Quarta-feira, 27 de julho de 2022 - 06h05
Bagé, 27.07.2022
CAPÍTULO IV
Com o Chefe Pitá em
Koimélemong
À |
s 10 horas,
iniciamos a caminhada dando gritos eufóricos. A savana possui uma vegetação
atrofiada ([1]) e grandes
grupos de rochas. Para a direita serpenteia um Riacho em leito lamacento, que
temos de atravessar, várias vezes, a vau, imersos até o peito ‒ a primeira água
para o Surumu. Deixamos o vale pantanoso e começamos a subir progressivamente,
a trilha está coberta de cascalhos pontiagudos, uma verdadeira tortura para
meus pés machucados. Os índios, quando chegam a um trecho como este, calçam
suas sandálias feitas das extremidades inferiores e largas do pecíolo da
palmeira Mauritia ([2]), e, às vezes,
de couro de cervo ou de anta.
Depois de
duas horas de caminhada, chegamos à extremidade Oriental da Serra do Mel, que
se estende de Sudeste a Noroeste. Abandonamos, então, a direção Norte e
voltamo-nos para o Oeste, com a Serra à nossa esquerda, e descemos até o vale,
onde, numa savana ampla, estendem-se as cabanas marrons da Aldeia Koimélemong.
Colocamo-nos ordenadamente em uma longa fila: o chefe, à frente, depois, os
carregadores e carregadoras, por fim, o Padre e eu. Os nativos dão gritos de
alegria.
Pitá sopra
minha buzina, que pediu emprestada, e emite um som estridente. Chegamos em um
ritmo acelerado à Aldeia, onde nos preparam uma calorosa acolhida. À entrada da
Aldeia somos esperados por meia dúzia de “damas
de honra”, lindas moças morenas em trajes simples, mas de bom gosto, tangas
de miçangas tecidas com bonitos padrões antigos, de cujos cantos inferiores
pendem longos cordões de algodão. Os cabelos compridos e ondulados, pretos e
brilhantes, estão cingidos por uma testeira nas quais foram colocadas flores
amarelas. O peito, braços e pernas estão inteiramente adornados com cordões de
miçangas azuis e brancas e sementes marrons.
Passamos,
então, por uma fila interminável de homens, mulheres e crianças, até a entrada
da cabana construída pelos missionários para sua permanência temporária.
Estendemos a mão a todos, até a uma criancinha nos braços da mãe. Poucos estão
vestidos, a maioria se apresenta nua, criaturas lindas e esbeltas e, na sua
maioria, exibindo curiosas pinturas.
Ajuntam-se
ao redor do Padre Adalbert, algumas crianças e jovens, algumas das quais já
passaram um curto período na Missão. Eles rezam o “Pai Nosso”, cantam alguns hinos religiosos e canções de Natal, em
Macuxí. Fico emocionado ao ouvir, as belas e antigas melodias cantadas pelas
vozes das crianças: Stille Nacht, heilige Nacht [Noite feliz], Am
Weihnachtsbaum die Lichter brennen [As luzes brilham na árvore de Natal],
cercado por nativos desnudos. Meus pensamentos vagam para longe. O chefe me
apresenta solenemente a umas quatrocentas pessoas. Conta-lhes quem sou, o que
pretendo, que tenho viajado com índios por muitos anos etc., etc. O chefe
também cuida da nossa alimentação e demais necessidades.
Servem-nos
um almoço excelente: carne de galinha e de veado cozida com molho de pimenta,
caldo de cana cozido com farinha [de mandioca] como “Sobremesa”, e, por fim, caxirí. Um couro de boi esticado no chão
serve de mesa, ao redor da qual nos sentamos. Após o jantar, Pitá apresenta ao
povo os tipos indígenas do Uaupés e Japurá que me acompanharam. [...] O chefe
está sentado num banquinho à entrada da cabana, o couro de boi à sua frente, a
seu lado, de pé, seu cunhado e os espectadores formam um semicírculo. Pitá
solicita que eu lhe fale sobre cada foto: qual é a tribo, se é um chefe ou
xamã, tipos de adornos etc. Depois ele traduz para o Macuxí: a seguir, seu
cunhado pega a foto e a mostra a todos, repetindo novamente a explicação em voz
alta. As fotos, então, são colocadas em ordem sobre o couro de boi e algumas
são passadas novamente de mão em mão.
Tudo
transcorre na maior ordem e tranquilidade, sem cotoveladas, nem
empurra-empurra, briga ou gritaria. O chefe dá suas ordens em voz alta, e as
pessoas obedecem sem pestanejar. Observo que o nativo raramente pega uma
fotografia na posição correta, mas sim de cabeça para baixo, ou de lado.
