Terça-feira, 5 de maio de 2009 - 16h14
1. Hoje, dia 05 de maio, comemora-se o Dia das Comunicações. Rondon, é o patrono das comunicações no Brasil. Esta data dá-se em homenagem ao seu nascimento, em 1865, na localidade de Mimoso, no Mato Grosso. Portanto, se estivesse vivo, Cândido Mariano da Silva Rondon, estaria completando 144 anos. Ele morreu aos 93 anos de idade, em 1958, em seu apartamento na cidade do Rio de Janeiro. Seria mais correto dizer que Rondon partiu desta vida. Ele não morreu, porque está vivo. O Grande Chefe, como os índios o tratavam, não morreu. Ele nasceu hoje, de novo, nas comemorações por este Brasil afora. Sua trajetória é digna de respeito e requer vários estudos. Rondon morreu como queria, mas talvez onde não desejava. Era homem dos sertões, de selva. Era um desbravador. Não é a toa que o chamam o “Desbravador dos Sertões”, e mais: era “O homem que tinha na sola dos pés o mais longo caminho já percorrido”, como afirmou o ex-presidente norte-americano Theodore Roosevelt, que dividiu com ele o comando da Expedição Roosevelt-Rondon, entre 1913 e 1914.
2. Hoje também é o dia de Rondônia. Rondon é o patrono do estado de Rondônia, Não apenas por ter desbravado a região, mas, sobretudo, pelo caráter nacionalizador que atuou a Comissão Rondon e por haver determinado os limites de uma região dentro do estado do Mato Grosso, com um traçado rodoviário, com demarcações internas e reconhecimento territorial. Foi por isso que o médico Edgar Roquette-Pinto, conseguiu, em 1915, que o governo federal determinasse que a área geográfica situada entre os rios Juruena e Madeira, coberta pela Comissão Rondon, fosse oficialmente designada Rondônia. Surgia a Rondônia Ocidental e a Rondônia Oriental. A primeira cobria a região do Juruena ao Vale dos Parecis. A segunda, de lá até o vale do Madeira, terminando na porção territorial onde seria erguida a cidade de Guajará-Mirim, no estado do Mato Grosso.
3. A Comissão Rondon, formada em 1907, somente iniciou suas penetrações na Amazônia rondoniense em 1909, com a fundação da estação telegráfica Vilhena. Daí, estendeu sua atuação a fundou a estação Santos Dumont, Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena, Jaru, Arikêmes, Jamary, Santo Antonio, Jacy-Paraná, Abunã e Guajará-Mirim, a três últimas atuavam simultaneamente às estações da Madeira-Mamoré. Mas, com um problema: o sistema de telegrafia da Comissão Rondon ainda utilizava o código Morse, enquanto o da Madeira-Mamoré, mais avançado, usava o telefone e o cabograma. Não dava pra comparar. Nem Rondon pretendia comparar. Sua missão era estender os fios do telégrafo, que os seringueiros chamavam “as línguas de Mariano”, e construir uma via de acesso, que Roquette-Pinto batizou de “Estrada de Rondon”, um varadouro de 40 metros de largura, que orientou a construção da BR 364, anos depois.
4. Estudar Rondon é tentar decifrar um enigma. Se ele não concordava com a data de seu nascimento, também não gostava de ser chamado Rondon, mas sim de Mariano. Se o tinha como lema “morrer se preciso for, matar nunca”, em relação aos índios, era duro e cruel com seus legionários insubordinados, chegando a ser processado por haver, várias vezes, pessoalmente, punido com açoites e até ordenado a morte de alguns deles. Foi acusado de corrupção pelo governo Vargas, mas era criterioso. Certa vez, em Manaus, foi homenageado e foi entregue um colar de pérolas para dar à sua esposa, D. Chiquita. Mas, recusou, dizendo que a esposa de um simples oficial não poderia jamais usar uma jóia como aquela. Assim era Rondon, militar e sertanista que viveu nas selvas, foi inspetor de fronteiras, diretor do SPI, do 3º Distrito Telegráfico do Mato Grosso, redescobriu o Real Forte do Príncipe da Beira para o governo e morreu surdo e cego, mas como se ouvisse e visse tudo e todos.
5. Rondon morreu frustrado com sua carreira militar. Reformado como general de divisão, não pode galgar todos os postos da oficialidade do Exército. Somente, em 05 de maio de 1955, quando completou 90 anos, recebeu do Congresso Nacional, a patente de marechal, em projeto apresentado pelo deputado federal Joaquim Vicente Rondon, representante do Território Federal do Guaporé , e apoiado pelo presidente JK, que compareceu à solenidade na Câmara dos Deputados. Sua última viagem a Porto Velho ocorreu em 1928, para visitar o túmulo de seu genro, seguidor e amigo, major Amarantes, que morreu de malária em Santo Antonio e foi enterrado no cemitério dos Inocentes. Nesta data, que tal uma homenagem oficial ao desbravador de Rondônia?
*Historiador e analista político
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