Terça-feira, 17 de junho de 2014 - 12h11
Pouca coisa ou quase nada está acontecendo. Ao menos é essa a impressão que passam alguns dos principais sites do país. A Copa e seus entornos tomaram conta da mídia e só o que acontece por lá parece ser o fato. Nada contra o mundo da bola, pelo contrário; gosto de futebol desde que meus tios, pai, padrinho e amigos me deram 11 bolas no aniversário de primeiro aninho. Todos acreditando que mais um craque havia nascido...triste ilusão.
O problema não é a bola, nem a competição, que aliás apresenta um nível elevado tecnicamente e boas partidas quando o assunto é esquema tático e a inteligência do jogo. A questão que incomoda é a maneira com que o usuário-leitor-internauta-consumidor é tratado.
A manchete que mostra a paraguaia Larissa Riquelme se vangloriando de ter furado a fila com a ajuda de "oficiais" no aeroporto lotado é emblemática. A moça, que um dia alguém decidiu escolher como a musa da Copa de 2010, conseguiu mais uma vez virar notícia. Agora, mesmo sendo made in Paraguay, mostrou ginga num autêntico jeitinho brasileiro. Driblou a segurança enquanto dezenas de "não-musos e musas" tiveram que esperar a burocracia nas emperradas filas. Algo comum nos péssimos aeroportos brasileiros.
Pra piorar, além de não acrescentar nada além da indignação e do vazio que uma notícia dessas representa, os destaques do Mundial 2014 são, em sua maioria, dignos de Caras ou tapas na cara.
Veja o caso do mascote Fuleco, por exemplo: não apareceu nos estádios, ninguém viu na abertura do evento e possivelmente será o grande ausente até o final. Tudo porque a Fifa não teria cumprido com sua parte num acordo com entidades de defesa do tatu-bola, animal ameaçado de extinção e que seria alvo das ações numa campanha com apoio financeiro da promotora da Copa. O valor oferecido para ajudar na defesa do bichinho, não passaria de 300 mil dólares, parcelados em 10 anos. Ong's e grupos de defesa não aceitaram por acharem ser muito pouco e o Fuleco ficou encalhado. Já o animalzinho, sinceramente, não sei se seria mesmo ajudado.
Como ainda tem muita bola pra rolar e pouco tatú na roça, vamos assistir aos jogos. No meu caso, sem a mesma paixão que um dia me levava para a frente da TV. Talvez seja algo só comigo, um cara que anda cada dia mais impaciente com o tamanho das filas e com nenhum silicone para furar a defesa adversária...
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