Sexta-feira, 3 de outubro de 2014 - 16h24
1.O Brasil está na reta final das eleições de 2014. A democracia será mais uma vez testada nas urnas. Está é a eleição da Ficha Limpa. Em Rondônia, o que se viu na propaganda eleitoral, além dos sorrisos fáceis e dentes bonitos, foi a assertiva SOU FICHA LIMPA. Mas, o que é ser ficha limpa? É não ter condenação por colegiado. Prego batido, ponta virada. Por isso, a justiça eleitoral registrou candidaturas de pessoas que foram presas em várias operações policiais de nomes pomposos como Operação Dominó, Operação Termópilas, Operação Luminus, Operação Sempre MPF, operação isto ou aquilo. Todas sob as luzes da ribalta. Políticos de mandato e servidores de alto e médio escalão foram algemados diante das câmeras, ou, tiveram suas cabeças abaixadas por um policial para entrar nos camburões, ou nos bancos traseiros das viaturas com seus giroscópios vermelhos chamando a atenção da galera.
2.As populações de Porto Velho, Ji-Paraná., Ariquemes, Pimenta Buenoe Alvorada do Oeste, vivenciaram esses momentos quando alguns dos líderes políticos locais e regionais tiveram suas casas invadidas por policiais estaduais e federais portando mandados de prisão, busca e apreensão. Na Assembleia Legislativa, além das prisões, deputados foram suspensos da atividade parlamentar, uns voltaram a atuar, outros ainda suspensos são candidatos. Esses parlamentares foram banidos dos mandatos, ainda que temporariamente, mas são candidatos. Na Câmara Municipal de Porto Velho, vereadores foram presos, inclusive com acusações que ultrapassam a questão pública, e, no poder executivo estadual, assessores do governador também passaram pelo crivo das operações e alguns foram presos. Na prefeitura de Porto Velho, o então prefeito e seus principais assessores foram presos e proibidos de aproximar-se dos prédios da administração pública.
3.Mas, observe-se o que está ocorrendo: essas mesmas pessoas sãocandidatas a cargos eletivos. Todos são FICHA LIMPA. E alguns, não tenham dúvida, serão eleitos ou reeleitos. Não se está pondo em dúvida esta condição legal. No entanto, surge um paradoxo seguido de uma dúvida atroz: deve-se duvidar da capacidade investigativa dos órgãos de controle, como o MPE e o MPF? Deve-se duvidar de um juiz ou de um desembargador que expedem mandados de prisão para pessoas que são “FICHA LIMPA”? Deve-se ter medo da Justiça? Se essas pessoas puderam registrar suas candidaturas e posam de inocentes e perseguidas pela justiça, então cabe a pergunta: POR QUE PRENDEU? Sim. POR QUÊ? Se dentro de poucos dias aqueles que forem eleitos serão diplomados e empossados, aqui ou em Brasília. Serão nossos representantes com mandatos eletivos. Serão deputados estaduais e federais.
4.São pessoas que os Ministérios Públicos e os Grupos de Combate ao Crime Organizado investigaram como envolvidas em corrupção e outros crimes, e em improbidades administrativas. Foram presas e execradas diante do distinto público e hoje estão nas ruas pedindo voto e dizendo-se, com toda razão que são INOCENTES. Foram perseguidos por um aparato de controle, com poder de polícia, acusatório e julgador poderoso e, nesses casos, demonstraram ser ineficientes e, por isso mesmo, metem medo.
4.Isto não é bom. Que a justiça erra, não se pode negar. Que muitas pessoasinocentes amargam longos anos de prisão ou são banidas do serviço público, não se tem dúvida. Mas, errar tanto assim – se tiver errado de fato – é inconcebível na medida em que esses que disputam cargos eletivos tiveram suas vidas devassadas, expostas à opinião pública, aos seus familiares e amigos e foram enclausurados, ainda que por pouco tempo, nas masmorras do sistema prisional, apesar de serem INOCENTES. Em plena eleição da Ficha Limpa, os verdadeiros “FICHAS LIMPAS” estão nas ruas pedindo voto. Serão raposas querendo tomar conta do galinheiro ou cordeiros defensores da lisura e protetores do Erário? Teria algo de podre no reino da Dinamarca, se a Dinamarca fosse aqui. Mas, é Brasil.
Historiador e analista político*
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