Ao
pôr-do-Sol o Padre reúne mais uma vez seus “fieis”,
que o chefe convoca com a buzina que eu dei de presente, já que se afeiçoara
tanto a ela. Pode-se pensar o que se quiser das Missões ‒ falo do ponto de
vista puramente humano ‒, mas esta Missão traz enormes benefícios, ela protege
os pobres índios dos ataques dos brancos e dificulta, mesmo que por um curto
período de tempo, que eles se transformem em bêbados degenerados, acometidos
das doenças da civilização. Do ponto de vista cristão, apesar dos hinos e das
orações, com certeza eles ainda se encontram no mais profundo paganismo e
repetem tudo sem refletir sobre o que estão dizendo.
Mas será
que, por isso são moralmente inferiores à maioria de nós? Se não nos
encontrássemos neste interior semisselvagem, a Missão poderia trabalhar com
maiores recursos e criar escolas: então seria possível realizar uma obra
duradoura. Mas aqui, o homem branco pensa que civilizar é dar ao índio alguns
trapos, ensiná-lo a beber aguardente e a praguejar, ao mesmo tempo em que o
explora irresponsavelmente em proveito próprio, neste melancólico lugar. No
Amazonas, em geral, e o Rio Branco em particular, qualquer esforço sincero
resultará em um fenômeno passageiro, um esforço em vão!
No meio da
população indígena morena, bronzeada pelo Sol quente da savana, notei um índio
quase branco, amarelo-claro de bochechas rosadas, bem mais claro do que a
maioria dos europeus do Sul. Pensei, primeiro, tratar-se de um branco. É um
Majonggóng do Oeste distante, região do Alto Orenoco. Veio, há algum tempo, com
seu pai para cá, trabalhou para um branco, casou-se com uma Macuxí e radicou-se
por aqui, embora o pai tenha retornado para a terra natal. Diz-se que toda a tribo
dos Majonggóng é branca assim, o que, em geral, é confirmado por seus parentes
próximos no alto Orenoco, lá chamados de Makiritáre. Os Majonggóng são os
comerciantes mais ativos da região. Quase todos os anos viajam à Guiana Inglesa
para trocar artigos europeus, especialmente espingardas de vareta inglesas e
cães de caça, por produtos nativos, como raladores de mandioca, zarabatanas e
curare.
Manduca,
como é habitualmente chamado ‒ seu nome indígena é Mayulíhe ‒ fala um pouco de
português. Tem um rosto redondo, olhos castanho-claros de olhar amigável,
belíssimos dentes brancos, que gosta de mostrar ao rir, e um comportamento
naturalmente distinto e um pouco orgulhoso.
Ele se
coloca imediatamente a meu serviço e também concorda em me acompanhar, mais
tarde, à sua terra. No início da manhã seguinte, o Padre Adalbert seguiu
viagem, com Melo e dois índios, para a Missão, distante daqui um dia e meio.
Meu Pirokaí foi diretamente da Serra do Banco para sua casa, que fica no
extremo Ocidental da Serra do Mel. Quer visitar a família, da qual ficou
separado por longo tempo, e, em especial, sua jovem esposa, não posso
recriminá-lo por isso.
Dentro de
poucos dias me seguirá. Eu me instalo por aqui, quero ficar algumas semanas
neste lindo lugar com meu atencioso anfitrião, que nada deixa faltar.
Koimélemong é um povoado moderno. Originalmente, a Aldeia constituía-se apenas
de duas casas Macuxí, ao redor das quais, no decorrer do último ano,
agrupou-se uma dúzia de cabanas mais amplas. Essa concentração deve-se, em primeiro
lugar, à personalidade do Cacique Pita, que, com sua calma e prudência sem
descurar de ser enérgico, quando necessário, exerce grande influência sobre os
índios daqui.
O outro
motivo é a proximidade da Missão. A notória curiosidade dos índios, a simpatia
pelos missionários, tão diferentes dos demais brancos, e o mistério, o encanto
que envolve os catequistas, tudo isso atraia os índios. De igual maneira
formou-se também na falda Sudeste da Serra Mairari uma Aldeia maior, segundo
dizem constituída de dez cabanas, chamada “Maloca
Bonita”. Na realidade, a maioria das cabanas de Koimélemong, ou Maloca ([3])
do Mel, são apenas temporariamente habitadas. Reina um constante ir e vir, o
que faz o número de habitantes variar por demais. [...]
