Terça-feira, 2 de julho de 2013 - 21h15
Por Francisco Matias(*)
1.O MARECHAL RONDON EM PORTO VELHO, continuação - Parte II - Faltam quatro meses para o município de Porto Velho completar noventa e nove anos de criação. Será seu último aniversário com dois dígitos: 99 anos. Ano que vem o município completará um século de existência. Por este motivo, esta coluna vem apresentando alguns artigos que visam contribuir com o entendimento histórico de Porto Velho, município que, nascido amazonense, foi guaporeense e agora é rondoniense. Não se trata de corrigir erros ou enganos deste ou daquele autor, desta ou daquela obra. Não. Não há esta pretensão. O que se busca é um reexame da história a partir de algumas personalidades e fatos políticos que propiciaram o caminhar até o primeiro século. Destarte, a coluna iniciou com o marechal Rondon, por vários motivos: ele é o patrono de Rondônia, dá nome à sua maior comenda, à principal via de comunicação terrestre, ao gentílico e, sobretudo ao Estado. Portanto, é o personagem central da formação histórica destas plagas do poente.
2.Quem acompanhou os artigos AMAZONAS-PORTO VELHO, sobre o militar Cândido Mariano da Silva Rondon, pode observar que este importante personagem formador de nossa história não pode mais ser citado em livros, palestras ou qualquer discussão a respeito como “aquele que nunca veio a Porto Velho”. Ou, como se afirma em algumas obras sobre o município “Ele veio apenas uma vez e, ao partir, tirou as botas para bater a areia”. Ou, ainda: “ele esteve por aqui, em 1928, apenas para visitar o túmulo do major Amarante, seu genro, mas, ao partir, afirmou que nunca mais voltaria a este lugar”. Esta coluna provou que, com relação ao Major Amarante, o militar e sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon esteve em Porto Velho, no ano de 1930, e não em 1928, e não há nenhuma informação precisa de que ele teria esse tipo de animosidade para com a cidade de Porto Velho. Contudo, não foi apenas uma vez que ele visitou a cidade de Porto Velho, como veremos a seguir.
3.ANO 1918 - Terça-feira, 6 de agosto. O município de Porto Velho-Amazonas estava no quarto ano de criação e ainda não havia a cidade de Porto Velho. O núcleo urbano era apenas uma povoação, apesar de funcionar como sede de município. No plano socioeconômico, a Madeira-Mamoré, havia seis anos, movimentava a vida social e política regional com base no transporte de borracha da Bolívia, do Acre e dos vales do Guaporé, Mamoré, Abunã e alto Madeira. Pois bem. Naquele dia, “o intrépido e disciplinado oficial superior do Exército brasileiro, o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, nome definitivamente incorporado ao patrimônio de nossa pátria, que constrói a espantosa linha telegráphica de Cuiabá a Santo Antonio e realiza o levantamento da carta geral do estado do Mato Grosso, retificando cursos de rios, desfazendo erros e enganos geográficos e revelando a existência de riquíssimas jazidas de metais preciosos, conduzindo através dos mistérios dos rios desconhecidos e florestas ignotas o ex-presidente dos EUA Theodore Roosevelt (.....) integrando na civilização milhares de aborígenes, está em Porto Velho”, conforme noticiava o jornal Alto Madeira, edição de 8 de agosto daquele ano.
4.Portanto, doze anos antes de visitar o túmulo do seu genro - Major Amarante - no cemitério dos inocentes, o militar Cândido Mariano da Silva Rondon esteve outras vezes na povoação de Porto Velho. Naquele dia 6 de agosto de 1918 ele aproveitou a estadia para visitar, protocolarmente, o escritório do 3º Distrito Telegráfico, o setor de fiscalização da Madeira-Mamoré e a superintendência (prefeitura) do município. O coronel Rondon estava acompanhado pelo capitão Alencarliense Fernandes da Costa, chefe do 3º distrito telegráfico do Mato Grosso, sediado na Vila de Santo Antonio, em cuja casa ficou hospedado. Também o acompanhavam os 1º tenentes Tibúrcio Cavalcanti e Boanerges de Souza, o médico João da Silva Campos e o capitão H. Amazonas Lobão, comandante do destacamento da polícia militar do Mato Grosso, sediado em Santo Antonio do Rio Madeira.
5.No final da tarde, o coronel Rondon retornou à Vila de Santo Antonio e não compareceu à sessão de cinema que lhe foi oferecida pelo Cine Fênix(*). Mas enviou representantes: o Dr. Francisco José Xavier Junior, engenheiro, e os tenentes Tiburcio Cavalcanti e Boanerges de Souza, frustrando as expectativas da nata da sociedade portovelhense que, vestida a rigor, se fez presente. Convém esclarecer que o Cine Fênix, de propriedade dos irmãos Amaro e Benjamin Rosas, foi o primeiro cinema de Porto Velho. Os irmãos Rosas eram portugueses de Nazareth da Ribeira, província localizada perto da cidade de Coimbra, estabelecidos na promissora povoação de Porto Velho.
- Mas, afinal, o que fazia o coronel Rondon em Porto Velho? Vamos tratar deste episódio no próximo artigo.
Historiador e analista político (*)
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