Terça-feira, 9 de maio de 2017 - 17h35
Luís Inácio da Silva, o Lula, de sindicalista
e líder político mundial ao medo
1. A profusão de fatos envolvendo o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva revelou o lado B desse líder político nacional. As imagens que o mostravam sempre sorridente e com ar de moço bom, deram lugar a outras em que aparece sorumbático, macambúzio, raivoso e, às vezes, amedrontado. Não, não é o mesmo Lula que sempre foi apresentado ao distinto público como o realizador da promessa, a esperança viva, o verdadeiro filho do Brasil. Lula era o povão encarnado. O líder político nascido das bases que alçou os voos mais altos que poucos conseguiram ou conseguirão. Dificilmente se verá nesse país do nunca antes alguém com trajetória tão próxima ao povo, tão elevada e tão bonita de se ver. Quando Lula foi eleito presidente da República, em 2002, restou a esperança de que qualquer do povo poderia chegar lá. A esperança havia vencido o medo.
2. Passados catorze anos, ou quase uma década e meia, tudo mudou no mundo e no Brasil, como tudo tem que mudar. Mas ninguém mudou tanto quanto o Lula. Melhor dizendo: nada revelou tanto a sua outra face, o seu lado B, quanto ele. Do início de 2015 até abril de 2017, em pouco menos de 24 meses, a figura robusta desse que ainda é o maior líder político do Brasil foi sendo desconstruída com tanta pressa que parece que um escultor raivoso usou seu martelinho para deformá-la. Lula revelou-se corrupto e corruptor. Cercou-se de amigos dos quais retirou tudo o que pôde e deu tudo o que eles queriam. Tão fortes e próximas essas amizades que a maioria desses bons amigos acabaram presos e condenados. Alguns, sentindo-se abandonados em meio ao mar de lama que os tragavam, resolveram colaborar com a justiça e tornaram-se delatores, ou, revendo a história, inconfidentes. Lula ficou na triste condição de ter de afirmar todo dia que é uma ilha de honestidade cercada de desonestos por todos os lados. Nunca na história desse país um presidente ou ex-presidente teve tanto poder acumulado e foi tão desconstruído. Quantas vezes ele teve de ir depor em delegacias, às vezes
improvisadas em salas de aeroporto. Quantas vezes teve que autoproclamar-se “a alma viva mais honesta desse país”, condição esta que talvez nem ele acredite. Quantas vezes terá acordado no meio da madrugada “assombrado com a república de Curitiba”. Nunca antes nesse país do nunca antes um presidente da República terá vivido momentos tão difíceis e degradantes.
3. Lula tinha tanta certeza de que jamais chegaria a esse ponto tão baixo de sua trajetória que não hesitou em defender seus amigos e correligionários corruptos que se esqueceu de si próprio. Em sendo o grande provedor, deveria ser, é claro, o grande beneficiário do sistema corrupto e corruptor, com palestras pagas a peso de ouro, a treze mil reais o minuto, com apartamento e sítio reformados por empreiteiros a custo maior do que o próprio imóvel, com a família enriquecendo da noite para o dia, sem falar em jatinhos, hotéis caríssimos que até o mais capitalista dos capitalistas selvagens hesitaria em hospedar-se, viagens ao exterior a serviço de empreiteiras, envolvimento estreito com ditadores africanos e sulamericanos, e até apoiar o terrorismo islâmico sem sequer enrubescer as faces. “Eu sou o cara”, foi convencido disso como é convencido de qualquer coisa que queira. Lula confundiu sua eleição e reeleição, e o seu poder de eleger e reeleger prefeitos, governadores, senadores e até presidente da República com a vermelhidão do seu partido. No calor do mensalão, ainda elegeu e reelegeu a obscura Dilma Rousseff, que recebeu 54 milhões de votos em 2014. Ele assimilou isso como se fossem 54 milhões de lulopetistas, seguidores e simpatizantes do comunismo e do sindicalismo de resultado. Ledo engano.
4. Lula não foi convencido da conjuntura do país e do desejo de mudança que ele próprio representava. E as mudanças que o povo queria estavam embutidas nos seus discursos pela ética, pela honradez e pelo patriotismo. Com o Lula lá o povo estará lá. Só que não. Pelo menos o povo que o Lula chama de povo não estava lá. Mas estavam lá Sarney, Maluf, Renan, Cunha, Dirceu, Lulinha, Friboi, Odebrecht, OAS, Camargo Correia, Evo Morales, Hugo Chaves, Fidel e Raul Castro, Armajinezad, o Hamas, a Quebra da Ética, a Corrupção, o Furto, a Mentira, a Amante, o olhar do Nestor Cerveró, o MST, os Palavrões, o Desrespeito às Leis, as Pedaladas Fiscais, o terrorista e assassino italiano Cesare Baptisti, os Médicos Cubanos, os Contratos Secretos, os Ministros Malfeitores, as Mordomias, as Bebidas, as Ameaças de Incendiar o País e, pior ainda, o aparelhamento do Estado brasileiro. O povo nunca esteve lá. Lula assumiu o papel de Pai dos Pobres, mas com a função precípua de ser a Mãe dos Ricos.
5. O político Lula ainda tem muita gordura para queimar. Engana-se quem pensa que ele está acabado. Mas engana-se ainda mais quem pensa que ele ainda convence ao distinto público não petista que o admirava. Não convence mais. Aos 71 anos ele poderá ser preso por um juiz federal de primeira instância, o que será a pá de cal em suas pretensões presidenciais. “Eu só estou assombrado com a República de Curitiba”, falou ao telefone com a presidente Dilma antes de sapecar o famoso “Tchau, Querida”. E cabe uma pergunta: apesar de tanta disposição para o enfrentamento será que o homem Lula dorme bem, agora solitário, sem dona Marisa Letícia, sua companheira de todas as lutas? Ou será que desperta ao som de panelaços depois de sonhar que seu sonho pode ter acabado em pesadelo? Afinal, Lula é um ser humano que, como mesmo disse, “só não incendeia esse país porque não deseja ser outro Nero e tem família”. Nesse caso, tem sentimentos. Ainda bem.
*Francisco Matias, historiador e analista político, é membro da Academia Rondoniense de Letras,ARL, da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica e do Instituto Histórico e Geográfico de Rondônia.
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