Sexta-feira, 22 de abril de 2016 - 21h06
FRANCISCO MATIAS
1. Os últimos acontecimentos na vida política e econômica brasileira contribuírampara revelar o lado B do líder político Lula, um homem formidável por sua trajetória inusitada e praticamente impossível de ser percorrida por qualquer outro que tenha como origem os sertões nordestinos, a pobreza e a vida de retirante em busca melhores condições de vida em São Paulo, como o fizeram milhões de nordestinos no século XX. Lula sobreviveu às dificuldades naturais que todo imigrante pobre tem de enfrentar e tornou-se líder sindical e, no final, fundou um partido que chamou de Partido dos Trabalhadores, com a sigla PT. Seu objetivo: participar das decisões políticas nacionais que, na qualidade de sindicalista, não poderia fazer.
2. De 1980, quando o PT foi fundado, a 2016, quando o PT comemora 36 anos deexistência e 13 anos de poder nacional, Lula tornou-se cidadão do mundo e o personagem político mais fotografado pela mídia nacional. Virou um ícone do sindicalismo e o maior emblema da esquerda desde Luís Carlos Prestes. Deixou, como havia projetado, a carreira de presidente de sindicato, para enveredar pelos caminhos tortuosos da política. Fez do PT um grande sindicato no poder e foi deputado federal constituinte, eleito em 1986, candidato ao governo de São Paulo e à presidência da República. Nesta luta sofreu fragorosas derrotas para Fernando Collor, em 1990 e para Fernando Henrique Cardoso, em 1994 e 1998, essas duas no primeiro turno. Imperdoável para Lula perder três eleições, uma no segundo turno, e duas no primeiro. Imperdoável.
3. Mas de cada derrota Lula surgia qual “fênix” da política e renascia mais forte, maisousado, mais treinado, mais nacional, mais povo, mais Brasil. Seu partido, o PT, não era mais um partido-sindicato, mas sim um dos dois únicos partidos nacionais do Brasil (o outro é o PSDB). “Lula é analfabeto”, diziam os incautos adversários sem perceberem que ele estava se tornando o político mais alfabetizado da vida política nacional, o mais viajado, o mais conhecido e conhecedor desse país. E para não errar o nome do país em que estivesse, foi treinado para dizer apenas “esse país” ou “desse país”. Não erraria mais. Não poderia errar. E, se errasse que fosse debitado ao seu “analfabetismo”, agora assimilado como a parte folclórica do “filho do Brasil”.
4. Lula foi constituinte, era deputado federal (o mais votado do país) nas eleições de1986. Participou da elaboração da constituição federal de 1988, mas, não de sua promulgação. No final dos trabalhos liderou o PT para não referendar a Constituição que considerou capitalista demais por não ter aceitado alguns projetos petistas, apesar de ser uma carta de leis que privilegia a cidadania. Só que não. Na opinião de Lula e do PT, a Constituição não serviria à Nação e nem aos projetos de poder do petismo. Por isso Lula conduziu seu partido a renegar a Constituição Federal de 1988. A bancada constituinte do PT (senadores e deputados federais) não assinou a Carta Magna de 1988. No ano anterior, no plebiscito para decidir qual regime político seria mais adequado ao país, o PT votou em peso no Parlamentarismo. O PT é parlamentarista.
5. Mas havia outro precedente Lulista e Petista e tem a ver com o Colégio Eleitoral de 1985, que elegeu Tancredo Neves como o primeiro presidente civil depois do regime militar. Lula e o PT, assim como todos os partidos da época, foram às ruas para defender a PEC apresentada pelo deputado federal Dante de Oliveira, do PMDB de Mato Grosso, que versava sobre eleições diretas para presidente em 1984, conhecida como “Diretas Já”. O país todo foi mobilizado. Direita e Esquerda unidas por essa proposta que foi derrubada no plenário da Câmara por força do presidente da República João Figueiredo, que não queria eleições diretas por receio de que o PT vencesse e implantasse um radicalismo ideológico de esquerda no país. O Colégio Eleitoral se reuniu no dia 15 de janeiro de 1985 para eleger o presidente da República, mas o Lula e o PT o renegaram. Portanto, nesse meio tempo, Lula e o PT foram contra o Presidencialismo, o Colégio Eleitoral e a Constituição Federal de 1988. Que poder é esse?
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