Segunda-feira, 29 de outubro de 2012 - 19h02
Por Francisco Matias(*)
1.Em toda eleição existem os que ganham e os que perdem. Nestas eleições municipais pode-se analisar quem ganhou e quem perdeu a partir dos partidos políticos que estavam na disputa para prefeito, nada menos que doze agremiações lançaram 147 candidatos a prefeito nos 52 municípios do Estado. O resultado das urnas deveria ser entendido como um recado duro e firme enviado pela sociedade rondoniense, em todos os aspectos. Vejamos a performance das quatro maiores legendas do país, aqui em Rondônia(PMDB, PT, PSDB e PSB), para se analisar o novo tabuleiro do xadrez político que se constrói a partir deste pleito. O PMDB é o partido que mais ganhou e mais perdeu, na medida em que venceu em catorze municípios (Chupinguaia, Espigão do Oeste, Alta Floresta do Oeste, Santa Luzia do Oeste, Nova Brasilândia do Oeste, Governador Jorge Teixeira, Mirante da Serra, Seringueiras, Buritis, Alto Paraíso, Rio Crespo, Vale do Anarí, Parecis e São Felipe do Oeste). Ocorre que esta vitória tão ampla se apresenta menor do que se imagina. O PMDB irá controlar apenas 12,36% dos eleitores do Estado. O que não é lá grande coisa, analisando-se as prefeituras que a legenda perdeu, ou deixou de ganhar.
2.O PT elegeu seis prefeitos (Presidente Médici, São Miguel do Guaporé, Costa Marques, Guajará-Mirim, Jaru e Cacoal). Com menos da metade dos prefeitos eleitos pelo PMDB, o Partido dos Trabalhadores vai controlar 15,11% dos eleitores do estado. Mas, isto o coloca quase na mesma condição do PMDB, apesar de ter um maior numero de cidades importantes, como Jaru, Guajará-Mirim e Cacoal. O PSDB elegeu cinco prefeitos (Pimenteiras do Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Nova Mamoré, Campo Novo de Rondônia e Primavera do Oeste). No entanto, irá controlar apenas 3,37% do eleitorado do estado. Portanto, estas vitórias devem ser repensadas pelos próceres desses partidos, tendo em vistas serem as maiores legendas do país e, por isso mesmo, deveriam ter conquistado um maior número de municípios importantes do ponto de vista econômico e populacional.
3.Nesta análise, destaca-se o PSB. A legenda socialista elegeu apenas dois prefeitos em Rondônia, o de Porto Velho e o de Ji-Paraná. É o bastante para ter o controle sobre 32,80% do eleitorado rondoniense. Ou seja: a soma do poder políticos conquistado pelo PT e PMDB, com vinte municípios, é menor que a do PSB, com apenas duas prefeituras. Provavelmente, os próceres do PMDB, PT e PSDB não se preocupam com a proporcionalidade do poder, mas com a quantidade numérica dos prefeitos. Se for este o raciocínio, dificilmente esses partidos irão se ater às perdas que suas vitórias trouxeram, mas tão somente aos ganhos, que, reafirme-se, são poucos, do ponto de vista do poder, ambição e projeto de qualquer partido político no mundo.
4.O GOVERNADOR E O PREFEITO- Ao se analisar as principais lideranças que estiveram envolvidas no processo eleitoral, não se pode deixar de avaliar a performance do governador Confúcio Moura e a do prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho. Ambos são os maiores perderes deste pleito. Os dois saem do pleito com menor estatura política do que entraram. No início da campanha saiu uma pesquisa em que o governador e o prefeito apareciam com 80% de aprovação em Porto Velho. Não tinha pra ninguém. Os dois seriam os grandes eleitores do processo político. Não foi assim. Eles não conseguiram fazer seus candidatos darem um passo à frente. O candidato do PMDB, José Augusto, parecia perder votos a cada vez que o governador surgia na telinha lhe dando apoio. Do mesmo modo, a candidata Fátima Cleide empacou na quinta posição e de lá não saiu mesmo com o prefeito Roberto Sobrinho jogando seu prestígio político pedindo votos para sua candidatura. Das duas uma: ou a pesquisa era uma farsa, ou não foi feita em Porto Velho. Não se pode vislumbrar dois líderes políticos com tanta aprovação (oitenta por cento de bom e ótimo) não conseguirem melhorar a vida dos seus candidatos. Seja como for, o governador Confúcio Moura deveria fazer uma reflexão sobre seu governo e sua figura política, se pretende disputar a reeleição. O prefeito Roberto Sobrinho, com o peso visual dos viadutos, não pode apostar no esquecimento do eleitor, ou na tão decantada capacidade do PT em “conversar com a opinião pública”, se pretende concorrer a deputado, senador ou governador em 2014.
Historiador e analista político(*)
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