A
localização de Koimélemong é perfeita, ao Sul avista-se o cume da Serra do Mel,
de suas rochas escarpadas, as cascatas, refletem os raios do Sol colorindo de
prateado as penhas robustas. Os pequenos Riachos confluem num Rio claro que
banha a Aldeia em forma de um grande arco, brotando sob as enormes rochas e,
logo mais adiante, correndo sobre areia fina rumo ao Surumu. O clamor de suas
catadupas ressoa no silêncio da noite.
Para o Norte
e o Nordeste, o olhar vagueia livre pelo amplo vale e pela grandiosa paisagem
montanhosa da Guiana, com suas inúmeras colinas e cimos pitorescos. À distância
uma Serra azulada, estende sua crista horizontal. Os índios a chamam de Yarö,
um divisor de águas para o Orenoco. À nossa frente, a Nordeste, à poucas horas
de distância, a Serra Mairari ergue-se acima dos mil metros e a Leste, ao
longe, fica a Serra da Lua, Kapoi-tepö, quase tão alta quanto ela. Os
alvoreceres são indescritivelmente deslumbrantes. Gradualmente, o céu noturno
se aclara sobre a Serra Mairari, delineando nitidamente os seus contornos.
O Sol
matiza-se de azul-turquesa, verde-claro e amarelo e algumas nuvens distantes já
se mostram ruborizadas pelo seu beijo incandescente, enquanto outras, mais
próximas, passam ainda negras na sombra da noite, até que, de repente, irrompe o
Astro-rei, cujos raios o olhar humano não consegue suportar. [...]
A maioria
dos moradores de Koimélemong pertence às tribos Macuxí e Taulipáng. Além deles,
existem, também, alguns Wapischána, em sua maior parte mestiços de pais Macuxí
e mães Wapischána, mas que, segundo o costume daqui, pertencem à tribo da mãe.
A etnia dos Taulipáng cobre uma grande extensão.
Suas Aldeias
estendem-se ao Norte, do Surumu até o Roraima, o enorme monte de arenito na
divisa entre o Brasil, a Venezuela e Guiana Britânica, e à Sudoeste, para além
do curso superior dos Rios Parimé e Amajarí até a grande Ilha Maracá, no
Urariquera. Fui eu que descobri o nome da tribo Taulipáng. Esses índios são
chamados, pelos Wapischána, de Yarikúna e, por conseguinte, também pelos
brancos. Os antigos expedicionários, como os irmãos Schomburgk, Appun, Brown,
entre outros, chamaram-nos de Arekunä, Yariküna, Arekunä ou Alekunä, como eles
mesmos, a princípio, também se identificaram para mim.
Somente depois de conviver algum tempo com eles é que descobri que o
verdadeiro nome de sua tribo é Taulipáng, e confirmei, isso também, pelos
registros que fiz de sua língua. Quando, mais tarde, voltei para São Marcos e
contei a Neves que Taulipáng era o verdadeiro nome da tribo de todos os índios
do Surumu até o Roraima, ele riu de mim e disse:
‒ Já
faz dez anos que vivo com esses Yarikúnas, e esse doutor alemão, que está aqui
há apenas alguns meses, quer me ensinar!
Ele chamou alguém do seu pessoal, um “Yarikúna”,
que morou nas proximidades do Roraima, e lhe perguntou:
‒ De
que tribo você é?
Resposta:
‒ Yarikúna!
Risada de triunfo. Então eu lhe perguntei:
‒ Como
é que vocês chamam a si mesmos?
Resposta:
‒ Taulipáng!
Dessa vez,
foi minha vez de rir.
Somente a
Oeste e Noroeste do Roraima é que vivem os verdadeiros Arekunä, especialmente
na região do Rio Caroní. Diz-se que são chamados de Kamarakotö pelos Sapará do
Urariquera, mas, de acordo com outros, esse nome designa uma subdivisão
especial da tribo Arekuná. As línguas dos Taulipáng e dos Arekuná, ambas da
família Karibe, mostram pequenas diferenças dialéticas entre si e são parentes
próximas do Macuxí. [...] Dedicamos várias horas aos registros linguísticos.
Sento-me com Pirokaí e o Wapischána da Serra do Panelão, cujo nome indígena é
Jáni e que não fala uma só palavra de português, e trabalhamos até à exaustão.
