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Francisco Matias

SILÊNCIO, O GIGANTE FOI NOCAUTEADO - PARTE I


      

Por Francisco Matias(*)

1.O GIGANTE ACORDOU! O gigante acordou! Esse refrão suou como um brado retumbante durante as MANIFESTAÇÕES ocorridas no mês de junho desse ano e marcaram o Brasil em dois lados opostos. De um lado, havia o cenário da Copa das Confederações da FIFA na qual a seleção brasileira sagrou-se campeã. Do outro, a visita do Papa Francisco e a Jornada Mundial da Juventude. Nada melhor para dar visibilidade mundial a essas grandes mobilizações populares em todo o país. Não foram simples manifestações. O que ocorreu e ainda ocorre “nesse país”, são MOBILIZAÇÕES POLÍTICAS APARTIDÁRIAS. Foram jovens de classe média, brotados dos fornos ideológicos petistas localizados nas escolas de ensino médio e nas faculdades públicas e privadas por esse Brasil a fora. De cara pintada, dizendo “BASTA” a todo o sistema de governo, entenda-se, aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Não se trataram de simples manifestações desta ou daquela classe social. É todo mundo envolvido, exceto o povão do “bolsa família”, sindicalistas e o grande segmento da esquerda. Ficou demonstrado que a maioria dos brasileiros e brasileiras está saturada, indignada e insatisfeita “com tudo isso aí”. Quem não “foi pra rua” apoiou e viu-se representado pelos que foram, nas faixas e cartazes com os mais significativos dizeres e avisos.

2.Uma das faixas levadas às ruas trazia o seguinte alerta: “Desculpe o transtorno, estamos mudando o Brasil”. Boa tentativa. Mas, desculpem o transtorno, “esse país” não quer tais mudanças. Foi o que demonstrou a presidente Dilma Rousseff no encontro com governadores quando lançou o pacto pela realização de um plebiscito focado em uma reforma política que, de modo algum, esteve na pauta das reivindicações. É o que demonstra o PT e o PMDB, principais legendas da base de apoio ao governo, ao fazer ouvidos moucos às reivindicações não partidárias, não tuteladas, não ideológicas. Seus líderes e chefetes não admitem que haja inteligência fora das linhas ideológicas desses partidos. E foi assim que as manifestações nacionais, foram, pouco a pouco contaminadas por vândalos, que a grande mídia tratava de forma romântica, voltando suas lentes e textos para as ações da polícia, sempre que um desses vândalos era preso e a policia usava a força necessária para conter suas atitudes.

3.Resultado Um: a polícia passou de repressora ostensiva a simples observadora inativa dos vândalos. Resultado Dois: os vândalos vestiram uniformes pretos e passaram a usar máscaras, e se armaram de coqueteis Molotov, de armas de fogo, pedras e tudo o que podem encontrar nas ruas para depredar o patrimônio público e privado, preferencialmente prédios históricos, fachadas de bancos e lojas e, como ninguém é de ferro, explodir caixas eletrônicos. São os Black Blocs, agora organizados ideologicamente e confessadamente partidários. Dizem-se anarquistas e marxistas e aí está o ponto. Se são marxistas, são de  esquerda, portanto, sentem-se livres e protegidos para fazer o que bem entenderem como por exemplo, enfrentar a polícia e, se puderem, ter um ou dois feridos para aparecerem na mídia domesticada como vítimas da polícia capitalista,  daí a mártir é só uma questão de tempo.

4.Nada mais romântico. Nada mais ideológico. Nada mais estratégico. Os black blocs mudaram o Brasil, muito mais do que as manifestações de junho. Estas foram, aos pouco, esvaziadas e vencidas pela força ideológica que não as admite. Por isso, onde houver uma manifestação pacífica que reivindique seriedade da classe política, que ouse posicionar-se contra a corrupção intestina do governo central, que exija políticas concretas voltadas para a mobilidade urbana, acessibilidade, transparência e, pior ainda, liberdades democráticas, lá estarão os black blocs, vestidos de preto, rostos escondidos por máscaras dos mais variados tipos, ciosos de seu papel ideológico: impedir qualquer ação que obrigue o governo a mudar seu projeto político-ideológico de permanência no poder, de relações íntimas com ditaduras comunistas, de enfrentamento com os EUA, e, principalmente, que retire da presidente Dilma Rousseff sua tranqüilidade para fumar seus charutos cubanos e auxiliar a ditadura castrista com polpudos recursos pagos pelo contribuinte brasileiro,aí estarãoos black blocs, anarquistas e marxistas, poderosos, que saltam, pulam, gritam, desafiam, atiram e amedrontam até a polícia, pois sabem que têm apoio em segmentos importantes do Ministerio Público, do Judiciário, do Palácio Presidencial e, sobretudo, da direção do PT. Pra frente Black blocs. Silenciem outras formas de reivindicação, desmontem os ideais pacíficos das manifestações. O Brasil está nocauteado.

Historiador e analista político(*)

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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