Entretanto, se conseguia superar as crises no seu governo e rechaçar as constantes investidas que os políticos ao se cansavam de fazer para exonerá-lo do cargo, Jorge Teixeira, pouco a pouco, começava a perder força política em decorrência da mudança do regime político no País. Essa nova conjuntura desestruturava o
PDS a nível nacional e suas principais lideranças organizavam-se em torno da Frente Liberal e da
Aliança Democrática, em coalizão com o PMDB. Este novo fato político fortalecia seus adversários.
O início desse fortalecimento e do ocaso da liderança de Jorge Teixeira ocorreu nas eleições de 31 de agosto de 1983 e teve sua confirmação no pleito de 09 de dezembro de 1984, realizado em Rolim de Moura e Cerejeiras, quando o PMDB sagrou-se vitorioso, ao conquistar as duas prefeituras e a maioria dos vereadores, numa importante vitória que mudou completamente o quadro político do Estado. Em pleno governo, Jorge Teixeira perdeu o controle político que passou às mãos de Jerônimo Santana, líder maior do PMDB EM Rondônia, na época. Ou seja. O poder político saía da área de influência do governador, mas, ao contrário do que a dissidência do PDS havia planejado, passava à do PMDB.
A derrota do PDS nas eleições de 1984 foi o segundo revés sofrido pelo governador Jorge Teixeira nas urnas, num espaço de pouco mais de um ano, e o primeiro que o PDS sofria para o PMDB no Estado de Rondônia. Mas não foi apenas isto. Na verdade, foi um golpe mortal na liderança do governador, que teve pouca participação política no pleito e dividiu seu partido ainda mais. Beneficiado pela mudança na conjuntura política nacional, o PMDB se fortalecia em Rondônia e devolvia a Jerônimo Garcia de Santana a condição de líder político regional, ao tempo em que deixava Jorge Teixeira em franca desvantagem.
Apesar de todos os reveses, o governador imaginava continuar à frente do governo do Estado até o dia 14 de março de 1987, conforme previsto no artigo 5º da Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981. A eleição de Tancredo Neves para presidente da República, em 15 de janeiro de 1985, aumentou a sua confiança, em virtude de terem ocorrido negociações para sua permanência no cargo. No entanto, o falecimento inesperado do Presidente e a posse de
José Sarney na presidência da República recolocaram os políticos contrários a Jorge Teixeira de Oliveira em vantagem, o que terminou por minar suas resistências para permanecer no cargo. A ascensão de José Sarney, um político egresso do PDS, piorou consideravelmente sua situação, mesmo porque o controle político do Estado passou a ser exercido pela Aliança Democrática, uma coalizão entre o PMDB e o PFL que envolvia as principais lideranças regionais, contrárias ao Governador.
Em função da disputa pelo cargo do governador, a Aliança Democrática em Rondônia apresentava claros sinais de ruptura em razão de ambos os partidos que a formavam pretenderem indicar o substituto de Jorge Teixeira. Sob a liderança do senador Odacir Soares, o PFL indicou o deputado estadual
Amizael Gomes da Silva, que, inclusive filiou-se ao partido em Brasília, com o seu candidato, o deputado estadual Angelo Angelin. Por influência de Jerônimo Santana junto ao deputado
Ulisses Guimarães, o presidente José Sarney escolheu o nome apresentado pelo PMDB.
Desta forma, no dia 14 de maio de 1985, o presidente, exonerou o coronel
Jorge Teixeira de Oliveira do cargo de governador do Estado de Rondônia. Na seqüência nomeou para substituí-lo, o deputado
Angêlo Angelin, do PMDB de Vilhena.
“O poder de mando não é um gozo nem um privilégio de ninguém é, antes de tudo, uma servidão para todas as horas”. (palavra de improviso do Governador Jorge Teixeira de Oliveira, por ocasião da promulgação da Carta Constituinte do Estado de Rondônia, em 06 de agosto de 1983.
Fonte: Francisco Matias - Historiador e Analista Político Porto Velho - autor livro"PIONEIROS" - 1998.