Sábado, 4 de agosto de 2007 - 11h57
Como não poderia deixar de ser, a classe política, detentora de condução do processo político de Rondônia. Com isto, entrou em rota de colisão como Governador Jorge Teixeira de Oliveira, que pretendia manter nas mãos o comando do Estado, condição que, se lhe era peculiar por força do cargo e pelos deputados federais e senadores. A rota de colisão ficou ainda mais estreita e perigosa a partir do momento em que Jorge Teixeira, que legislava através de decretos, prerrogativa de sua competência enquanto durassem os trabalhos da Assembléia Estadual Constituinte, resolveu expedir o decreto-lei nº 071, de 05 de agosto de 1983, criando os municípios de Rolim de Moura e Cerejeiras. A classe política sentiu-se desprestigiada, com a atitude do governador, que se valeu do último dia em que poderia legislar e baixou um decreto-lei de enorme importância , sem esperar pela Assembléia Legislativa que constituída no dia seguinte, 06 de agosto, teria poderes para deliberar sobre a matéria.
Entretanto, o governador, de reconhecida competência administrativa, mas de pouco traquejo político, decidiu expedir aquele que foi seu último decreto-lei, e provocou a grande cisão política do seu governo, que ficou entre duas frentes oposicionistas. Além dos políticos do PMDB, seus opositores sistemáticos, teve de enfrentar a maioria dos parlamentares do PDS de Rondônia na Assembléia Legislativa e no Congresso Nacional.
Menos de um mês depois, ocorreram eleições para prefeitos e vice-prefeitos nos municípios de Colorado d’Oeste, Costa Marques e Guajará-Mirim. O Governador sentiu a situação agravar-se no interior de seu partido, porque o PDS, ao contrário de 1982, caminhou rumo àquelas eleições municipais totalmente dividido e fora do seu controle, o que fez com que sofresse sua primeira derrota nas urnas, paradoxalmente, para o seu próprio partido político.
Determinada a retirar o governador do poder, a classe política se mobilizava em várias frentes: na presidência da República, nos Ministérios do Interior e da Justiça, através da imprensa. Com essa finalidade, foram celebrados acordos políticos que viabilizassem a demissão de Jorge Teixeira. Os lideres do PDS de Rondônia acreditavam que poderiam assumir o comando político do Estado e que indicariam o seu substituto.
Ocorre que Jorge Teixeira de Oliveira desfrutava de elevado prestígio junto ao presidente da República, João Batista de Oliveira Figueiredo, e ao ministro do Interior Mário Andreazza. Além disso, apesar de ser o único governador de Estado nomeado do País, despontara no cenário político nacional como o grande condutor do processo político-eleitoral que levou o PDS a vitória em Rondônia em 1982. Nessa condição, conseguia superar as crises, demover acordos que visavam sua demissão, e sustentar-se à frente do governo.
Fonte: Francisco Matias - Historiador e Analista Político Porto Velho - autor livro"PIONEIROS" - 1998.
O JANTAR DO CONDOR. O ALMOÇO DA ABRIL. O HOSPITAL DO AMOR - Por Francisco Matias
Governador Confúcio Aires Moura, do estado de Rondônia 1.Novembro passou e dezembro entrou. O ano caminha para o seu final. Mas existe o risco de n
PORTO VELHO 103 ANOS - Por Francisco Matias
1.Hoje, dia 2 de outubro de 2017 completam-se 103 anos da criação do município de Porto Velho. Na manhã daquele 2 de outubro de 1914, no Palácio Rio N
O JORNAL ALTO MADEIRA E A HISTÓRIA - PARTE II
1. Continuando com a série o Alto Madeira e a história, relatando a saga deste centenário em fase de adormecimento, este escriba lança novas matéria
O JORNAL ALTO MADEIRA E A HISTÓRIA- PARTE I
1. A propósito do anúncio publicado nas redes sociais dando conta de que o jornal ALTO MADEIRA vai encerrar suas atividades no final deste mês de