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Francisco Matias

RONDÔNIA E O PODER POLÍTICO LOCAL – PARTE 2


 

1. A posse dos prefeitos e dos vice-prefeitos, neste dia 1º de janeiro de 2009, às vésperas de Rondônia completar 27 anos de instalação como Unidade Federada brasileira, acontece em uma conjuntura política bem peculiar, na medida em que está em andamento um grande planejamento estratégico por parte do governo federal, que resulta na construção das duas hidrelétricas no rio Madeira, que provoca uma profunda alteração na geopolítica regional, tendo Porto Velho como o município-sede deste megaprojeto que abrange, direta ou indiretamente, aos demais que compõe o mapa político rondoniense. Os prefeitos que assumem hoje, receberam, com suas vitórias, um claro recado das urnas. Em primeiro lugar, os que foram reeleitos sabem por que conseguiram tal feito. Ser eleito é uma coisa. Ser reconduzido pelo voto, é outra. A reeleição é um julgamento que a sociedade faz do prefeito, independente de ideologia ou partido a que pertença. Sãos os seus atos, suas ações políticas e seu comportamento.


2. Desse modo, foram reeleitos 14 prefeitos, com destaque para Silvino Bahia, de Corumbiara, o mais votado, proporcionalmente, com 95,56% dos votos, e Roberto Sobrinho, de Porto Velho, o mais votado nominalmente, com quase 120 mil votos. Nesse contexto, foram reeleitos os prefeitos Zé Brasileiro, de Nova Mamoré, Laerte Gomes, de Alvorada do Oeste, Confúcio Moura, de Ariquemes, Augusto Plaça, de Pimenta Bueno, Eloisa Bertolette, de Primavera de Rondônia, Bau, de Cabixi, Kleber Calixto, de Cerejeiras, Padre Tom, de Alto Alegre, Bianco, de Ji-Paraná, Luiz Gomes, de Nova União e Toninho Zotesso, de Teixeirópolis, além de Silvino Bahia e Roberto Sobrinho, já citados. Nada menos que 25% dos prefeitos que assume hoje são reeleitos. É um feito memorável, considerando-se que o Executivo rondoniense, a nível municipal ou estadual, é uma máquina de moer lideranças.


3. Nesse bloco de 52 prefeitos tem apenas duas mulheres, Eloísa Bertolleti, de Primavera de Rondônia, e Jacqueline Mesquita, de Costa Marques. Aliás, esta prefeita costa-marquense, é o único rondoniense nato a assumir uma prefeitura no estado, neste mandato. Os demais são egressos dos processos migracionais ocorrentes entre as décadas de 1970 e 1990.     Quanto ao voto feminino ainda não está definido no Estado, em nenhuma esfera, tendo em vista a população feminina ser um pouco menor que a masculina, exceto em Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Cerejeiras e Vilhena, onde predominam as mulheres, mas sua participação nas eleições não resulta em vitória pelo gênero, como se pode ver. 


4. No que se refere aos partidos aos quais são filiados os prefeitos, catorze legendas estão representadas no comando dos 52 municípios. Isto não quer dizer que estes partidos possam influenciar ideológica ou administrativamente, mas é um número bastante elevado. Desses, o PMDB é o que conquistou maior número de prefeituras. Nada menos que doze, ou 23,08%. Em seguida vem o PR, com sete, e o PTN com cinco. Seguem-se o PT o DEM e o PTB, com quatro prefeituras cada um, o PSB e o PV com três, o PDT, O PP, o PSDC e o PSDB, com duas, e, finalizando, o PPS e o PRTB que conquistaram apenas uma prefeitura, cada. Portanto, várias doutrinas partidárias estão no controle dos orçamentos municipais. Resta saber se estas legendas irão junto com os prefeitos, ou se estes vão achar que se elegeram sozinhos. Com certeza, os quatro prefeitos do PT terão o partido a orientar suas administrações. Se bem ou mal, o tempo dirá.


5. No plano religioso, é bom frisar, Rondônia é o terceiro estado mais evangélico do Brasil, sob várias denominações. Nesse contexto, vários pastores evangélicos foram eleitos. Mas, o que chama a atenção, é a eleição de dois padres. Em Cacoal, foi eleito Padre Franco, e em Alto Alegre, foi reeleito o Padre Tom. A última vez em que ocorreu a eleição de um padre para prefeito nas terras rondonienses, foi em 1919, com a eleição do padre Raimundo Oliveira para prefeito de Porto Velho. Na época, Rondônia era apenas uma área geográfica dividida em o Mato Grosso e o Amazonas, E Porto Velho, um dos dois municípios da região, pertencia ao Estado do Amazonas.

Fonte: Francisco Matias / www.gentedeopiniao.com
Historiador
e Analista Político
 

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