De vez em
quando, a cozinheira nos ajuda e, nesse ponto, ela é muito mais inteligente do
que os meus dois auxiliares. Ao contrário das outras línguas da grande família
Aruak, o Wapischána é muito duro e, ao mesmo tempo, difícil de ser reproduzidos
através da escrita, já que muitos sons, e mesmo sílabas inteiras, são
pronunciados de maneira ininteligível ou meio engolidos. Pitá não é útil de
maneira alguma para esses registros linguísticos. É um fato peculiar, sempre
confirmado nas minhas viagens, que os Caciques, por mais inteligentes que
sejam, falham nesse trabalho intelectualmente muito exaustivo, que nem um pouco
lhes é familiar e, por isso mesmo, não se mostram perseverantes. Depois de poucos
dias, o comércio vai de vento em popa.
Notadamente
na parte da manhã há muita atividade na minha cabana, um vai-e-vem constante de
gente nua que quer vender alguma coisa. Uma mulher me traz um grande beiju,
quente do forno, outra, duas pencas de bananas ou alguns mamões. [...] Também
aparecem objetos etnográficos: belas e antigas coroas emplumadas, uma maça de
guerra finamente entalhada e com figuras riscadas, grandes cabaças pintadas com
belos padrões, um cinto de miçangas, tecido com padrões coloridos, de um
garoto: grandes novelos de cordões de algodão, flautas de osso de veado e de
pássaro, arcos e flechas infantis, largas tipoias tecidas nas quais as mulheres
carregam as crianças pequenas, e muitas outras coisas.
Um belo e
jovem casal Taulipáng, vindos da vizinha Surumu, próximo daqui, me trazem
algumas galinhas. O homem carrega uma flauta de osso de onça presa ao cinto,
que adquiro imediatamente em troca de um apito-torpedo. Ofereço pequenos
espelhos redondos, miçangas, anzóis, fósforos, sininhos e guizos de latão,
brinquedos infantis em troca de ninharias e barganho objetos mais valiosos por
facas e tesouras: essa é minha moeda de troca, e todos ficam satisfeitos. Não
recuso nada do que me trazem, a não ser, objetos etnográficos ruins demais.
Pitá, interessado em que eu aumente minha coleção etnográfica, sugeriu
negociarmos em larga escala.
O Cacique,
soprando uma corneta, ia à frente: logo atrás, eu de pijama, que visto aqui
para meu conforto; e atrás de mim, uma longa fila de garotos fazendo todo tipo
de travessuras. Entramos assim em cada uma das cabanas, examinando cada canto e
lá indico os itens que desejo comprar, e o chefe traduz meus desejos em voz
alta. Na mesma ordem, retornamos para minha cabana, onde, a um sinal do chefe,
os donos entram com seus pertences, um após o outro, e são pagos por mim. Tudo
transcorre tranquilamente, sem gritaria, e adquiro uma boa coleção.
Claro que os
objetos não são tão variados, nem tão bem trabalhados, nem tão ricamente
adornados como os do Alto Rio Negro e, especialmente, no Uaupés. A cerâmica,
feita pelas mulheres, é bem inferior. As panelas e os potes, são grosseiros,
não têm nenhum enfeite e são mal queimados, não se comparando, nem de longe,
com os magníficos produtos da cerâmica que recolhi em minha viagem anterior
entre as tribos Aruak e as tribos influenciadas pela cultura Aruak no Alto Rio
Negro.
A cestaria,
em contrapartida, que é monopólio masculino, está em ascensão também nestas
tribos e fornecem os produtos mais variados: esteiras, abanadores, cestinhos de
diferentes formas e tamanhos, apás ([4])
para guardar beiju, tipitis para prensar a massa de mandioca, pequenas
canastras para guardar tabaco, miçangas e outras tantas bugigangas. Nos apás
entretecem padrões de bom gosto com listras untadas de preto: meandros,
ganchos, cruzes e quadrados.
Infelizmente,
parece que essa arte está desaparecendo também. Em alguns cestos, os motivos
foram pintados posteriormente com tinta preta. Minha biblioteca também está se
enriquecendo. Um Macuxí me traz um velho livro impresso, muito bem conservado,
com belas ilustrações. Provém de missionários ingleses que atuaram antigamente
no Norte e contém o Gênesis, os evangelhos de Mateus, Lucas e João na língua
dos Akawoío, uma tribo parente dos Taulipáng na Guiana Inglesa. [...]
O Surumu é
rico em traíra, tucunaré e outros peixes saborosos. Quando nossos suprimentos
acabam, o chefe em pessoa vai buscar galinhas em numa povoação vizinha, e as
traz nas costas, com os pés amarrados, balançando lamurientas.De vez em quando,
a caça proporciona uma alteração no nosso cardápio. Um caçador traz um tatu
pequeno, que ele matou na savana, ou um jabuti gordo.
