Segunda-feira, 10 de março de 2014 - 11h50
Por Francisco Matias*
1. Este ano o Brasil vai às urnas para eleger presidente e vice-presidente da República, governadores e vices, um senador por Estado, deputados federais e estaduais. No caso de Rondônia, oito deputados federais e 24 estaduais. No que se refere à eleição de para governador e vice, e para senador, nota-se um vazio de lideranças por ausência política, de natureza pessoal e judicial. Os clãs do Estado estão muito enfraquecidos. O governador Confúcio Moura e o vice-governador Ayrton Gurgacz poderão repetir a chapa de 2010 e concorrerem á reeleição em 2014. Acontece que o governador dá demonstrações de que não vai pleitear a reeleição. Mas, nesse jogo da política, vale a máxima do político mineiro Tancredo Neves que foi de tudo na política nacional, inclusive o melhor presidente da República que o Brasil quase chegou a ter. Pois em. Tancredo Neves costumava dizer que em política não se deve cobrar à noite o que foi dito à tarde, porque tudo poderia ter mudado.
2.Talvez Confúcio Moura esteja jogando o jogo do dito pelo não dito para melhor preservar seu governo até, pelo menos, junho, quando as convenções para escolha de candidatos deverão jogar luz nas candidaturas. Se assim for, o governador deve ter informações nada alvissareiras sobre seu governo e sua figura política poderá ser uma ausência notada no pleito. Outro nome importante para a disputa é o do ex-senador Expedito Junior. Não se pode negar que é uma expressiva liderança política no Estado, mas está sub judice. Necessita, portanto, de uma definição da Justiça Eleitoral para ser candidato e adquirir credibilidade junto ao eleitorado. Do contrário, será mais uma notável ausência no processo.
3. O senador Ivo Cassol é outro nome que vai aumentar o vazio eleitoral deste ano. Condenado pelo STF, Ivo Cassol já avisou que deve largar a carreira política, o que é duvidoso. Seja como for, ele não será candidato este ano e todos os adversários podem dormir tranqüilos. O deputado federal Padre Ton será o candidato a governador do PT. É desgaste do partido a nível nacional, com reflexos regionais, por ação e omissão. O deputado Padre Ton foi prefeito de Alto Alegre dos Parecis e elegeu-se em 2010 em cima da fragilidade das principais lideranças do seu partido, além de contar com o apoio da Igreja Católica. Ele é o presidente estadual do PT e poderá ser um nome forte no jogo, se conseguir desvencilhar-se dos pecados dos petistas de alto e médio coturno.
4.O presidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, poderá ser o candidato a governador do PSD. Mas, ele ainda não perdeu seu discurso petista e foi envolvido na Operação Apocalipse, apesar de nada ser provado contra ele. Pode ter sido uma armação, como ele diz aos quatro cantos, mas o feriu em algum ponto, e o enfraqueceu. Assim sendo, ele pode perder a vaga para o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni, que poderá ser o candidato da BR 364, No entanto, Testoni ainda tem que se projetar muito em alguns municípios. Nada que uma boa campanha não possa resolver. Enquanto isso, o empresário Mário Português assiste a tudo, de olho na decisão de Confúcio Moura. Se, por qualquer motivo, o governador decidir ficar de fora, o empresário luzitano será o candidato do PMDB.
5.Silenciosamente, o ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-governador José de Abreu Bianco mexe seus pauzinhos e pretende ser o candidato do DEM ao governo, ou, ao senado. Contudo, apesar de todos esses nomes o vazio eleitoral se impõe motivado pelo envelhecimento político desses líderes, a desconexão das elites políticas com o eleitoral, a nível nacional e regional, e as várias operações policiais que moeram grandes nomes, como os Donadon (Melki, Natan e Marco Antonio), os Amorim (Ernandes e Daniela), os Muleta (João e Amaury), os Piana (Oswaldo e Ellen Ruth), Valter Araújo, Carlão de Oliveira, Roberto Sobrinho, e outros menos votados. É a treva. É o horror, o horror.
PS – O prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, não seria candidato este ano, mas deitou por terra (por pelas águas) o candidato do seu Partido, Eduardo Campos, a presidente da República, por estas barrancas do Madeira. É outro vazio eleitoral.
Historiador e escritor regional(*)
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