Quarta-feira, 21 de novembro de 2012 - 16h27
Por Francisco Matias(*)
1.O programa humorístico/satírico/investigativo CQC, conduzido pelo dublê de jornalista e humorista Marcelo Tass, e uma equipe de apresentadores, em sua edição de segunda-feira passada,19 de novembro, foi amedrontador para uma boa parte da elite dirigente de Porto Velho. Entenda-se como elite dirigente o prefeito Roberto Sobrinho, o procurador do município, a equipe de comunicação social da prefeitura, o prefeito eleito Mauro Nazif, o diretor regional do DNIT e, de passagem, aquele servidor federal do próprio DNIT, escalado – ou autoescalado – para, a guisa de defender o órgão onde trabalha – pagar um mico danado frente às câmeras. Como se sabe, o CQC provoca os mais variados comportamentos por parte da elite dirigente do país. Alguns fogem dos seus holofotes, outros esmurram os apresentadores, tem uns que empurram, ameaçam e até cospem no microfone.
2.Em Porto Velho não aconteceu nada disso. Foi pior. Muito pior. Teve jogo de esconde-esconde, revelação de que o prefeito e o vice-prefeito pouco aparecem na prefeitura, porta na cara do repórter, servidor público encarando as câmeras e impedindo a entrada da imprensa em órgão público, e o sorriso forçado de um rechonchudo, nervoso, bochechas rosadas e apressado prefeito Roberto Sobrinho, para ficar por aí. Ah!, o prefeito eleito Mauro Nazif. Ele falou, falou e não disse nada. Apareceu no CQC como Pilatos no Credo, de canequinha e toalha, pronto para lavar as mãos....Também pudera. Ele é da base do governo do PT, e, em momento algum se comportou como adversário do prefeito durante a campanha eleitoral. Nem ele, nem “Lindomar”.
3.Mas, voltemos às patacoadas da elite. Depois de entrevistar o prefeito eleito e ser escorraçado do DNIT por um funcionário público, finalmente o CQC foi recebido pelo prefeito. Sorriso amarelo, Roberto Sobrinho sapecou: “não poderia deixar de falar com vocês”. Mas, logo, logo mudou o tom da conversa. Bastou ser confrontado com um documento comprovando que a prefeitura pagou dez milhões de reais à empreiteira encarregada de construir os viadutos, como aditamento, a toque de caixa. A bolada saiu dos cofres públicos municipais em menos de 24 horas para as burras da Canter. E a Canter, de burras cheias, não levou nem 24 horas para renunciar ao contrato e abandonar a obra. O prefeito não se fez de rogado. Bem ao estilo do ex-presidente Lula sapecou de novo: “Eu não tenho esta informação....” “O Ministério público se achar alguma coisa vai tomar providências”, falou mais ou menos assim.
4.Espera aí! A prefeitura paga uma bolada milionária a uma empreiteira e o prefeito diz que não tem esta informação? Roberto Sobrinho não sabia desse elevado desembolso? É grave. Pior ainda. É muito grave um prefeito que assina uma nota financeira, ou um cheque de 10 milhões e diz que não tem tal informação. E foi mais longe. Se o MP entender que houve irregularidades, tomará as providências. Pode até não ter, mas parece que tem alguma coisa por baixo e por cima da grande lombada. Só pode. Senão vejamos: por qual motivo o diretor do DNIT não recebeu o CQC e aquele zeloso servidor atuou como um verdadeiro gladiador?. Botou até a cara pra bater em defesa do DNIT. Mas defender do que, senhor servidor?. O que há de tão grave no DNIT quanto aos viadutos que o senhor se disse disposto até a apanhar na cara?, 5.E o prefeito? Habitualmente tranquilo e seguro de si, Roberto Sobrinho estava visivelmente constrangido. Vez ou outra colocava a não no ombro do CQC como se quisesse de livrar de tão incômodas revelações. Sorria e apressava-se nas respostas, vazias e sem sentido. Apelou até para o Ministério Público, que “se entender que houve irregularidades....” E o Ministério Público?, será que vai entender que houve possíveis irregularidades em tudo isso, ou que foi um ato administrativo perfeito? Como bom petista, será Roberto Sobrinho confia que o MP não vai investigar? Será que ainda tem isso, mesmo depois do julgamento do Mensalão?. Talvez não. Seja como for, quem assistiu ao programa, e não é do PT, simpatizante ou da base aliada, certamente ficou uma carapanã atrás da orelha. Pode ser que não. Mas deve ter alguma coisa de podre no reino dos viadutos do Sobrinho. Tem alguma coisa que o prefeito disse não saber no pagamento dos 10 milhões de reais à Canter. Com a palavra, o Ministério Público....Se julgar que houve alguma irregularidade, como bem falou o prefeito Roberto Sobrinho. Se não julgar, que a Canter faça bom uso dessa dinheirama toda.
Para alívio dos simples mortais não-petistas,o prefeito garantiu que em dez dias os viadutos estarão dando passagem por cima, o da Jatuarana, e por baixo, o do Roque.Mas, o CQC, que afirmou que o prefeito “tem uma cara de pau que emociona”, duvida, e diz que em dez dias nem o cimento seca. Quem viver, verá.
Historiador e analista político(*)
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