Quarta-feira, 9 de maio de 2007 - 20h52
1. A Comissão do Tribunal de Contas responsável pelo concurso para preenchimento de cargos, a ser realizado no próximo dia 20, pisou no tomate ao decidir alterar o edital e, desse modo, alterar a validade das questões de geografia e história de Rondônia. De repente, no final do prazo de inscrição, vem o TCE e anuncia ao distinto público que as disciplinas em questão, preconizadas no Edital na mesma linha de importância das demais, agora serão meramente classificatórias. Brincadeira de mau gosto. O argumento é ainda de maior mau gosto, se se puder assim classificar como simples mau gosto o que parece ser coisa bem pior. Ora, a Comissão que organiza o concurso, presidida pelo conselheiro Dr. Lucival Fernandes, avalia que os últimos acontecimentos envolvendo a aquisição pelo governo do Estado de milhares de apostilas contendo erros sobre fatos históricos e geográficos de Rondônia, produziram motivo, suficientes para tal decisão tomada no final da inscrição e há poucos dias para a realização das provas. Que que é isso, conselheiro?
2. Até, onde a vista alcança, o Edital recomenda dois importantes livros de autores rondonienses. Um deles, na área da pesquisa histórica, dos escritores Marcos Teixeira e Dante Ribeiro da Fonseca. O outro, na área de geografia, é o do escritor Ovídio Anélio. E nos dois, senhor conselheiro presidente da Comissão do Concurso do TCE, não constam erros como aqueles denunciados pelo deputado Nery Firigolo e pela imprensa local que estão nas apostilas, agora recolhidas pela SEDUC. Portanto, se existem livros recomendados, específicos, não se justifica tal decisão. Mesmo porque, as apostilas que a comissão considera determinantes para reduzir a importância das disciplinas de geografia e história de Rondônia no concurso do TCE, não são específicas e, portanto, não se constituem fonte de pesquisa indicada pelo próprio· TCE. Os livros recomendados sim. E não contêm os mesmos erros, registre-se. Logo, o que se pode deduzir é que o Tribunal de Contas pisou no tomate, ao que parece propositadamente.
3. Daqui a alguns dias outro concurso do governo do Estado, o do DETRAN, será realizado. Se a moda pega, nem precisa incluir Conhecimento Regional como disciplina. Afinal de contas, o estrago causado pelas apostilas não terá sido ainda superado. Aliás, dificilmente será superado, é bom que se diga, porque não se sabe desde quando essas apostilas estão nas escolas públicas. Sabe-se que foram 57 mil exemplares. Mas, desde quando os alunos têm contato com esse tipo de trabalho? Já está feito o estrago. Então, se o governo seguir a mesma linha torta de raciocínio que está seguindo o Tribunal de Contas, geografia e história regional, como disciplinas de conhecimento estadual, não têm razão nenhuma de constar em editais de concurso. Estamos todos, escritores, historiadores, professores, alunos da rede pública e concursandos, pagando o pato que a Editora Recomeço cozinhou, comeu com muito molho de tucupi e nos jogou os ossos embaixo da mesa. Cabe uma pergunta: será que os escritores de Rondônia estão sendo punidos pelo governo, via Comissão do Concurso do TCE, por terem denunciado, ainda que indiretamente, a compra de milhares de apostilas sem o mínimo de critério de revisão histórica regional?
4. Mais ainda: o TCE abre um perigoso precedente ao garantir ao concursando o direito de errar no caso de responder alguma questão conforme consta na famigerada apostila. Como pode o TCE indicar em seu Edital dois livros de pesquisa e, logo depois, remeter todas as questões de geografia e história de Rondônia a uma apostila errada, não específica, e que não está no Edital? Tem bububú no bobobó deste concurso? Será que os autores dos livros indicados vão ficar de braços cruzados enquanto são, erroneamente, nivelados aos erros da Recomeço Editora e do próprio governo do Estado que comprou as apostilas? Não é hora de se recorrer à justiça para o cumprimento correto do Edital em sua forma original pelo TCE? E não só por isso. Mas para valorizar a pesquisa histórica e geográfica de Rondônia e àqueles que residem no Estado, trabalham, lutam, estudam, acreditam nos escritores regionais e, por isso, devem ser protegidos pelo poder público em seus concursos. Porque, do jeito que as coisas estão, o Tribunal de Contas estará privilegiando candidatos de outros Estados, inscritos através da, Internet, em detrimento dos rondonienses. Ou será punição mesmo?
FONTE: Francisco Matias - Historiador e Analista Político
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