Segunda-feira, 28 de novembro de 2011 - 20h03
1. O dia 17 de novembro 2011 será uma data difícil de ser esquecida. Mas, certamente será apagada dos comentários políticos e históricos, dependendo do jogo de interesses que vicejam nas hostes políticas rondonienses, com ênfase ao município de Porto Velho. Ocorre que neste dia, Rondônia foi palco de mais uma operação midiática da Polícia Federal, a bordo de 300 agentes, encarregados de cumprir 57 mandatos de busca, apreensão e alguns de prisão que desembarcaram Foi um “Deus-nos-acuda”. Como sempre, o horário das seis da manhã virou a “hora do pesadelo” para uma boa parte da classe dominante do Estado de Rondônia. Ao amanhecer do dia, os prédios da Assembleia Legislativa, de alguns órgãos do poder executivo, determinadas casas e fazendas e até um ou dos hotéis da city foram cercados por agentes de preto, armas em punho, cópias dos mandados nas mãos para cumprirem suas missões (mas, precisava mesmo de 300 agentes para cumprir pouco mais de meia centena de mandados? A turma é realmente tão perigosa assim? Vai saber....
2. O certo é que a História se repetiu e, mais uma vez, não foi como farsa. O fato está lançado. Agora, é correr para defesa, se é que dá para defender, ou, parafraseando o ex-presidente Lula, se o chute foi bem colocado, não tem defesa, companheiro, ou será melhor companheira?. Mas, deixemos as paráfrases de lado e voltemos ao dia 17 de novembro... Pois bem. Os desdobramentos políticos da Operação Termópilas somente serão sentidos no ano que vem, quando as forças políticas e partidárias estarão participando das eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores. Possivelmente, a eleição para vereador não seja muito afetada, mas, a de prefeito de Porto Velho, esta sim, vai ser muito, mas muito afetada pelo que ocorreu. Senão vejamos: o presidente da ALE, deputado Valter Araújo foi preso. Foi o único deputado a parar atrás das grades, contudo seis estão com mandatos suspensos, ou, com suas atividades legislativas e parlamentares suspensas. Desses, três, juntamente com Valter Araújo, estavam no jogo para ocupar a cadeira do prefeito Roberto Sobrinho: Epifânia Barbosa, presidente estadual do PT; Zequinha Araújo, do PMDB, e Jean Oliveira. Quer dizer: nenhuma negociação político-partidária ocorria sem eles, ou, fora de suas alçadas. Nenhuma mesmo. Como falar de eleição de prefeito sem o respeitável presidente da ALE, o petebista Valter Araújo, campeão de votos em 2010? Como armar qualquer esquema eleitoral sem discutir com Jean Oliveira (ex-vereador), Zequinha Araújo, PMDB, cinco mandatos de vereador e vice-campeão de votos em 2010? E com a deputada Epifânia Barbosa, cujo périplo árabe-europeu terminou com a recepção dos homens de preto no aeroporto internacional Governador Jorge Teixeira?
3. É claro que PT não deixaria barato. Afinal, a deputado Epifânia é presidente estadual da legenda governista. E o PT fez o que sempre faz quando algum dos seus membros cai em alguma esparrela: a blindagem petista. Dito e feito. A deputada recebeu voto de confiança do partido e estamos conversados! Mesmo assim, ela perdeu força política para negociar, para ser candidata a prefeito (se é que seria) e, com ela, perde força o prefeito Roberto Sobrinho que terá de arranjar logo um nome para colocar debaixo do braço ano que vem, porque, a deputada Epifânia, com toda blindagem que recebeu, não será candidata.Se for, será um nome fácil de ser alvejado por qualquer adversário. Quem viver verá.
4. Portanto, PT, PMDB e PTB devem estar às voltas com discussões sobre o que fazer. O PMDB, tem ainda os nomes do neopeemedebista David Chiquilito e do secretário de obras Abelardo Castro Neto. Ambos são rondonienses natos e descendem de tradicionais famílias de políticos da velha guarda porto-velhense. Mas será que decolam? Ou, o PMDB mais uma vez vai de vice do PT, com um desses dois nomes? O PTB talvez não lance candidatura própria, mas não ficará fora das luzes desta eleição, podem estar certos disso. Tão certos como se dois mais dois são quatro, cinco ou seis, depende da contagem dos votos. Na outra ponta da corda, o governador Confúcio Moura, do PMDB, está em papos de aranha. As eleições 2012 vão ocorrer quando seu governo estará no meio dos dois anos de administração. Ora, neste primeiro ano, o governador amargou muitas derrotas no plano político-gerencial e teve de mudar secretários por motivos dos mais diversos. Além disso, teve um dos mais poderosos membros do primeiro escalão, José Batista, secretário-adjunto da SESAU, preso em seu quarto de hotel com uma montanha de dinheiro em uma sacola, e alegou que “não costuma depositar dinheiro em banco”, quando inquerido pelos agentes federais que o prenderam.
5. Mas, até onde a vista alcança, ainda tem muita coisa no ar que não é avião de carreira e nem o fantasma do Bin Laden. Seja como for, o governador não está seguro de si, por mais que demonstre ao contrário, porque a PF lambeu seus sapatos ao fechar órgãos públicos, prender secretário e servidores de alto coturno e ainda entrar em sua residência (residência oficial do governador do Estado) para prender um assessor muito, mas muito próximo do Dr. Confúcio. Por isso e por outras coisas, a conjuntura política para 2012 entra o mês de dezembro com algumas alterações que diferenciam, por exemplo, do meio do ano, quando tudo parecia seguir o ritmo normal. É, senhor governador, esta coluna o alertou no começo do seu governo: “não deixe a peteca da Assembleia cair das suas mãos”. “Não cometa esse erro”. E avisou de novo quando o deputado Valter Araújo foi reeleito e nivelou seu mandato aos seus quatro anos. Mas....
PS: a esta coluna o deputado Zequinha Araújo, na manhã deste sábado, 27 de novembro, afirmou que não pretendia ser candidato a prefeito, nem nunca recebeu nada do presidente da ALE Valter Araújo. Disse também que caiu em uma armadilha montada contra ele na própria Assembleia. Pior: disse que o dossiê contendo coisas em seu desfavor, foi apreendido pela Operação Termópilas. Ferrou-se.
E tem ainda a operação Anjos do Asfalto que descobriu falcatruas de 30 milhões de reais nas obras da BR 429. Podem esperar. Vem aí uma bomba sobre uma provável candidatura a prefeito de Porto Velho. Quem viver, verá.
Fonte: Francisco Matias - Historiador, escritor regional e analista político
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