Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Francisco Matias

O VAZIO DO ANO ELEITORAL


O VAZIO DO ANO ELEITORAL - Gente de Opinião                      

Por Francisco Matias*

1. Este ano o Brasil vai às urnas para eleger presidente e vice-presidente da República, governadores e vices, um senador por Estado, deputados federais e estaduais. No caso de Rondônia, oito deputados federais e 24 estaduais. No que se refere à eleição de para governador e vice, e para senador, nota-se um vazio de lideranças por ausência política, de natureza pessoal e judicial. Os clãs do Estado estão muito enfraquecidos. O governador Confúcio Moura e o vice-governador Ayrton Gurgacz poderão repetir a chapa de 2010 e concorrerem á reeleição em 2014. Acontece que o governador dá demonstrações de que não vai pleitear a reeleição. Mas, nesse jogo da política, vale a máxima do político mineiro Tancredo Neves que foi de tudo na política nacional, inclusive o melhor presidente da República que o Brasil quase chegou a ter. Pois em. Tancredo Neves costumava dizer que em política não se deve cobrar à noite o que foi dito à tarde, porque tudo poderia ter mudado.

2.Talvez Confúcio Moura esteja jogando o jogo do dito pelo não dito para melhor preservar seu governo até, pelo menos, junho, quando as convenções para escolha de candidatos deverão jogar luz nas candidaturas. Se assim for, o governador deve ter informações nada alvissareiras sobre seu governo e sua figura política poderá ser uma ausência notada no pleito. Outro nome importante para a disputa é o do ex-senador Expedito Junior. Não se pode negar que é uma expressiva liderança política no Estado, mas está sub judice. Necessita, portanto, de uma definição da Justiça Eleitoral para ser candidato e adquirir credibilidade junto ao eleitorado. Do contrário, será mais uma notável ausência no processo.

3. O senador Ivo Cassol é outro nome que vai aumentar o vazio eleitoral deste ano. Condenado pelo STF, Ivo Cassol já avisou que deve largar a carreira política, o que é duvidoso. Seja como for, ele não será candidato este ano e todos os adversários podem dormir tranqüilos. O deputado federal Padre Ton será o candidato a governador do PT. É desgaste do partido a nível nacional, com reflexos regionais, por ação e omissão. O deputado Padre Ton foi prefeito de Alto Alegre dos Parecis e elegeu-se em 2010 em cima da fragilidade das principais lideranças do seu partido, além de contar com o apoio da Igreja Católica. Ele é o presidente estadual do PT e poderá ser um nome forte no jogo, se conseguir desvencilhar-se dos pecados dos petistas de alto e médio coturno.

4.O presidente da ALE, deputado Hermínio Coelho, poderá ser o candidato a governador do PSD. Mas, ele ainda não perdeu seu discurso petista e foi envolvido na Operação Apocalipse, apesar de nada ser provado contra ele. Pode ter sido uma armação, como ele diz aos quatro cantos, mas o feriu em algum ponto, e o enfraqueceu. Assim sendo, ele pode perder a vaga para o prefeito de Ouro Preto do Oeste, Alex Testoni, que poderá ser o candidato da BR 364, No entanto, Testoni ainda tem que se projetar muito em alguns municípios. Nada que uma boa campanha não possa resolver. Enquanto isso, o empresário Mário Português assiste a tudo, de olho na decisão de Confúcio Moura. Se, por qualquer motivo, o governador decidir ficar de fora, o empresário luzitano será o candidato do PMDB.

5.Silenciosamente, o ex-prefeito de Ji-Paraná e ex-governador José de Abreu Bianco mexe seus pauzinhos e pretende ser o candidato do DEM ao governo, ou, ao senado. Contudo, apesar de todos esses nomes o vazio eleitoral se impõe motivado pelo envelhecimento político desses líderes, a desconexão das elites políticas com o eleitoral, a nível nacional e regional, e as várias operações policiais que moeram grandes nomes, como os Donadon (Melki, Natan e Marco Antonio), os Amorim (Ernandes e Daniela), os Muleta (João e Amaury), os Piana (Oswaldo e Ellen Ruth), Valter Araújo, Carlão de Oliveira, Roberto Sobrinho, e outros menos votados. É a treva. É o horror, o horror.

PS – O prefeito de Porto Velho, Mauro Nazif, não seria candidato este ano, mas deitou por terra (por pelas águas) o candidato do seu Partido, Eduardo Campos, a presidente da República, por estas barrancas do Madeira. É outro vazio eleitoral.

Historiador e escritor regional(*)

 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

 O JANTAR DO CONDOR. O ALMOÇO DA ABRIL.  O HOSPITAL DO AMOR - Por Francisco Matias

O JANTAR DO CONDOR. O ALMOÇO DA ABRIL. O HOSPITAL DO AMOR - Por Francisco Matias

 Governador Confúcio Aires Moura, do estado de Rondônia   1.Novembro passou e dezembro entrou. O ano caminha para o seu final. Mas existe o risco de n

PORTO VELHO 103 ANOS - Por Francisco Matias

PORTO VELHO 103 ANOS - Por Francisco Matias

1.Hoje, dia 2 de outubro de 2017 completam-se 103 anos da criação do município de Porto Velho. Na manhã daquele 2 de outubro de 1914, no Palácio Rio N

O JORNAL ALTO MADEIRA E A HISTÓRIA - PARTE II

  1. Continuando com a série o Alto Madeira e a história, relatando a saga deste centenário em fase de adormecimento, este escriba lança novas matéria

O JORNAL ALTO MADEIRA E A HISTÓRIA- PARTE I

O JORNAL ALTO MADEIRA E A HISTÓRIA- PARTE I

    1. A propósito do anúncio publicado nas redes sociais dando conta de que o jornal ALTO MADEIRA vai encerrar suas atividades no final deste mês de

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)