Quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012 - 18h31
Por Francisco Matias(*)
1.Diz o ditado popular que o ano começa depois do carnaval. Diz a experiência que o governo começa a funcionar de fato depois do carnaval. Pode até ser. Mas, a experiência também mostra que o governo Confúcio Moura não se dá muito bem quando o passa o carnaval. Este ano, será o segundo pós-carnaval do governador Confúcio Moura. O primeiro, o pós-2011 não foi nada fácil. Entre o pós-carnaval 2011 e o pós-2012, muita água rolou e muito banzeiro foi gerado. A começar pela demonstração de que sua base parlamentar não possui nenhuma solidez. A eleição e imediata reeleição do agora foragido deputado Valter Araújo, com apoio e participação do PT, integrante da base aliada do governador, não precisa nem de legenda para se entender como se posiciona a base do governo na ALE. Só o governador não entendeu e até afirmou que tudo era normal e que a base estava firme. A Operação Termópilas, desencadeada cinematograficamente pela Polícia Federal, atingiu em cheio a Casa Leis e o núcleo do governo Confúcio Moura. Prendeu o presidente da ALE e deitou por terra lideranças que tinham tudo para crescer a partir das eleições 2012. Mas, sobretudo, revelou que uma boa parte da base parlamentar do governador não tinha nada de programática, ideológica e nem de aliada, mas sim, guardadas honrosas exceções, agia com longos tentáculos sobre o erário, com ajuda de funcionários do mais alto coturno do seu governo.
2.O pós-carnaval 2011 deveria ter servido de lanterna de popa para o governador que aparenta não ter disposição para o contraditório. A recente libertação do seu ex-poderoso secretário-adjunto da Saúde, possivelmente depois de ter feito uma delação premiada na Polícia Federal, poderá repercutir como um sonoro tamborim no pós-carnaval 2012. Afinal, José Batista fez ou não a famosa delação premiada? Se fez, entregou quem ou o quê? Será que ele revelou o que realmente quis dizer naquele telefonema exibido a nível nacional pelo Fantástico, quando disse ao então poderoso e confiante presidente da ALE Valter Araújo: “estou recebendo muita pressão. Até o Chefe me ligou cobrando?”. No que foi rebatido por Valter Araújo: “Diga o Chefe que...vá descansar.” O que será que pode conter neste singelo diálogo telefônico? Quem será a pessoa que os dois identificam como Chefe? Esta, certamente, será uma pergunta que irá permanecer no pós-carnaval 2012. Por enquanto, ninguém sabe ninguém viu.
3.No pós-carnaval 2012, a base aliada do governador, PT á frente, mandam mais um recado: “a base não é assim tão sólida”. Bem que o governador tentou, apelou e pediu. Mas, o sindicato que congrega os professores, SINTERO, sinaliza com greve estadual, extensiva às escolas do município de Porto Velho, governado pelo PT e PMDB. Se realmente forem deflagradas, as greves dos professores e demais trabalhadores em educação devem mexer na tão propalada tranquilidade que o governador diz vivenciar em seu governo. Seja como for, o pós-carnaval 2012 promete. A questão da Saúde ainda é incontrolável, apesar dos esforços que o governador tem feito, e de ser esta área a principal bandeira do Dr. Confúcio Moura. Médico conceituado, ele prometeu dar uma resposta positiva à sociedade no que se refere à saúde pública. Mas, até agora, o vento sopra ao contrário. Outros problemas estão à espreita no pós-carnaval 2012. Mas, alguns são normais em governos, próprios do exercício do poder. Esses, o governador tira de letra. A questão, porém, são aqueles inesperados, provocados por pessoas que fazem o governo. Pessoas que, em alguns casos, são convivas do governador. Nestes casos, as chamas lambem os sapatos bem lustrados do Dr. Confúcio Moura.
4.Talvez se tenha dado muita importância ao que ocorreu na votação do empréstimo de 542 milhões que o Estado está contraindo para suprir algumas demandas, inclusive, para investimentos no Programa Futuro. O ex-governador Ivo Cassol, atual senador, jogou a isca e o governador Confúcio Moura engoliu. Seu chefe da Casa Civil, Dr. Juscelino Amaral “emparedou” Ivo Cassol, segundo saiu na imprensa. Nada disso. O Secretário-Chefe da Casa Civil não está ali para “emparedar” político nenhum. Quem tem de enfrentar um opositor da envergadura de um Ivo Cassol, ávido para voltar a ser governador, já que não pode ser presidente da República, é o próprio governador Confúcio Moura, tendo nas mãos as ações do seu governo, propostas, realizações e, sobretudo, esperanças para o povo. Por sua vez, o senador Ivo Cassol quer aparecer e chamar para si os holofotes, polarizando e antecipando a campanha eleitoral de 2012, mas de olho nas eleições 2014. Este é um ponto. O outro está nas funções do Chefe da Casa Civil. Este deve ser a representação política do governo, manter diálogos e alargar corredores de entendimento com os deputados estaduais e com a bancada federal, e tentar evitar que a base parlamentar, por qualquer motivo, atue como quinta coluna como tem feito, salvo raras exceções. Prestígio, competência e conhecimento o Dr. Juscelino Amaral tem para o exercício do cargo. No entanto, quanto mais se confrontar com as oposições e “emparedar” políticos de mandato, mais enfraquecerá o governador. É só esperar para ver, ao longo do pós-carnaval 2012, mesmo porque, entre este e o de 2013, vai ter eleição para prefeito e vereadores. Se o governador agir da forma como agiu na eleição para a mesa diretora da ALE, estará cometendo mais um ato falho em sua gestão. Quem viver verá.
Historiador e analista político(*)
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