Terça-feira, 8 de setembro de 2015 - 17h24
FRANCISCO MATIAS ESCREVE
No quadro do pintor Pedro Américo, a cena do grito da
Independência ou Morte
1.Passadas as comemorações dos 193 anos da separação do Estado do Brasildo reino de Portugal, fato ocorrido no dia 7 de setembro de 1822, esta coluna se propõe a contribuir para atualizar a História, sem pretender com isso, encerrar o assunto. Na segunda década do século XIX os ventos democráticos das revoluções francesa (1789-1792) e estadunidense (1776) sopravam com força sobre a América Espanhola, notadamente o Vice-Reinado do Peru, atuais Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, e o Vice-Reinado do Alto Peru, atuais Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela. Da queda da Bastilha (1789) à tomada de Ayacucho (1825), passaram-se quatro décadas de lutas, rebeliões e derrotas da Inglaterra, do governo absolutista francês e da Espanha.
2.A coroa portuguesa temia que em seu reino isso viesse a ocorrer,principalmente no Brasil, a maior e mais rica das colônias. Mas estava confiante em seu preposto, o príncipe Pedro, filho mais velho de D. João VI. Ocorre que o príncipe regente tinha suas ambições políticas. Era herdeiro do trono e pretendia manter o poder, nem que para isso tivesse de trair o juramento de permanecer fiel a Lisboa. Além disso, estava cercado por assessores que defendiam a separação do Brasil de Portugal, dentre os quais José Bonifácio, Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira, José Maria da Silva Paranhos e, bem junto a si, a princesa regente, D. Leopoldina, sua esposa.
3. Fora do palácio, mas incrustada no poder, a Maçonaria trabalhava com afinco pela separação do Brasil de Portugal. Por isso decretou a independência do Brasil no dia 23 de agosto de 1822. Fortalecido, o príncipe Pedro, também maçom, obteve o apoio político que precisava para não obedecer às ordens de Portugal que o obrigavam a viajar a Lisboa. Ele sabia que não voltaria mais ao Brasil. Apoiado por comerciantes, fazendeiros e pelo segmento maçônico da caserna e da Igreja católica, D. Pedro de Alcântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Paschoal Cypriano Serafim de Bragança e Bourbon, príncipe do Brasil e príncipe da Beira, tornou-se imperador do Brasil. Na qualidade de príncipe regente do Brasil, ele exercia os cargos de Infante e Grão-Prior do Crato, Príncipe do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves, Duque de Bragança e Principe da Beira. Dois anos depois, seria ungido a Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil, ao outorgar a primeira constituição do Brasil e a única do Império.
4.O Brasil de hoje deve muito à decisão política do jovem e ambicioso príncipe que virou imperador, mas não conseguiu controlar seu governo, seus ministros e aliados. Além de ter arrancado do uniforme os laços que o uniam a Portugal, arrancou os símbolos maçônicos, enfrentou rebeliões, unificou províncias rebeldes (Bahia, Maranhão, Pará e Amazonas) e teve de renunciar o trono apenas nove anos depois de tornar-se Imperador. É o Brasil.
Historiador, membro da Academia Rondoniense de Letras, ARL, e escritor regional(*)
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