Terça-feira, 15 de julho de 2014 - 11h44
1.1962 A COPA DO MUNDO NO CHILE – O ano de 1962 encontrou o Brasil fervilhando politicamente. A nível mundial, a bipolaridade política havia se acentuado com a construção do Muro de Berlim, em 1961, que dividiu a Alemanha em dois países, um capitalista, denominado Alemanha Ocidental, e outro comunista, a Alemanha Oriental. Três anos antes, a América Latina vivenciou a Revolução Cubana e, um ano antes, a Crise dos Mísseis, que colocou frente a frente as duas potências atômicas, EUA e URSS. Era a Guerra Fria, iniciada em 1945, alterando a geopolítica mundial. No Brasil, esse enfrentamento ganhou força com a renúncia do presidente Jânio Quadros, JQ, a posse tumultuada do vice, João Goulart, o Jango, e a implantação do Parlamentarismo como regime de governo.
2.A seleção brasileira voltou a brilhar nos gramados chilenos. No primeiro jogo, venceu o México por 2X0. No segundo, empatou com a Tchecoeslováquia em 0X0, mas perderia Pelé. O rei foi duramente marcado nesse jogo e sofreu uma séria contusão que o tiraria do Mundial. Nesses dois jogos, a seleção era formada por Gilmar, goleiro, Djalma Santos, Mauro, Zózimo e Nilton Santos; Zito e Didi; Garrincha, Vavá, Pelé e Zagalo. Era a base da seleção de 1958. Além desses dois jogos, o Brasil jogou contra a Espanha e venceu por 2xl. Nas quartas de final, enfrentou a Inglaterra e ganhou por 3X1. Na semifinal, venceu os donos da casa, o Chile, por 4X2. Na final, voltou a enfrentar a Tchecoslováquia e venceu por 3X1. A seleção brasileira era bicampeã mundial em duas copas seguidas. O escrete nacional jogou e venceu com o mesmo time que iniciou a Copa do Mundo, somente com uma alteração: Amarildo, no lugar do rei Pelé. Amarildo, no comando do ataque fez os dois gols da vitória sobre a Espanha e um na final contra a Tchecoslováquia, os outros dois foram marcados por Zito e Vavá. Sem o rei Pelé, o destaque foi o camisa 7, Garrincha, que brilhou nos gramados suecos, em 1958 e consagrou-se no Chile, em 1962.
3.No retorno ao Brasil, a seleção desfilou em carro aberto pelas ruas da recém-inaugurada cidade de Brasília (21.04.1960). O governo, no entanto, não soube - ou não pode - tirar proveito desse bicampeonato mundial. O quadro político estava muito tumultuado. A esquerda, financiada pela URSS, estava mais forte e pressionava o presidente João Goulart para tomar medidas de enfrentamento com a direita, patrocinada pelos EUA. Ocorre que o governo era Parlamentarista. Se o presidente, chefe de Estado, era comunista, o primeiro ministro, chefe de governo, senador Tancredo Neves (avô do presidenciável/2014, Aécio Neves) não era. O confronto estava na mesa das negociações, por isso o gabinete cairia três vezes, enfraquecendo o regime e fortalecendo a luta pela volta do Presidencialismo.
4. No Território Federal de Rondônia o quadro político não era diferente. Cutubas, de direita, e Peles Curtas, de esquerda, controlavam o poder. O comando político, no entanto, estava saindo das mãos dos Cutubas e passava para os Peles Curtas, corrente política liderada pelo médico e ex-prefeito de Porto Velho, Renato Medeiros. Nesse novo cenário político, o deputado distrital federal Aluízio Pinheiro Ferreira, eleito nas eleições de 1958, estava perdendo poder e anunciava seu afastamento da vida político-partidária . Apesar de tudo, apresentou na Câmara Federal projeto de lei dispondo sobre a criação do Estado de Rondônia. No mesmo período, o governo federal criava o Estado do Acre (agosto/1962). Enquanto isso, o projeto do deputado Aluízio Ferreira era engavetado na Câmara. Mas, outro iria tramitar no Senado, por iniciativa do senador José Kayrala, do recém-criado estado do Acre, que apresentou, no ano seguinte, projeto dispondo sobre a criação do Estado de Rondônia. Foi o segundo projeto nesta década dispondo sobre a elevação do Território Federal de Rondônia à categoria de Estado. Os dois foram arquivados.
Historiador e analista político*
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