Em defesa do Presidente Michel Temer - Por Francisco Matias

1.As redes sociais, com seu poder avassalador e de amplo alcance imediato, têm servido de porta-vozes do ideário petista cujo cerne é atacar o presidente Michel Temer. Golpista. Corrupto. Entreguista. Fora Temer. ILEGÍTIMO. No lado que poderia defender o presidente ouve-se o silêncio ensurdecedor de peemedebistas e demais não petistas. Qualquer manifestação de defesa do presidente será pronta e peremptoriamente atacada por petistas de plantão nos blogs, sites e demais ferramentas sociais encontradas na rede mundial. É preciso uma boa dose de ausência de medo para se tomar iniciativas que não sejam do tipo FORA TEMER, ou, GOVERNO ILEGÍTIMO.

2.Neste cenário político em que o PT foi alijado da presidência da República por um processo de impeachment, mas não deixou o poder de fato, este escriba está a cavaleiro para escrever e postar em defesa do presidente Michel Temer, por duas razões fundamentais. A primeira é que não votei nele, ao contrário dos petistas e demais esquerdistas, que, diante da mudança de conjuntura, insistem em negar os fatos. Mas não se pode negar os fatos. A segunda razão é que o presidente Michel Temer foi reeleito vice-presidente na chapa liderada pela presidente Dilma Rousseff, na forma preconizada pela Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, com a função precípua de substituir a titular nos eventuais afastamentos, inclusive no caso de impeachment. Logo, aqueles que divulgam ou acham que o presidente Michel Temer é ILEGÍTIMO, ou desconhecem o sistema eleitoral no Brasil para todos os níveis, ou negam os preceitos constitucionais vigentes no país. No caso dos petistas - e demais esquerdistas - não se trata de desconhecer a constituição. Trata-se de negá-la acintosamente.

3.Contudo, existe uma população que se deixa levar por esse ideário de vendetta, sem esclarecimentos sobre o Brasil e sua história política. Se voltarmos aos caminhos passados dessa mesma história iremos encontrar diversos vice-presidentes da República que assumiram a titularidade do cargo em razão de afastamento dos presidentes, e nenhum foi taxado de ILEGÍTIMO, como se verá a seguir: FLORIANO PEIXOTO, em razão de renúncia do presidente Deodoro da Fonseca; NILO PEÇANHA, devido à morte do presidente Afonso Pena; URBANO SANTOS DA COSTA, por conta da morte do presidente Arthur Bernardes. CAFÉ FILHO,  em razão da morte do presidente Getúlio Vargas; JOÃO GOULART,  em decorrência da renúncia do presidente Jânio Quadros; JOSÉ SARNEY, devido à morte do presidente eleito Tancredo Neves; ITAMAR FRANCO, em razão do impeachment do presidente Fernando Collor e, atualmente, Michel Temer, devido ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nenhum ilegítimo.

4.O Brasil é uma República Federativa, Presidencialista, Representativa, Bicameral de Coalizão. Está aí a questão de o vice ser de um partido e o presidente de outro. No caso da presidente Dilma, do PT, e do vice-presidente Temer, do PMDB. E a eleição é conjunta. Vota-se no candidato a presidente e, simultaneamente, no candidato a vice-presidente. Logo, o presidente Temer poder ser qualquer coisa, mas não é ILEGÍTIMO. Sua legitimidade para exercer o cargo de presidente da República foi dada por todos os eleitores que foram às urnas e apertaram o 13. Indiscutível. Eis a defesa no plano histórico,  constitucional e político.
 

*Historiador, analista político, membro do Instituto Histórico e Geográfico, da Academia Rondoniense de Letras, ARL, e da Sociedade Brasileira de Escritores.