Segunda-feira, 29 de outubro de 2012 - 19h34
Por Francisco Matias(*)
1.O médico carioca Mauro Nazif Razul, radicado em Porto Velho há 24 anos, tornou-se o oitavo prefeito eleito desde o advento das eleições para prefeito e vice em municípios cujas cidades funcionam como capitais de estados, a partir de 1985. Naquele ano, o advogado Jerônimo Santana, PMDB, sagrou-se o primeiro prefeito de Porto Velho, eleito pelo povo, enquanto capital do Estado de Rondônia. Nas eleições de 1988, a conjuntura política estava alterada. O prefeito Jerônimo Santana agora era governador e seu vice-prefeito, Tomás Correa, assumiu o cargo, mas não concorreu porque ainda não havia a reeleição. A vitória, em 1988, coube a Chiquilito Erse,PTB, o segundo eleito no município. Quatro anos mais tarde, José Guedes,PSDB, que havia sido prefeito nomeado na transição democrática, 1984/85, tornou-se o terceiro prefeito eleito. Em 1996 Chiquilito Erse,PST, retornava ao Palácio Tancredo Neves como o quarto prefeito eleito. Mas, no meio do mandato, afastou-se por causa de uma doença que o levaria à morte. O vice-prefeito Carlinhos Camurça assumiu a titularidade e foi eleito a prefeito nas eleições 2000.
2.Em 2004 surgiria um fenômeno político, Roberto Sobrinho, do PT, eleito em segundo turno e, quatro anos mais tarde, reeleito em primeiro turno. Agora é a vez do Dr. Mauro Nazif,PSB, que disputa o cargo pela quarta vez. O prefeito eleito de Porto Velho começou a campanha do primeiro turno sufocado por dois fatores: o Novo e a Novidade. O Novo, a candidata do PSDB Mariana Carvalho. A novidade, o candidato do PPS, Mário Português. À frente, seu adversário do segundo turno, Lindomar Garçom, do PV. Tudo levava a crer que o segundo turno se daria entre Garçom e/ou Mariana Carvalho-Mário Português. Mauro Nazif, segundo pesquisas sérias, estava na quarta posição nas intenções de voto. Aí veio aquele debate da TV Candelária (Record) e, no calor das discussões, uma palavra foi dita pelo candidato Mário Português: FAVELA. A frase toda seria, “Porto Velho parece uma favela”. Na réplica estava a candidata Mariana Carvalho que podia ter se aproveitado do momento e contrapor-se ao intempestivo Mário Português. Mas, foi o arguto Dr. Mauro quem se apresentou como escudeiro de Porto Velho e sapecou mais ou menos assim: “minha cidade não é uma favela”.
3.Mauro Nazif sentiu que um fato novo poderia surgir a partir daquele debate, por isso não titubeou e levou o tema para o seu programa eleitoral na telinha. Não deu outra. Favela e Mauro Nazif passaram a fazer parte da campanha eleitoral. Um contra o outro. Dr. Mauro não se cansava de repetir que a cidade não é uma Favela e o povo começou a repensar a conjuntura e a postura dos três candidatos: Mariana, que não teve o tirocínio de responder; Mário Português que não teve raciocínio político para sair da enrascada em que se meteu, e Mauro Nazif, que vestiu a capa de defensor urbano de Porto Velho. No final do primeiro turno, o quarto lugar ficou em segundo. O Novo e a Novidade estavam fora da disputa. Havia chegado a hora. O Dr. Mauro Nazif, deputado federal, que disputava o cargo pela quarta vez, estava no segundo turno, depois de furar vários bloqueios. Era o nome em ascensão. Obteve 44,2 mil votos, ou 18,99% dos votos válidos. Lindomar Garçom, o primeiro colocado, obteve 57,7 mil votos, ou 24,76%. Estava definido o primeiro turno e muito bem desenhado o segundo.
4.A subida do Dr. Mauro, da quarta posição nas pesquisas para a segunda colocação na preferência do eleitorado, coincidiu com o declínio de Lindomar Garçom. Apesar de ter conquistado o primeiro lugar no primeiro turno, Garçom caiu de 32% nas pesquisas para 24,76% no voto. Isto quer dizer que a eleição não seria zerada, como às vezes ocorre na virada do primeiro para o segundo turno. Ao contrário, manteve-se a dinâmica de crescimento do candidato Mauro Nazif e a de queda do candidato Lindomar Garçom. A campanha na TV foi o balde de água morna em Mauro Nazif e o de água fria sobre Garçom. Tudo leva a crer que o prefeito eleito se preparou muito bem para a peleja. Melhorou a voz e a fala, a imagem e o discurso. Além disso, desde a FAVELA de Mário Português até o encerramento de sua campanha, ele demonstrava estar muito bem preparado, em todos os momentos. Agora é mandar fazer o palitó para a diplomação e posse, e estar pronto para os desafios que o cargo de prefeito da terceira capital da Amazônia lhe reserva. Afinal, ele recebeu 63,03% dos votos. É muito voto.
Historiador e analista político(*)
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