Quinta-feira, 4 de agosto de 2005 - 18h44
Por Francisco Matias(*)
O nome e a trajetória de Amizael Gomes da Silva confunde-se com a do estado de Rondônia pelos seus feitos como cidadão e homem público. Maranhense de Bacabal, onde nasceu no dia 25 de abril de 1941, o professor Amizael radicou-se em Rondônia no começo da década de 1950, época em que o recém-criado Território Federal do Guaporé vivenciava um dos importantes ciclos econômicos de sua história, o Ciclo do Diamante, desenvolvido no rio Machado ou Gy-Paraná, e seus afluentes, o Comemoração de Floriano e Apediá, (Pimenta Bueno).
Ainda menino, acompanhava seu pai na vocação garimpeira que a maioria dos maranhenses têm, atravessando as terras rondonienses, assistindo ao adensamento populacional do vilarejo chamado Rondônia que o garimpo diamantino transformaria em Vila Rondônia, hoje cidade de Ji-Paraná e o surgimento de outra povoação conhecida por Pimenta Bueno.
Foi assim, acompanhando seu velho pai garimpeiro na busca de diamante, que Amizael Silva penetrou até o rio Bamburro, hoje chamado rio Bambu, no lugar onde surgiria mais tarde a cidade de Santa Luzia do Oeste, na Zona da Mata rondoniense. Posteriormente fixou-se em Porto Velho para estudar e, mais tarde, tornar-se um dos mais conceituados educadores da região, como professor de matemática, lecionando nas principais escolas da capital de Rondônia. Foi um dos criadores da Fundacentro, entidade que deu origem à UNIR, Universidade Federal de Rondônia.
Toda essa trajetória de garimpeiro de diamante e do saber, levou-o a granjear importante parcela de prestígio político junto à população. Sua carreira política começa em 1972 como vereador em Porto Velho, pela legenda da Arena, exercendo o mandato por duas legislaturas.
Em 1982 torna-se deputado estadual constituinte e vai ser o relator-geral da primeira Constituição do Estado, promulgada em 1983. Foi presidente da Assembléia Legislativa de 1985 a 1987 e reeleito para a legislatura 1987/90.
Na reforma da primeira constituição, torna-se novamente relator do projeto da segunda carta de leis do Estado e constituinte pela segunda vez. É de sua lavra o projeto de lei que criou o município de Santa Luzia do Oeste.
Em 1989 foi eleito vice-prefeito de Porto Velho na chapa liderada por Chiquilito Erse.
Em 1985 Amizael Silva seria um dos delegados do Estado que iriam votar no Colégio Eleitoral para presidente da República. Filiado ao PDS, que apoiava Paulo Maluf, ele declinou do seu direito de integrar o quadro de delegados-eleitores em razão de não apoiar o candidato do seu partido e, invocando fidelidade partidária, não pretender dar o seu voto ao candidato do PMDB, Tancredo Neves. No mesmo ano, teve o seu nome indicado para ser o governador do Estado em substituição ao coronel Jorge Teixeira de Oliveira, mas, em razão de seus posicionamentos políticos, foi preterido pelo nome apresentado pelo PMDB.
Amizael Silva, além de político foi um dos importantes historiadores regionais, sendo autor de vários trabalhos sobre a formação histórica de Rondônia, dentre os quais destacam-se as os livros No Rastro dos Pioneiros, Amazônia Porto Velho, O Forte Príncipe da Beira, Amazônia Sarará, Conhecer Rondônia e Da Chibata ao Inferno.
Ele morreu no dia 05 de março de 2003, às 6: 45h, aos 62 anos de idade, deixando um rastro de pioneirismo em sua existência de homem forte e íntegro, educador e político.
Historiador e Analista Político(*)
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