O Macuxí
Peré, um caçador apaixonado, vai com minha espingarda de três canos para a
Serra e volta alguns dias depois com um cesto cheio de carne de veado defumada.
Minhas espingardas de caça são objeto de desejo de todos os homens. Tenho de
mostrá-las a cada visitante, desmontá-las e explicar a função de cada peça
isolada. Os cartuchos grandes e pesados, com os quais se pode carregar a
espingarda num instante, também causam admiração geral. A maioria só tem medo
da potente detonação e do coice que as suas espingardas de vareta de um só
cano, de fabricação inglesa, não dão.
Meu caxirí
nunca acaba, tenho sempre algumas cabaças cheias dele em minha cabana e se meu
suprimento está terminando, só preciso pedir ao chefe e minha adega fica cheia
de novo. [...]
A massa é
mastigada, nunca por mulheres velhas, sempre por mocinhas que, na maioria das
vezes, possuem belos dentes brancos, de modo que a coisa é bem apetitosa. Até
mesmo um caxirí esbranquiçado, de milho, também é muito saboroso. [...]
Especialmente
nos primeiros dias chegam muitos visitantes curiosos, vários deles de muito
longe, grupos de cinquenta ou mais pessoas enfeitadas para festa em uma longa
fila, guiadas por seus Caciques ou anciãos. A notícia da presença do branco
estranho propagou-se depressa. Reina harmonia e probidade entre os Taulipáng,
que só raramente têm contato com os brancos. Com toda simpatia, apesar da
enorme curiosidade, eles se comportam com educação, recato e reserva. Ao
receber cada grupo, Pitá inicia uma longa conversação com os anciãos. [...] (GRÜNBERG,
1915)
Bibliografia:
GRÜNBERG, Theodor Koch. De Roraima ao Orinoco. Volume II - Mitos e Lendas dos Índios Taulipáng
e Arekuná – Alemanha – Berlim – D.
Reimer (E. Vohsen), 1915.
(*)
Hiram Reis e Silva é Canoeiro, Coronel de Engenharia, Analista de Sistemas,
Professor, Palestrante, Historiador, Escritor e Colunista;
Campeão do II Circuito de Canoagem do Mato Grosso do
Sul (1989)
Ex-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA);
Ex-Pesquisador do Departamento de Educação e Cultura
do Exército (DECEx);
Ex-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério
Militar – RS (IDMM – RS);
Ex-Membro do 4° Grupamento de Engenharia do Comando
Militar do Sul (CMS)
Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira
(SAMBRAS);
Membro da Academia de História Militar Terrestre do
Brasil – RS (AHIMTB – RS);
Membro do Instituto de História e Tradições do Rio
Grande do Sul (IHTRGS – RS);
Membro da Academia de Letras do Estado de Rondônia
(ACLER – RO)
Membro da Academia Vilhenense de Letras (AVL – RO);
Comendador da Academia Maçônica de Letras do Rio
Grande do Sul (AMLERS)
Colaborador Emérito da Associação dos Diplomados da
Escola Superior de Guerra (ADESG).
Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional (LDN).
E-mail: hiramrsilva@gmail.com.
[1] Lixeira
(Curatella americana): Caimbé ou sambaíba. (Hiram Reis)
[2] Mauritia
flexuosa: Buriti ou miriti. (Hiram Reis)
[3] Maloca: palavra
indígena que geralmente designa uma grande casa comunitária, que serve de
moradia a várias famílias, em geral, pertencentes a uma parentela. Aqui ela
designa uma Aldeia grande. (Hiram Reis)
[4] Apá: utensílio
doméstico de forma circular, semelhante à peneira, feito trançando a casca da
taquara ou folha de urubamba. (Hiram Reis)
Galeria de Imagens
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Bagé, 20.12.2024 Continuando engarupado na memória: Tribuna da Imprensa n° 3.184, Rio, RJSexta-feira, 25.10.1963 Sindicâncias do Sequestro dão e
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – VI
Silva, Bagé, 11.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 224, Rio de Janeiro, RJ Quarta-feira, 25.09.1963 Lei das Selvas T
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – IV
Bagé, 06.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 186, Rio de Janeiro, RJSábado, 10.08.1963 Lacerda diz na CPI que Pressõessã
Qualquer Semelhança não é Mera Coincidência – III
Bagé, 02.12.2024 Continuando engarupado na memória: Jornal do Brasil n° 177, Rio de Janeiro, RJQuarta-feira, 31.07.1963 JB na Mira O jornalista H