Terça-feira, 16 de dezembro de 2008 - 11h07
Por Francisco Matias*
1. Monte Negro é um dos 52 municípios do estado de Rondônia. Está localizado na microrregião Ariquemes, às margens da BR 421, na região do Alto Candeias. Como núcleo populacional surgiu dos descimentos migratórios, no início da década de 1980, a partir do NUAR Boa Vista. Em 1992 foi elevado á condição de município com a designação Monte Negro, no bojo de criação simultânea de 17 circunscrições rondonienses. Desse modo, a exemplo dos demais, realizou eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador, em 1992, 1996, 2000, 2004 e 2008. Epa! Faltou uma. Em 2005 também. Foi o único município brasileiro a realizar eleições em 2005, apenas um ano depois de ter elegido seus mandatários locais. Ocorre que a Justiça Eleitoral decidiu anular as eleições para prefeito e vice, realizadas em 2004, que elegeram Eloízio Antonio Fernandes, O E, como ficaria conhecido, porque disputou com Aluízio, o A. Eloizio e Aluizio, os dois candidatos que, para não confundir o eleitorado, adotaram as primeiras letras dos seus nomes E e A, e assim permanece até hoje.
2. Pois bem. Acusado de malversação eleitoral, o prefeito Eloízio teve a eleição anulada e perdeu o cargo. Mas, pode concorrer às eleições extraordinárias. Concorreu e foi eleito. Ou teria sido reeleito? Seja como for, venceu o pleito, mas foi novamente afastado pela Justiça Eleitoral. Em 2008, O E foi novamente eleito e se tornou o primeiro prefeito de Rondônia a ser eleito, afastado, eleito de novo, afastado e eleito novamente. |Tudo isto em Monte Negro, município que tem apenas 1,03% do eleitorado estadual, e realizou uma eleição a mais que os seus congêneres e tem um prefeito que foi triplamente eleito, ou, duplamente reeleito, ou qualquer coisa assim.
3. Hoje, 16 de dezembro 2008, de acordo com decisão unânime do TRE-RO, o estado de Rondônia estaria saindo de uma eleição para governador e vice-governador, porque a Corte Eleitoral anulou as eleições 2006 e, por conseguinte, extinguiu os mandados do governador Ivo Cassol e do vice João Cahúla. Em tese, eles não são mais considerados governador e vice, conforme decisão do TRE. E mais. Foram marcadas eleições extraordinárias para 14 de dezembro 2008. Pior ainda. Por estar sem partido, Ivo Cassol certamente não seria um Eloízio, posto que não poderia concorrer à sua própria sucessão. Mas, pode recorrer à instância superior, e conseguiu não apenas permanecer governador como sustar as eleições marcadas pelo TRE. Cassol é assim mesmo, vive no fio da navalha. Uma hora surge como o caçador de corruptos, com a pretensão de candidatar-se a presidente da República e se divulgando como tal, país afora. Em outra hora, surge vergado pela prisão do próprio filho, e anuncia que vai pendurar as chuteiras. Quando resolve calçá-las de novo, os desembargadores eleitorais sapecam-lhe uma anulação eleitoral, retiram-lhe o mandato reconquistado e marcam eleições, num momento em que ele, por estar teimosamente sem partido, ficaria a ver navios no rio Anta Atirada, se por lá passassem navios.
4. Mas não houve eleições. No entanto, Ivo Cassol está na alça de mira. Por isso, não está livre de ser afastado do cargo. Mas luta. E não está mais sozinho. A Assembléia Legislativa, onde tem maioria absoluta, ao contrário da anterior, que tentou cassar seu mandato e terminou caçada por ele, aprovou uma emenda constitucional que, de certo modo, protege seu mandato de possíveis decisões pelo seu afastamento. Pois bem. Monte Negro não é aqui e Cassol é o C, não o E. É uma espécie de Fênix político, em cujo governo acontece de tudo, até incêndio nos velhos prédios da não menos velha Esplanada das Secretarias. É fogo no boné do guarda o governo Cassol. É água de morro abaixo e fogo de morro acima. E ele lá, se virando no segundo governo, que não é mole não. Seja como for, ninguém votou em ninguém no dia 14 de dezembro. Positivamente, Monte Negro, antiga Boa Vista está lá no Alto Candeias, às margens da BR 421, esperando a posse do E. Por aqui, por esta Rondônia algo monte-negrina, está Ivo Cassol, espera o 2009, que não sabe como será. Mas, em se tratando de Ivo Narciso Cassol, realmente não se poderá saber. Mas, quem viver, verá.
Fonte:Francisco Matias
Historiador e analista político
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