta da máquina de datilografar. Aí já é demais...
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